Primeira semana do ano de 2023 e, enquanto o mundo ainda debate as
intermináveis listas de “melhores do ano de 2022”, o velho James Newell
Osterberg (aka IGGY POP), 75 anos, cospe em nossa cabeça Every Loser, um
disco digno do vocalista do The Stooges e do parceiro de David Bowie do fim da
década de 70, muito diferente dos últimos trabalhos “estranhos”, como o disco
em parceria com Josh Homme, do Queens of the Stone Age, o chatíssimo Post Pop Depression ou bobagens como Preliminaires ou Après, discos onde flerta com o jazz e
canta em francês.
Em Every Loser, temos o velho Iggy Pop como aprendemos a gostar:
furioso, barulhento, visceral, num álbum rápido, rasteiro e certeiro, cheio de
convidados especiais, direto na ferida. A abertura com “Frenzy” já mostra o
caminho seguido.
Participam do disco o falecido baterista Taylor Hawkins, dos Foo
Fighters, numa de suas últimas gravações, além de gente como Chad Smith, dos
Red Hot Chili Peppers, Dave Navarro, do Janes Addiction, Duff McKagan, do Guns N'Roses,
dentre outros. Produzido por Andrew Watt, tido como responsável pelo último bom
trabalho de Ozzy Osbourne depois de alguns discos “mornos”, é ele quem garante
a jovialidade deste álbum.
A sequência é com “Strung Out Johnny”, com sonoridade que remete
ao pós-punk da década de 80, quando Pop ditava regras, sozinho ou em parcerias
com diversos nomes, como o já citado Bowie ou Kate Pierson, dos The B-52’s. “New
Atlantis” é uma canção tranquila, que contrasta com a entrada furiosa da
sequência, com “Modern Day Ripoff”.
A calmaria retorna com “Morning Show”, e até aqui garante um “morde
e assopra” entre uma faixa e outra. A vinheta “The News for Andy” introduz a
porrada “Neo Punk”, que tem participação de Travis Barker, baterista do Blink
182. “All the Way Down” mantém a energia lá no alto.
“Comments” é parceria com Taylor Hawkins, outra faixa que me
transportou aos anos 80, um ritmo bem marcado por baixo e bateria, e tecladinho
bem característico da época. Faixa de pegada pop / grudenta, que agrada a
gregos e troianos. “My Animus” é outra vinheta falada onde o velho Iguana prepara o
fim do disco e introduz “The Regency”, música que começa calminha, quase uma
balada e vai ganhando corpo, findando o excelente álbum em astral lá no alto!
Apesar
de todo o legado que Iggy Pop já deixou para a música mundial, e que o
credencia a não precisar fazer mais nada, quando a gente pensa que o próximo
passo é a aposentadoria, chega essa grata surpresa: um discão – Every Loser vale cada minuto de audição, e, apesar de estarmos na primeira semana do ano,
já adianto que deveremos falar dele em dezembro, na lista de melhores de 2023!
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Como sempre, boas resenhas e muita informação, daquelas que você corre pra rodar a bolacha.
ResponderExcluirComo sempre uma boa resenha, daquelas que desperta o desejo de correr e rolar a bolacha.
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