Iggy Pop retorna furioso, visceral e cheio de convidados em 'Every Loser'

Iggy Pop

Every Loser
⭐⭐⭐⭐ 5/5
Por  Ricardo Cachorrão Flávio 

Primeira semana do ano de 2023 e, enquanto o mundo ainda debate as intermináveis listas de “melhores do ano de 2022”, o velho James Newell Osterberg (aka IGGY POP), 75 anos, cospe em nossa cabeça Every Loser, um disco digno do vocalista do The Stooges e do parceiro de David Bowie do fim da década de 70, muito diferente dos últimos trabalhos “estranhos”, como o disco em parceria com Josh Homme, do Queens of the Stone Age, o chatíssimo Post Pop Depression ou bobagens como Preliminaires ou Après, discos onde flerta com o jazz e canta em francês.

Em Every Loser, temos o velho Iggy Pop como aprendemos a gostar: furioso, barulhento, visceral, num álbum rápido, rasteiro e certeiro, cheio de convidados especiais, direto na ferida. A abertura com “Frenzy” já mostra o caminho seguido.

Participam do disco o falecido baterista Taylor Hawkins, dos Foo Fighters, numa de suas últimas gravações, além de gente como Chad Smith, dos Red Hot Chili Peppers, Dave Navarro, do Janes Addiction, Duff McKagan, do Guns N'Roses, dentre outros. Produzido por Andrew Watt, tido como responsável pelo último bom trabalho de Ozzy Osbourne depois de alguns discos “mornos”, é ele quem garante a jovialidade deste álbum.
 
 
A sequência é com “Strung Out Johnny”, com sonoridade que remete ao pós-punk da década de 80, quando Pop ditava regras, sozinho ou em parcerias com diversos nomes, como o já citado Bowie ou Kate Pierson, dos The B-52’s. “New Atlantis” é uma canção tranquila, que contrasta com a entrada furiosa da sequência, com “Modern Day Ripoff”.

A calmaria retorna com “Morning Show”, e até aqui garante um “morde e assopra” entre uma faixa e outra. A vinheta “The News for Andy” introduz a porrada “Neo Punk”, que tem participação de Travis Barker, baterista do Blink 182. “All the Way Down” mantém a energia lá no alto.

“Comments” é parceria com Taylor Hawkins, outra faixa que me transportou aos anos 80, um ritmo bem marcado por baixo e bateria, e tecladinho bem característico da época. Faixa de pegada pop / grudenta, que agrada a gregos e troianos. “My Animus” é outra vinheta falada onde o velho Iguana prepara o fim do disco e introduz “The Regency”, música que começa calminha, quase uma balada e vai ganhando corpo, findando o excelente álbum em astral lá no alto!

Apesar de todo o legado que Iggy Pop já deixou para a música mundial, e que o credencia a não precisar fazer mais nada, quando a gente pensa que o próximo passo é a aposentadoria, chega essa grata surpresa: um discão – Every Loser vale cada minuto de audição, e, apesar de estarmos na primeira semana do ano, já adianto que deveremos falar dele em dezembro, na lista de melhores de 2023!

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Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

2 Comentários

  1. Como sempre, boas resenhas e muita informação, daquelas que você corre pra rodar a bolacha.

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  2. Como sempre uma boa resenha, daquelas que desperta o desejo de correr e rolar a bolacha.

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