Acompanhado de uma boa banda, Post Malone fecha primeiro dia do The Town

Foto: Adriana Vieira
 
Coube a Post Malone a tarefa de encerrar o primeiro dia do The Town no Palco Skyline. O rapper, com shape de roqueiro, voltou a esbanjar simpatia mesmo com uma insistente chuva que castigava os fãs grudados na grade. Aliás, essa é a segunda vez que o cantor se apresenta debaixo de água no festival - a outra foi no Rock in Rio 2022.

Embora Post Malone não tenha mostrado a força popular de Bruno Mars na hora de vender ingressos - seu dia demorou a esgotar mesmo sendo num sábado e na abertura do festival -, ele possui um ingrediente que atrai fãs e não-fãs no mundo inteiro. O cara tem um carisma implacável. Além disso, ele possui uma presença de palco que costuma entrar naquele jargão batido da nova geração de "entregar tudo".

Mas há alguns pontos que vale ressaltar nessa apresentação de Malone. Primeiro, que ela é melhor que do Rock in Rio, há um ano. E isso acontece, porque há mais musicalidade envolvida no palco. Diferente da última passagem, desta vez ele veio acompanhado de uma banda, que deu ao show uma pitada rock - nas devidas proporções, é claro. Aliás, é bom dizer, que Post Malone é um fã do gênero. Já gravou com Ozzy e o escambau, e sempre é fotografado fazendo os famosos chifrinhos com a mão - símbolo clássico dos headbangers.


É fato também que essa versão menos pasteurizada que apareceu no palco do The Town não interessa aos fãs dele. O cara tem mais de 64 milhões de ouvintes no spotify (mais que o próprio Bruno Mars, inclusive) e seus hits são entupidos de artifícios mercadológicos de gosto duvidoso, como o uso de autotune e colagens. No entanto, a presença de um bom baterista, de um guitarrista seguro e um apoio de músicos incluindo violoncelista e três violinistas, deu uma dinâmica maior ao seu show e o tornou mais real e, principalmente, humano. Estar com uma baita banda é assumir um maior risco também, de erros, execução e falta de entrosamento.

E o resultado de tudo isso exposto acima foi um público que cantou, dançou com o artista e viu uma performance mais chegada ao rock - não como Demi Lovato [saiba como foi o show dela no The Town], mas com resquícios interessantes. Canções como "Zack and Codeine" e "Rockstar", vieram com vestimentas mais pesadas e enérgicas, mostrando como é legal ter um baterista "sentando a mão", mesmo que em devidas proporções. Outro momento curioso, que entra na questão de humanizar um show de pop, foi em "Stay", que foi tocada no violão por um fã chamado no palco.

De todo modo, o que se esperava de Post Malone era que ele conseguisse trazer entretenimento para o público, de forma que justificasse sua presença como healdliner desse primeiro dia. E o cara, mesmo com a chuva torrencial, fez tudo o que dele se espera. Goste ou não de sua música.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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