Em São Paulo, Solid Rock prova que o rock and roll está mais vivo do que nunca!

Aos 67 anos, Rob Halford mostra estar com a voz em dia [Foto: Vinicius Pereira]
Por Karla Beltrani

A segunda edição do Festival Solid Rock aconteceu no último sábado (10) no Allianz Parque, e teve cerca de 5 horas de muito Rock N´Roll. O festival começou com o dia ainda claro, com o show da banda Black Star Riders, que subiu ao palco por volta das 18:10, o estádio não estava lotado e as pessoas ainda estavam chegando.

O vocalista Ricky Warwick (Thin Lizzy) além de ser muito carismático, prova que a banda tem muita energia e muita lenha para queimar, a formação conta com integrantes experientes e de peso, como: Scott Gorham (Thin Lizzy) e Damon Johnson (Thin Lizzy, Alice Cooper), o baixista Robert Crane (Vince Neil, Ratt) e o baterista Chad Szeliga (Black Label Society, Breaking Benjamin). É Claro que não poderiam faltar os clássicos do Thin Lizzy, e assim foi! A banda tocou “The Boys Are Back In Tall” (que deixou até os fãs mais tímidos ensandecidos) e “Jailbreak”, fora alguns sucessos do Black Star Riders, como: “When The Night Comes In”, “Before The War”, “Heavy Fire”, “Killer Instintic” e “All Hell Breaks Loose”, vale lembrar que o quinteto já lançou três álbuns, sendo Heavy Fire o mais recente, de 2017.

Pontualmente, às 19:00 Jerry Cantrell, William Duvall, Mike Inez e Sean Kinney, sobem ao palco para fazer um verdadeiro show de Rock! O Alice In Chains é uma das bandas mais bem sucedidas do chamado Big Four, a sair de Seattle na década de 90, transformando o grunge. “Rainier Fog”, música que leva o nome do álbum de trabalho mais recente da banda deu início ao show. O vocalista e guitarrista William Duvall logo se arriscou no português, e cumprimentou os fãs: "É bom estar de volta!", e já emendou com um clássico das antigas, “Again”. Das mais atuais, “Never Fade” mostrou boa aceitação do público, com os fãs cantando junto. O show seguiu alto com “Them Bones” e “Hollow”. 

Carismático e cheio de atitude, o vocalista William Duvall é muito desenvolto e demonstra estar muito à vontade no palco. Parece que faz parte da banda há muito mais tempo. Além de ser um músico excepcional, é perceptível como ele consegue trazer a essência do Alice In Chains, na voz e maneira que toca e empolga o público. Duvall tem um sentimento legítimo e os fãs que não tiravam os olhos dele, parecem sacar isso. 

E o melhor do show estava por vir... “Down In a Hole” emociona os fãs mais antigos, que entoavam o refrão da música com um misto de passado e presente, numa ode à nostalgia. Impossível não lembrar de Layne Staley, a eterna voz do Alice In Chains. 

Afinal, Alice In Chains já foi trilha sonora de muita gente! Outros clássicos da banda não passaram em branco, “No Excuses”, “Angry Chair”, “Main In The Box”, “Dam That River”, “Would?” e algumas músicas mais novas. O setlist fez jus ao atual momento do quarteto, que pra mim é um dos mais positivos - não só pelo trabalho que o Alice In Chains tem feito, mas também pela receptividade do público com a banda em todas as músicas tocadas.
O vocalista William Duvall arrisca mais algumas frases em português e diz ao público: amo vocês, o show termina ao som do clássico “Rooster”.

Por último e não menos importante, a lenda do Heavy Metal, Judas Priest!
Quando a música “War Pigs” do Black Sabbath antecede um show, eu só posso dizer uma coisa, preparem-se!

Com direito a cortinas, luzes e muitos efeitos, os monstros do metal sobem ao palco às 21:10 no Allianz Parque, com o estádio já totalmente lotado.
Rob Halford, Ian Hill, Scott Travis, Richie Faulkner e Andy Sneap proporcionaram aos fãs uma noite de hinos, a primeira música foi "Fire Power", do álbum de 2018, que leva o mesmo o nome.

O show seguiu com os clássicos “The Riper”, “No Surrender”, “Turbo Lover”, “Lightning Strike”, “Grinder”, Sinner e “Running Wild” entre outras músicas da banda, com direito  a muitos agudos. Inclusive, vale ressaltar que o Metal God, Rob Halford está em plena forma física e vocal para os seus 67 anos.
Porque se tem algo que o Judas Priest faz com maestria é deixar os fãs pasmos com tamanha performance no palco e no Solid Rock não foi diferente!

O vocalista Rob Halford muitas vezes parece brincar com a voz, interage muito com o público e sabe como conduzir o show, fazendo uma apresentação impecável e emocionante para os fãs de todas as gerações (pais e filhos). Rob Halford faz trocas constantes de figuro (jaquetas e coletes de couro) praticamente em todas as músicas, fazendo uma referência visual de todas as fases e álbuns da banda.

A entrada triunfal do vocalista em cima de uma motocicleta Harley Davidson também não poderia faltar, o baterista Scott Travis pergunta ao público: “Como vocês estão esta noite?”, “O que querem ouvir?”, é o suficiente para os fãs gritarem “Painkiller”, o baterista que é considerado um dos melhores bateristas de heavy metal e que está no Judas Priest desde 1989, deu aos fãs o que eles queriam e o público foi a loucura com mais um hino. “Eletric Eye” é cantada em coro pelos fãs que parecem extasiados com o que estavam vendo, seguido de outros dois clássicos, “Breaking The Law” e “Living After Midnight” do álbum British Steel, que encerra o show em clima de festa!

Apesar do vocalista ter dito em entrevista que esta poderia ser a última turnê da banda, já aviso, está longe de parecer um show com cara ou clima de despedida.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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