Iggy em seu estilo clássico sem camisa dança, pula e anima o público que esteve na sua mão por toda a apresentação - e era notório ver todas as idades ali, animados, vendo um decano dos palcos vivo em sua frente. Ainda que os efeitos do tempo fizeram Iggy não fazer mais seus famosos "stage dive" na plateia, subir nos equipamentos e outras peripécias. A atitude e energia dessa lenda é muito mais do que esses pequenos detalhes.
O show começou revivendo os tempos do The Stooges com "Tv Eye" com a guitarra no talo e "Raw Power" com um vocal mais rasgado que o normal - aqui com direito a todas as danças e gritos do Iggy, que foram devidamente revertidos em excitação do público. "I got a Right" ainda surge com uma potência a mais quando "Gimme Danger", com seu inicio mais "sombrio", explode dando um outro ritmo. "The Passenger" tem uma versão potencializada, assim digamos, com os sopros introduzidos na música, e o mesmo acontece com dançante "Lust For Life" que veio na sequência.
E aquele punk com a guitarra rasgada de "Death Trip" deu a deixa para nada mais que o grande clássico "I Wanna Be Your Dog", onde o publico cantou em uma só voz, e aqui temos um momento que com certeza será lembrado por muitos presentes pela tamanha energia envolvida. A caótica "Search And Destroy" chama a sua atenção pela fúria que é executada, assim como "1970" em que o próprio diz que lembra a sua juventude. Ainda tivemos tempo para uma música do seu ultimo trabalho Every Loser de 2023, a rápida "Frenzy", que ensaiou algumas aberturas de rodas de pogo.
O furacão sonoro Iggy Pop não decepciona, isso é um fato, afinal, lenda sempre será lenda. E esse é seu legado. Um show para se lamentar em não estar presente, e uma alegria saborosa para quem estava ali frente a frente com esse momento.