Rock in Rio: Após 34 anos, Whitesnake retorna ao festival em grande estilo


David Coverdale liderou o Whitesnake em ótimo show [Foto: Adriana Vieira]
Por  Rosangela Comunale 

Tudo bem que, acompanhado de excelentes músicos e com uma baita economia na hora de soltar notas mais agudas e ousadas, é fato que a banda precisava mesmo investir em algo mais (como se já não acumulasse tesouros musicais) pelos próximos anos.  A fé é tanta nesta nova empreitada fonográfica que os caras chegaram a incluir, neste segundo dia de festival, canções do novo álbum Flesh & Blood como “Hey you (You make me rock) e “Trouble is your middle name”. Para os mais desatentos, as músicas poderiam até soar como mais do mesmo na carreira do Whitesnake. E realmente soaram.

A plateia, claro, mostrou-se viva mesmo foi na hora dos clássicos whitesnakianos “Love Ain't no Stranger” e “Is this Love”, sem contar com “Burn”, da era Deep Purple, que fechou, como já é tradição, a apresentação.

A chuva leve que antecedeu a entrada dos senhores no palco parou como se anunciasse o início triunfal dos trabalhos em respeito a toda a história da banda, incluindo no histórico, a participação na primeira vez do festival nos idos de 1985. Porém, ao legítimo estilo britânico de ser, podemos dizer que David Coverdale fez um show protocolar e diplomático, sempre repetindo como bordões “Here´s a song for you” e , antes de Still Of the Night, bradou “Let´s make some noise. This is Rock in Rio”.

Dentro do potencial e de sua faixa etária com seus 68 anos,  a performance foi justa. Mas talvez não tenha sido uma boa coisa o show começar pouco depois do calor das emoções imposto pelo rock brasuca de Raimundos + CPM 22 e Titãs. A diferença entre a jocosidade brasileira e a austeridade inglesa falaram mais alto, talvez. Coverdale nem precisava muito para interagir porque as músicas já chamavam a plateia por si só mas ficou faltando uma resposta maior de quem estava na arena. Quem atraiu mesmo um diálogo com  o público e fez um show à parte foi o enérgico batera Tommy Alridge, de 69 anos, com um solo que, além de convocar a participação de quem estava lá, arrebatou as atenções quando o americano tocou com as próprias mãos, dispensando baquetas. Aí, sim, a galera foi ao delírio.

Já chegando ao fim, um recado: “Be safe, be happy. Don´t let anybody make you feel afraid” ( Fiquem seguros, sejam felizes. Não deixe que ninguém faça com que sintam medo). Medo, aliás, é algo que a banda realmente não tem. Apesar das contrariedades estabelecidas pelas forças do tempo haja vista o desgaste da voz de David, o grupo mostra que, no mundo da Música, é possível, sim, se arriscar sem medo de ser feliz.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

1 Comentários

  1. piada né? Raimundos desfalcado, Titãns acabou... Falar de David Coverdale? Da banda q conta com músicos de alto calibre? Fala sério. Brasileiro tem mais é que comer muita farinha pra tentar ouvir Whitesnake (que não é farofa).

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