Dead Fish e Circo Voador: uma relação movida a moshs e cantoria

                                                                    Foto: Rom Jom

São mais de 30 anos de estrada do Dead Fish e muitas idas ao Circo Voador, assim como foi nesse último sábado. A casa faz parte da vida da banda, tanto que gravou seu registro 'Dead Fish 20 anos Ao Vivo no Circo Voador' em 2011, ou seja, um show desse não seria apenas mais um. E não foi.

Dessa vez foi a hora de apresentar seu (excelente) 10º álbum de estúdio 'Labirinto da Memória', que foi super bem recebido por todos os fãs e apreciadores do gênero no geral [Leia a resenha do álbum AQUI]. Letras recheadas de críticas sociais, políticas e humanidade - marca registrada da banda -, e sim, sempre fizeram super bem, diga-se de passagem. 

A base da apresentação foram as músicas novas, e mesmo que a abertura tenha sido com a clássica "Afasia", a sequência de sons novos como "Avenida Maruípe" e "Adeus Adeus", logo depois foi um convite para perpetuar o caos da banda com milhares de rodas e moshs do público, que cantava e gritava as letras. O que só foi "cortado" com "Asfalto" do 'Contra Todos' (2009) para então retornar para a matadora "Dentes Amarelos" e "49" - ambas já constam como as mais ouvidas no Spotify - que são muito mais pesadas e rápidas que a gravação. 

"Bolero" possui uma guitarra pesadíssima ao vivo, e Ricardo Mastria fez seu trabalho muito bem. Rodrigo Lima com seu vocal característico, e que influenciou muita banda hardcore nacional, se destaca sempre com sua euforia, catarse com o público, e potência vocal em todas as músicas, até mesmo nas mais calmas como "Aos Poucos".

Lógico que não faltaram músicas como "Proprietários do Terceiro Mundo" com participação de um fã pegando no microfone; "Escapando" que fez milhares subirem no palco; "Queda Livre" com adendo do vocalista: "Essa é batida, mas vocês gostam, né? Fala que não!?"; "Venceremos" e "Vitória" que possuem toda a força do hardcore 90's; e finalizando com "Bem-vindo ao Clube" e como tudo começou: "Sonho Médio".

Dead Fish no Circo Voador deveria ser tombado e virar uma obrigação de todo amante de música, e não só do gênero hardcore. É uma experiência e vivência únicas de um show com muita força e energia, e o melhor, com letras que nunca saem da "moda". Então, conselho: não perca os próximos.

Rom Jom

Fotógrafo, jornalista, mochileiro, baixista, punk rocker e decano de roda de pogo. Pela Rock On Board cobriu vários festivais como Maximus e RIR além de entrevistas com Rival Sons, Linkin Park, Cypress Hill, Comeback Kid, Red Fang e muitas outras.

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