Terno Rei comemora novo álbum e fala da expectativa para o Lollapalooza Brasil

Terno Rei se apresenta no segundo dia do Lolla, no palco Budweiser

Por  Bruno Eduardo 


Quem for ao Lollapalooza Brasil este ano vai ter um motivo especial para chegar cedo. Isso porque a banda paulistana Terno Rei vai estar apresentando em primeira mão algumas canções do seu quarto álbum de estúdio, Gêmeos, que acaba de ser lançado. Com mais de dez anos de estrada, a banda comemora seu novo trabalho, que consolida de vez o grupo como um dos principais nomes da nova geração. Em entrevista ao Rock On Board, o grupo falou sobre a sonoridade desse novo álbum e da emoção em poder tocar num dos festivais mais famosos do mundo.


De cara, Gêmeos chama a atenção pelo capricho na produção, com uma mixagem que destaca a alternância dos elementos. Essa sonoridade mais robusta faz o álbum soar como um upgrade na discografia do Terno Rei. O guitarrista e tecladista do grupo, Greg Maya, concorda: "A gente sempre prezou para que os discos fossem mais produzidos. Eu escuto o 'Violeta' (álbum anterior, 2019) e acho ele magro em comparação ao novo disco. Não que seja ruim, mas esse disco é mais produzido. Ele é mais cheio!", disse. 


Outra coisa que mexeu bastante com a inspiração do grupo foi o fato de terem criado o álbum num momento de isolamento social. Quem ouvir Gêmeos com atenção, vai notar altas cargas de nostalgia às canções. Há muita coisa que remete bandas noventistas, como por exemplo, "Esperando Voz", faixa que abre o disco e traz pitadas de Weezer nos primórdios. "Eu nunca tinha visto com os olhos de Weezer, mas senti uma coerência nisso, sim!", disse Greg, que cita Radiohead (fase Pablo Honey) e Smashing Pumpkins como algumas referências. 


"Na pandemia a gente ficou muito nostálgico", afirma Bruno Paschoal. "A gente ficou ouvindo Alanis Morissete para cacete, muita coisa dos anos noventa", ele diz. "Na verdade a gente ouviu um pouco de tudo! Charlie Brown Jr., Alanis... Pode botar um monte de coisa nesse molho aí!", completa o baterista Luis CardosoMas não esperem um disco apenas com o pé nos 90. A banda bebeu muito na fase pós-punk e pesou a mão nos teclados - algo marcante nas principais bandas e artistas dos anos 80. Músicas como "Difícil" e "Retrovisor" são ótimos exemplos dessa ambiência. Bruno Paschoal entrega os companheiros: "Os meninos gostam muito de The Cure, né? Aí não tem jeito", brinca. 


"A gente sempre teve esse negócio de botar bastante teclado e synth nas músicas. E nesse álbum não foi diferente. Ele é bem carregado desse synth oitentista", explica o vocalista do grupo, Ale Sater, que concorda também que as duas canções citadas como exemplos, são as que mais evidenciam isso no disco. Já Greg usa exemplos de bandas da época para explicar as referências: "No Violeta a gente tem a "Luzes de Natal", que é a nossa homenagem ao The Smiths. E agora no 'Gêmeos' a gente tem uma homenagem mais Joy Division".


Algo importante de frisar, principalmente para quem teve contato com a banda há mais tempo ou passou a curtir o som do grupo em álbuns anteriores, é que embora haja uma notável evolução e amadurecimento sonoro, não há grande distanciamento da proposta inicial. Gêmeos é um álbum que se destaca na produção, com canções que chegam a ser cinematográficas ("Isabella Gêmeos"), mas que mantém intacta a assinatura do Terno Rei. Bruno ressalta: "A gente sempre tenta prezar o nosso DNA. É um disco diferente, mas é um disco do Terno Rei. Isso é um ponto forte!". O baterista concorda: "Inclusive quando lançamos o single, "Aviões", um pessoal falou, 'parece o terno Rei que eu conheci em 2014'. Que é uma coisa sincera, pura, sem tentar soar como algo", explica Luis.


Banda pede para a galera chegar cedo no Lollapalooza


O Terno Rei será uma das primeiras atrações do segundo dia de Lollapalooza Brasil. A banda se apresenta no Palco Budweiser às 13h05 do sábado, 26 de março. Esse será o primeiro grande festival desde o início da pandemia. A banda não esconde a ansiedade, já que esse será o primeiro show da nova turnê. "Eu tenho certeza que vai ser irado. A gente está preparando um set massa e esse será o primeiro show da nossa turnê", diz Bruno Paschoal. "Como a gente vai tocar cedo, a gente sabe que o público vai ser menor, então se você puder chegar cedo lá e ajudar a engrossar esse caldo, vai ser irado", pede Luis. O Rock On Board não só estará lá, como indica para a galera que vai: "Cheguem cedo!". 


O Lollapalooza Brasil acontece nos dias 25, 26 e 27 de março no Autódromo de Interlagos. Os artistas estarão divididos em quatro palcos – Palco Budweiser, Palco Onix, Palco adidas e Palco Perry’s by Doritos - proporcionando o melhor do Rock, pop, hip-hop, eletrônico e rap, durante mais de 10 horas ininterruptas de música, em cada dia. Este ano, as atrações principais são Foo FightersThe Strokes e Miley Cyrus. Os últimos ingressos podem ser adquiridos pelo site lollapaloozabr.com/tickets ou na bilheteria oficial (sem taxa de conveniência). Confira a programação completa dividido por palcos e horários AQUI.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2