Rock in Rio 2017: Enfim! Alter Bridge estreia guitarras pesadas no Palco Mundo

Myles Kennedy exibe técnica vocal  no show do Alter Bridge (Foto: Adriana Vieira)
Por Noemi Machado

Com a presumida responsabilidade de representar o metal nessa edição do Rock in Rio, que veio carente do estilo, a expectativa de ver Alter Bridge sobre o Palco Mundo alcançava até quem não os conhecia bem, mas "já ouviu falar”. 

Formado por remanescentes do Creed, o Alter Bridge ainda luta contra as opiniões divididas entre os fãs das duas bandas (particularmente, entre os fãs dos dois vocalistas, Scott Stapp, do Creed, e Myles Kennedy, com discussões em redes sociais que ficam divertidíssimas de acompanhar, até), mas não deveria. Se no primeiro álbum da banda o Creed ainda soava de alguma forma aos ouvidos, em 'The Last Hero', álbum lançado em 2016, a pegada se mostra bem diferente. Bem mais pesado e calcado no hard rock classicão, bem anos 70, e no metal alternativo, o guitarrista Mark Tremonti (assim como o resto da banda) se mostra bem mais solto e livre na guitarra, longe dos dedilhados e harmônicas característicos que o acompanharam no final dos anos 90.
Tremonti não economizou nos solos e riffs pesados (Foto: Adriana Vieira)
Talvez mal colocado num festival onde realmente não tem nem muito lugar pra se colocar, o Alter Bridge chega no palco espartanamente personalizado - apenas o seu símbolo no telão – com a promessa de um show curto, mas mostrando a que veio, chamando a galera (em português) com "Come To Life". Kennedy já mostra de cara porque é considerado um dos melhores vocalistas da atualidade, com a voz segura em todas as oitavas que é capaz de alcançar. E para quem gosta de riffs marcantes e bons solos de guitarras (executados tanto por Kennedy quanto por Tremonti), também foi um show satisfatório. À "My Champion" coube uma conquista de um certo interesse de quem ainda relutava. Acostumado a vir ao Brasil com o guitarrista Slash, o vocalista mostra-se familiarizado com os fãs: "E aí, galera?", saúda em bom português.

Se na primeira metade do show a plateia se mostrou interessada mas não tão empolgada, em "Open Your Eye" (do primeiro álbum), ela entoa junto o refrão, mesmo que orientada por Kennedy, fazendo um momento bonito de um show, que se encerra com "Rise Today".

Para uma banda desconhecida da maior parte do público, o Alter Bridge cumpriu bem o seu papel e agradou. Espera-se que voltem uma outra vez, com um público mais preparado pra eles, onde não estejam tão deslocados como esta noite, esta edição.

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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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