Rock in Rio 2015: Show do Faith No More tem tombo de Patton e resposta fria do público

Foto: Bruno Eduardo
Mike Patton caiu do palco ao tentar se jogar no público

Por Bruno Eduardo

Ao contrário de vinte quatro anos atrás, quando entrou para história do festival por desbancar o Guns N'Roses, dessa vez o Faith No More não teve a mesma força para conquistar o público presente na Cidade do Rock.

Mantendo a mesma cenografia de sua última - e ótima - passagem pelo país em 2011 [saiba como foi AQUI], o quinteto iniciou o show com a fraca "Motherfucker", de seu novo disco, Sol InvictusNo entanto, a seqüência com duas pancadas das antigas ("From Out Of Nowhere" e "Caffeine") tratou de colocar as coisas no eixo. Foi neste momento que Mike Patton caiu no fosso dos fotógrafos ao errar um stage dive (mosh). Dali para frente, Patton passou o show inteiro fazendo caretas de dor e se manteve estático no palco. "Tranquilo", disse ele. Mas o que se via era o contrário. O cantor parecia incomodado com a resposta do público e com seu desempenho vocal, que parecia bem comprometido.

O super hit "Epic" surgiu logo no início da apresentação, e deu uma falsa impressão de que tudo seguiria em clima de celebração. Mas nem mesmo o maior sucesso do grupo foi capaz de cativar os maggots (como são conhecidos os fãs de Slipknot). Outras famosas dos tempos de MTV foram "Midlife Crisis" e "Easy" - igualmente ignoradas pelos camisas pretas. Das nostálgicas, só "Ashes To Ashes" fez o público pular de verdade. Talvez esse fosse um show mais indicado ao Palco Sunset, já que a banda mantém um clima bem mais intimista do que o próprio festival sugere.

Mesmo que a receptividade não fosse das mais quentes, o grupo também não se esforçou para modificar o quadro  - o que é normal vindo deles. A banda decidiu seguir o roteiro, dispensando assim, algumas músicas que talvez fossem mais apropriadas a um grande festival - como "Be Aggressive", "Land Of Sunshine", "The Real Thing", "A Small Victory", "Digging the Grave", e "Falling To Pieces". Do novo álbum, eles apresentaram quatro canções, com destaque para o rolo compressor "Separation Anxiety" e a enérgica "Superhero" - ambas muito bem aceitas. 

O show ainda teve tempo para um bis de contrato, onde eles preferiram manter o protocolo na cover totalmente dispensável de "I Started A Joke". Nem mesmo a ótima "Just A Man", e a clássica - finalmente! - "We Care A Lot" foram capazes de dar brilho a esta apresentação, que infelizmente, está fadada a ser lembrada apenas pelo tombo de Mike Patton. Uma pena, pois o Faith No More é muito mais do que isso.


Foto: Bruno Eduardo
Discreto, o tecladista Roddy Bottum pouco falou com o público
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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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