Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
Com uma
versão reduzida do cenário apresentado na gravação do DVD Baseado em Fatos
Reais, Planet Hemp: 30 anos de Fumaça”, gravado há cerca de dois meses em São
Paulo, com previsão de lançamento em novembro próximo, Marcelo D2 e B-Negão
aparecem animados no palco do Rock in Rio 40 anos mandando uma dobradinha para
já deixa o jogo controlado, um mix com “Ex-Quadrilha da Fumaça” e “Fazendo Sua
Cabeça”.
Tudo
certo, tudo no show do Planet Hemp sob controle e B-Negão já avisa que “show de rock tem que ter roda, cadê a roda”? E o riff pesado de “Distopia”,
o primeiro single do último disco Jardineiros, dá o tom pesado do show.
A
vinheta “Marcelo Yuka”, “Quando o
instrumento do medo não funciona / A gente adquire um poder inimaginável”,
ganha os alto-falantes e introduz a próxima pancada: “Taca Fogo”, ambas também
presentes em Jardineiros.
D2 está
felizão de tocar em casa e pergunta “hoje
não é dia do rock?”, então toma! E tocam “DIG-DIG-DIG (Hempa)”. Na
sequência B-Negão rege o coro da multidão: “Jardineiro
não é traficante / Jardineiro não é traficante / Ouça o que eu digo, cumpadi /
Não compre plante”!
A banda
no palco é pesada, além de Nobru Pederneiras, guitarra, Formigão, baixo,
Pedrinho, na bateria, DJ, a banda trouxe naipe de metais. E B-Negão, sempre
muito falante e ativo com a plateia, avisa que quer ver várias rodas abertas, e
vem “100% hardcore”, paulada que não amansa nem com a música incidental, de
levada afro, “Deixa a Gira Girá”, do grupo baiano Os Tincoãs.
Como é
festival e o tempo urge, tudo acontece muito rápido e D2 e B-Negão aparecem no
palco com um baseado inflável gigante cada um e mandam o clássico “Legalize Já”!
Tudo está tão descontraído que Bernardo erra a letra, D2 olha pra cara do
companheiro, os dois riem e tudo continua como se nada tivesse acontecido, esse
é o clima, amizade e descontração.
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
D2 mais
uma vez lembra que o Planet Hemp é do Rio de Janeiro e a banda toca “Zerovinteum”,
faixa que abre o segundo disco da banda “Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Para”.
D2 e B-Negão citam o ex-Planet Hemp Gustavo Black Alien e chega a vez de “Queimando
Tudo”. O show é uma grande celebração, são lembrados 30 anos de carreira e o
público acompanha empolgado tudo o que vem do palco.
Antes de
tocar “Stab”, B-Negão discursa e cospe revolta para todos os lados, fala das
queimadas que estão espalhadas e destruindo todo o país, fala dos pastores falsos
profetas e por última grita Palestina Livre! Bom citar que, apesar do calor,
Bernardo estava até agora vestindo um keffiyeh,
lenço típico palestino, enrolado no pescoço. O show mantém um ritmo de som mais
ameno com “Contexto”, até que Bernardo de novo reinicia o discurso político e
solta que “não quero saber do peão que tá
tacando fogo em tudo, quero saber do ‘patriota’ que tá mandando”... “A Culpa É De Quem?”, ele pergunta anunciando a próxima canção.
O tempo vai se esvaindo e
D2 e B-Negão chamam ao palco “Nossa amiga
Pitty”, e com a cantora baiana a banda toca “Admirável Chip Novo”, do
repertório dela – e que a banda regravou para uma edição especial do disco da
moça. Ainda com Pitty, uma trinca: “Teto de Vidro”, onde a baiana assumiu o
vocal principal e finalizam o show com D2 dizendo que conheceram Pitty na
Bahia, quando ela foi abrir um show do Planet Hemp e tocava um cover desta
música: “Mantenha o Respeito”. A versão aqui é especial e tem “Máscara”, da
Pitty, como música incidental e voltam à música do Planet para encerrar a noite
com chave de ouro, sem mais delongas.
