Terno Rei mostra que ainda temos boas bandas de Indie Rock Tupiniquim

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Tida como uma das melhores bandas de Indie Rock mais recentes - bem, não tão recentes (eles são de 2010) -, os paulistanos do Terno Rei entraram em campo com a responsabilidade de jogar em casa diante de sua torcida e não decepcionaram.

Pela segunda vez no Lollapalooza (a primeira vez foi em 2022),  o Terno Rei começou seu show com "Esperando Você" bem devagarinho e colocando seus fãs numa pequena viagem psicodélica, seguida de "Difícil", que deu uma leve acelerada e agradou ainda mais a plateia fiel dos caras.

"Medo" com sua bela letra, teve Ale Castro (vocal/baixo) soltando sua boa voz em falsete no refrão. A homenagem sincera à cidade natal do Terno Rei foi outra muito bem recebida. "São Paulo" tem realmente a cara da "terra da garoa", garoa que não deu as caras no show dos seus ilustres meninos.

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
"Salve salve, Lollapalloza, salve São Paulo, nossa próxima música se chama '93'", foi assim que Ale se dirigiu ao público pela primeira vez. Outro momento bem bonito, parecia que todo mundo presente sabia todas as letras de cor. Impressionante.

Muita gente compara o Terno Rei com os Los Hermanos e dá pra perceber isso em algumas passagens como em "Brutal", mas nada soando como um pastiche dos veteranos cariocas. "Estava Ali" trouxe o vocal do guitarrista Bruno Paschoal, seguida de "Solidão De Volta" com Ale de volta à voz principal e com as guitarras de Bruno e Greg Maya dando o tom com muita cara do Johnny Marr (The Smiths) nas seis cordas.

"Estamos lançando um novo disco mês que vem e a próxima música se chama "Próxima Parada"", assim Ale introduziu uma nova música que não trouxe nada diferente dos trabalhos anteriores, o que não pode ser ruim, absolutamente. Com pouco mais de guitarras, talvez seja essa a diferença.

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

A climática "Trailers" continuou o show com Ale desafinando um pouco, mas a plateia cantando boa parte quase fez esquecer esse pequeno deslize, seguida de "Luzes De Natal" com os backing vocals do baterista Luis Cardoso, aliás, bem seguro o rapaz.

A curta "Dia Lindo" deu seu recado, mas "Yoko" foi bem mais eficiente. Primeira faixa do álbum Violeta (2019) teve um Terno Rei mais cru, mais ainda bem melódico. E tome a plateia cantando tudo...

A previsível versão de "Lilás" de Djavan soou com a cara do Terno Rei, servindo apenas para manter o clima (abafado) mais quente, mas pelo menos deu vez ao melhor momento do show. "Dias Da Juventude" é um clássico da banda e uma ode perfeita à nostalgia, não é à toa que teve a melhor recepção dos seus fãs.

A ótima "Nada Igual" foi a saideira de um bom show, e que mostrou que o Terno Rei tem tudo para continuar entre as melhores bandas brasileiras do seu estilo.

Tarcísio Chagas

Foi iniciado na música no meio da Soul Music, Rock Br e se perdeu de vez quando comprou o disco "Animalize" do KISS em novembro de 1984. Farofeiro raiz, mas curtidor de quase todos os estilos musicais, Tio Tatá já foi há mais de 1000 shows em 40 anos de pista. Já escreveu para o Metal Na Lata, Confere Rock, Igor Miranda site, Rock Vibrations e eventualmente colabora com o canal Tomar Uma no YouTube.

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