Uma noite carioca de rock com Stone Temple Pilots e Winery Dogs


O Rio deu mais uma amostra hoje, 27/04, de que nunca deixou de ser um bom destino para grandes bandas de rock. Nesta noite, Winery Dogs e Stone Temple Pilots entregaram tudo em dois grandes shows no Vivo Rio. A abertura ficou por conta da banda de Las Vegas, Velvet Chains.

The Winery Dogs mostra virtuosismo em alto volume

Se tem uma banda que faz jus ao título de Power Trio essa banda é o Winery Dogs. Billy Sheehan, Mike Portnoy e Richie Kotzen são três músicos muito virtuosos e literalmente dão show no palco.

Em mais uma apresentação na cidade maravilhosa, eles tocaram por pouco mais de uma hora seu poderoso Hard Rock, com solos de guitarra e baixo virtuosos, muito barulho (o som estava um pouco acima do tolerável) e passeou pela sua curta discografia. 

Iniciaram com a dobradinha  "Gaslight" e "Xanadu", de seu novo álbum, "III", que ditou o setlist do show, já que praticamente metade das faixas tocadas foram deste mais recente trabalho, lançado em fevereiro de 2023, para logo depois passear por sucessos do autointitulado "The Winery Dogs" e "Hot Streak".

Para fechar com chave de ouro, os dois mais radiofônicos sucessos da banda, "Desire" e "Elevate".

É importante reforçar dois destaques da banda: o que Billy Sheehan faz com o seu Baixo é absurdo! Não é à toa que leva a alcunha de Eddie Van Halen do Baixo. Outro ponto importante é a capacidade vocal de Richie Kotzen. O frontman consegue alcançar agudos assustadores, e ainda é um guitarrista de primeira. Além disso, seu timbre lembra bastante do falecido vocalista noventista e seu contemporâneo, Chris Cornell.

Stone Temple Pilots se garante em repertório saudosista
 

Se o Winery Dogs trouxe um setlist recheado com seu novo trabalho, o Stone Temple Pilots investiu em estratégia contrária, onde concentrou seu repertório basicamente nos seus dois primeiros álbuns, Core e Purple

Com Jeff Gutt, vocalista que herdou a vaga do icônico e finado Scott Weiland, muito mais à vontade com a banda do que na última vez que estiveram por aqui, o quarteto californiano foi muito competente no palco e entregou tudo que podia. 

Com uma chuva de hits, o repertório começou com o sucesso "Wicked Garden", para logo em seguida emendar "Vasoline", ditando o que viria pela frente. "Medow", quinta faixa da noite, foi a exceção à regra e, vale lembrar, foi o música que apresentou Jeff Gutt como novo vocalista da banda, em 2018.

Destaque para algumas faixas "esquecidas" do debutante Core, e que deram um tom nostálgico à noite: "Sin" e "Piece of Pie". 

Como não podia deixar de ser, o ponto alto ficou por conta de "Plush", grande sucesso radiofônico da banda, que transformou o Vivo Rio numa catarse. Poucos foram os contidos que não tiraram o celular do bolso para gravar o momento tão esperado. 

Para encerrar, a banda tocou seu primeiro single a ter um clipe na MTV: "Sex Type Thing", encerrando com requintes de crueldade uma noite perfeita de puro rock'n roll na cidade que respira samba e outros ritmos, mas que nunca deixará de ter seus fiéis seguidores.

Dean DeLeo, Robert DeLeo, Eric Kretz e o ainda novato Jeff Gutt deram conta do recado com muita eficiência, qualidade e, acima de tudo, com garra, vontade de tocar música boa para aqueles corajosos que saíram de casa numa quinta-feira à noite para prestigiá-los. 

Se valeu à pena? Sempre vale! Quando pensar duas vezes antes de decidir ir a um show, lembre-se: ficamos trancados praticamente 2 anos em casa!

Rafael Rodrigues

Carioca, flamenguista e apaixonado por música! Flutuando entre o mundo corporativo e o lúdico musical. Algumas dezenas de shows cobertos e resenhas escritas, na aventura do rock'n roll desde sempre, escrevendo sobre ele há mais de uma década!

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA