Paralamas presenteia público com show emocionante no Rock in Rio

Foto: Adriana Vieira / Rock on Board

A pontualidade está agradavelmente se tornando marca registrada dos artistas brasileiros no Palco Mundo, na Cidade do Rock.
Os Paralamas do Sucesso inicialmente se apresenta ao público de modo virtual, com imagens de toda uma história no rock nacional passando nos telões, destacando cenas do primeiro Rock in Rio, em longínquos 1985. Preparada, a plateia ovaciona a banda, que finalmente adentra o palco fisicamente, já metendo o pé na porta com o seu primeiro grande sucesso nas rádios brasileiras: "Vital e Sua Moto" preenche o palco de forma absoluta, tal qual o trio Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone. Herbert convoca desde já as palmas da galera, que corresponde muito entusiasmada.

"Cinema Mudo" baixa um pouco a empolgação do público, mas os metais da "Patrulha Noturna" retoma a animação, que se mantém até o final. Aliás, os metais, presença constante na música do Paralamas, são marcantes no show, e às vezes até encobrem um pouco a voz de Herbert, como em "Loirinha Bombril".
Herbert brinca com a plateia majoritariamente jovem, perguntando primeiro "Quem estava lá em 1985? Não, vocês são os netos..." - me senti velha.

Então a guitarra de Herbert atinge um volume altíssimo em "Selvagem" (com uma inserção de "Polícia" dos Titãs), e ganha a companhia do vozerio do público. Mais uma vez, os ânimos se acalmam com "Aonde Quer Que Eu Vá" e "Lanterna dos Afogados". Nesse momento, eu me emocionei, pois eu vi os Paralamas em seu início de fama, e muito passou-se com eles, e agora estava ali, tendo o privilégio de ver um sobrevivente em pleno controle de sua arte, celebrando não só os 40 de Rock in Rio, quando ele esteve lá, como a vida.

Foto: Adriana Vieira / Rock on Board

A gratidão parece que também dá o tom dessa banda de "caras gente boa", e Herbert agradece à equipe técnica, quando é interrompido pelo público, que gritava "Paralamas, Paralamas", deixando o guitarrista/vocalista algo surpreso e sem palavras. Daí em diante, a bola não baixou, com "A Novidade", "Melô do Marinheiro" e "O Beco", quando Herbert ensaia apresentar a banda, mas só fala de Barone, que faz um ligeiro solo de bateria, mostrando o porquê de ser um dos melhores músicos brasileiros, colega de homenageados pela banda em trechos, como Raul Seixas, ("Sociedade Alternativa"), Tim Maia ("Gostava Tanto de Você" e "Você") e Lulu Santos. Este, citado por Herbert como uma de suas maiores influências e considerado por ele como um dos melhores guitarristas do planeta, logo depois de tocarem "Óculos" - música que realmente os lançou para todo o Brasil.

Mas foi "Meu Erro" que levou a Cidade do Rock ao delírio. Canção que estava no auge na ocasião da primeira edição do festival, essa foi a que a galera mais cantou e pulou junto, arrancando algumas furtivas lágrimas desta que aqui vos escreve. Quem não nasceu aqui, pode não entender a importância do Paralamas do Sucesso na história dos que amam o rock, mas hoje, mais de 40 anos depois, o Sucesso já vem antes dos Paralamas.

Noemi MacHado

Passou dos vinte há algum tempo, foi desencaminhada pelo Genesis, Queen e Led Zeppelin ainda na infância e conviveu com bandas de rock a vida quase toda. Apresentadora do programa ARNews na Rádio Planet Rock e Rádio Oceânica FM, também é produtora de eventos, gestora do coletivo Arariboia Rock e colaboradora do site Rock On Board.

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