Amante de churrasco brasileiro e Black Sabbath, Zakk Wylde toca no Best Of Blues And Rock

 
Zakk Wylde (ex-guitarrista do Ozzy Osbourne e fundador do Black Label Society), retorna ao Brasil em junho para apresentar-se no festival Best of Blues and Rock. Já tendo participado do festival anteriormente (2018) de forma solo, desta vez o músico trará o seu projeto Zakk Sabbath e se apresentará em todas as quatro cidades em que o festival ocorrerá (Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte).

Criado em 2014, Zakk Sabbath é um projeto formado como um tributo ao Black Sabbath. Além de Zakk, nos vocais e guitarra, o grupo conta ainda com o baixista John "JD" DeServio (Black Label Society) e o baterista Joey Castillo (Danzig e Queens of the Stone Age).

Em conversa com a Rock On Board, Zakk Wylde contou um pouco sobre o Zakk Sabbath, suas expectativas para a visita ao Brasil e seus demais projetos em andamento.

Olá, Zakk! É um prazer estar falando com você. Estamos bastante animados com a sua volta ao Brasil no próximo mês, tocando no Best of Blues. Sei que não é a sua primeira vez tocando no festival e gostaria de escutar um pouco sobre quais as suas expectativas e como você se sente voltando ao Brasil.

Estou ansioso para isso. Obviamente estou ansioso para ir nas churrascarias, claro. Mas, não, todos os brasileiros, sempre que estamos aí, demonstram tanta paixão pela vida e tudo mais. É isso, não há como você não se divertir quando está aí. Então, (estou) definitivamente ansioso. Não acredito que 2018 foi a última vez que estivemos no Best of Blues, uau, foi há 6 anos, então, estou bastante ansioso.

Claro! E o festival está crescendo, expandindo para diversas outras cidades no Brasil, não apenas São Paulo, então acredito que será uma experiência legal tê-lo nessa primeira vez em que o festival está expandindo tanto.

Uau, isso é incrível. Isso é bom para todo mundo. Definitivamente estou ansioso para isso, para ver Joe Bonamassa, que estará tocando, o Kiko (Loureiro) também estará lá. Então, você sabe, vai ser incrível.

Sim, o line up está maravilhoso! Mas, você mencionou sobre o público brasileiro e os fãs. Por que você acha que o público latino americano é tão diferente e passional?

Eu não sei. Digo, eu penso que os brasileiros em geral, em qualquer lugar do país, estão todos cheios de energia e celebrando a vida. É algo lindo. E desde que estive ai com o Ozzy, depois com o Black Label e durante todos os anos em turnê pelo país, sempre foi assim, eles são realmente incríveis.

É realmente muito bom ouvir isso. O Brasil é um país que gosta bastante de receber shows e festivais desse tipo e isso vêm crescendo na região. Como você acha que o Brasil e a América Latina influenciam o show business no mundo?

Eu acho que, como eu disse, toda vez que estamos por ai é tipo, uau, as pessoas, todos, são muito receptivos e só querem curtir.

Você já esteve aqui diversas vezes e teve muitas experiências diferentes. O incidente de 2008, por exemplo, ficou bastante famoso, virou até camiseta. Você poderia compartilhar algumas dessas experiências que teve aqui no Brasil?

Mais uma vez, tudo volta para as churrascarias. Não importa o que aconteça, nós sempre acabamos em uma churrascaria, nada como uma churrascaria brasileira. Mas não, como você disse, acho que da última vez, minha mão estava sangrando por todos os lados, foi épico. Mas você não pode parar enquanto o show está rolando, você tem que continuar tocando.

Com certeza! E desta vez você está trazendo para o Brasil o projeto Zakk Sabbath, certo? Você pode nos contar um pouquinho sobre esse projeto?

É incrível, porque todas as músicas já foram escritas, você não tem que fazer nada nesse sentido. Tudo o que você tem que fazer é aprender elas. Mas, você sabe, obviamente vêm do meu amor por Black Sabbath. Eu sempre brinco que, desde que eu era um adolescente, quando eu tinha 15, 16 anos, eu tocava essas músicas em festas e agora eu tenho 57 anos e eu continuo tocando essas músicas, mas agora tem mais pessoas nas festas. Nada mudou, exceto o número de pessoas assistindo. Mas eu amo essas músicas e eu ainda sinto o mesmo prazer em tocá-las que eu sentia quando tinha 16 anos, e agora tenho 57.

E devo dizer que você ainda parece ter 16 anos, não parece ter 57.

Bem, minha barba está um pouco maior, mas, você sabe, eu ainda me sinto com 15, 16 anos. Eu não quero perder isso nunca.

Você recentemente anunciou o seu próprio festival, Berzerkus!

Sim, o Berzerkus Festival, acho que será no sábado, dia 14 de setembro. Faremos isso. Teremos o Rival Sons com a gente, o Clutch, Black Stone Cherry. Cody Jinks estará lá também. Você sabe, sou muito amigo de todos os que estão no line. O The Iron Maiden's também estará tocando, Atomic Punks, vai ser muito divertido. Muita coisa legal acontecendo, estou definitivamente muito ansioso para a estreia dessa primeira edição do Berzerkus Festival.

Isso é realmente incrível. Você pretende expandir o festival? Talvez trazê-lo para fora dos Estados Unidos também?

Claro, por que não? Óbvio que essa é a primeira edição, estamos construindo agora, mas, com certeza, eu penso em eventualmente fazer isso, levar para fora, tornar ele mundial. Esse seria certamente o caminho.

Estaremos torcendo por isso, seria muito legal recebê-lo por aqui também. E ouvimos rumores sobre um possível novo álbum do Black Label Society. Sabemos que o último lançado, o Doom Crew Inc., que saiu há alguns anos, teve bastante influência do Black Sabbath e do Tony Iommi. Podemos esperar o mesmo para o novo álbum? O seu trabalho com o Zakk Sabbath e com o Pantera influenciam de alguma forma? O que podemos esperar?

Ah, sim, claro. Eu penso que quanto mais você vive, mais experiência você tem e isso aparece. Claro que sempre que estou tocando Sabbath ou fazendo algo do Pantera, isso obviamente se destaca, aparecem influências e isso te inspira. Então, sim, hoje mesmo eu estou trabalhando em coisas novas, escrevendo algumas letras, seguirei com isso quando acabar de falar com vocês. Logo menos começaremos os ensaios com o Pantera, e as as coisas do Zakk Sabbath também, então sempre que tenho uma oportunidade, um tempo livre, encaixo as coisas do Black Label.

Realmente muito legal! E os fãs podem esperar algum retorno no Pride & Glory? Talvez algumas faixas novas?

Bem, nunca se sabe. Digo, isto é sempre uma possibilidade. Nós sempre podemos fazer algo assim. Claro que quando fizemos o 'Unblackened', nós fizemos algo do 'Pride & Glory'. Fizemos "Sweet Jesus" e "Losin' Your Mind" e coisas assim. Então sim, nós podemos até sair e fazer uma turnê do 'Pride & Glory', como fizemos com o Zakk Sabbath. E, sabe, se eu quiser fazer um álbum ou algo do tipo, eu só tenho que escrever, só tenho que criar material no estilo 'Pride & Glory'.

Isso é muito empolgante!

Sim, é sempre uma possibilidade.

Temos visto nas suas redes sociais muitos posts sobre a sua marca de guitarras e pedais, a Wylde Audio. Pode nos contar um pouco sobre isso? Você pretende expandir a marca para outros equipamentos, como amplificadores, por exemplo?

Em 2025 será o aniversário de 10 anos da Wylde Audio. Eu amo ela. Mas eu gosto de explicar. Sabe por que eu comecei a minha própria empresa? Digo, quando trabalhei com a Gibson eu amava estar com eles. Com a Epiphone também. Eu não podia pedir para ser tratado melhor do que era por eles e ainda seguimos amigos. Mas, eu sempre equiparo isso a ser um jogador. Sabe, se você é Derek Jeter, você joga para o Yankees, depois, quando os seus dias de jogador acabam, você vira o treinador. Depois você vira o Vice Presidente de Operações e então Gerente Geral. Então, o único passo seguinte logicamente seria se tornar dono do time. E é assim que eu cheguei aqui, que criei a minha própria empresa. E, bem, você sabe, estando com o Ozzy, eventualmente, em algum momento, você decide ter sua própria banda. E tipo, se você quer ser responsável por tudo, esse é o único caminho. Eu não mudaria minha situação por nada. Eu amo desenhar diferentes tipos de guitarra, com corpos e estilos diferentes e criar minhas próprias coisas. É bastante divertido e não mudaria por nada. Eu amo fazer isso.

Claro, e é bom porque você pode criar as coisas do seu jeito, criar o som e a experiência que você quiser, certo? 

Sim.

E como é estar em turnê? Você tem viajado bastante com seus projetos do Black Label Society, Pantera... E sabemos que a sua família é muito importante para você. Como você concilia estar em turnê e ter tempo para eles? Como é ficar tanto tempo longe?

Bem, nós temos um grupo de chat e falamos todos os dias, coisas assim. Quando estou em casa, juntamos todos para fazer algo, jantar ou almoçar juntos, porque, sabe, hoje cada um tem sua própria vida. O Sabbath Page (o filho mais novo) é o único que ainda vive com a gente. Então acho que é mais arrumar tempo para estarmos todos juntos quando podemos, sair para comer um pedaço de pizza. É bastante louco.

Podemos ver um pouco sobre a sua relação com eles nas redes sociais e é inspirador. É muito bonita a relação de vocês.

Sim, muito, muito. Eu e a Barbaranne temos muito orgulho dos nossos filhos. Eles são todos boas pessoas.

Isso é muito legal! E você sabe que você tem uma legião enorme de fãs no Brasil. Eu pessoalmente conheço alguns membros do seu fã clube, Hell's Kitchen Brasil. Você poderia dar um salve para eles ou talvez enviar uma pequena mensagem convidando-os para a turnê e para assisti-lo enquanto estiver por aqui?

Claro! Digo a todos vocês do Chapter Brasil, sigam fortes, continuem sangrando Black Label. Estaremos ai antes que percebam. E, para todos, esperamos vocês no Best of Blues Festival, estamos ansiosos para ver todos. Com o Zakk Sabbath, Joe, Kiko e todo o resto do grupo. Vemos vocês lá. E estamos ansiosos para destruir as churrascarias brasileiras quando chegarmos ai, com certeza.

Com certeza! Espero que você coma maravilhosas carnes enquanto estiver por aqui. Muito obrigada, Zakk, pelo seu tempo e atenção. Foi um prazer falar com você. E vejo você em breve.

Claro. Cuide-se. Foi um prazer também. Obrigado.

Best of Blues and Rock

Já em sua 11ª edição, o festival ocorrerá de 20 a 25 de junho e, pela primeira vez, será expandido para além de São Paulo, passando também pelo Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.

Além de Zakk Sabbath, o festival ainda contará com Joe Bonamassa, Eric Gales, Kiko Loureiro, CPM 22, Di Ferreiro, Hibria e Yohan Kisser.

Confira abaixo as datas e locais do festival:

  • 20 e 21 de junho - Rio de Janeiro - Vivo Rio
  • 22 de junho - São Paulo - Parque do Ibirapuera
  • 23 e 24 de junho - Curitiba - Live Curitiba
  • 25 de junho - Belo Horizonte - Arena Hall

Os ingressos podem ser adquiridos em www.eventim.com.br. Para mais informações, clique aqui

Carol Goldenberg

Advogada de formação, amante incondicional da música desde terna idade. Frequentadora assídua de shows e festivais, sempre presente nas plateias dos mais variados gêneros. Guitarrista, roadie e guitar tech. Recentemente, decidiu seguir seu coração, ingressando no mundo da produção de eventos.

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