Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
Surpreendendo muita gente, Matuê começou com um dos seus maiores sucessos, "Kenny G", com direito a muita fumaça e fogo no palco, enquanto a plateia cantava palavra por palavra - o que sequer diminuiu em "Quer Voar" que veio colada, e a catarse coletiva continuava reinando. Nada além do esperado. "De Peça Em Peça", "Luxúria" e "Vampiro" foram executadas ao lado dos parças Teto e WIU e foram as últimas no formato trap raiz, se assim pode ser dito.
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
Sem tempo pra respirar, "Conexões De Máfia" foi tocada e aí sim, o cara deu uma rápida pausa para o couro voltar a comer na sombria "777-666". Uma banda foi adicionada ao palco e, pasmem, o som beirou o heavy metal, sem exagero, até com direito a um solo virtuoso de guitarra. Enquanto isso, os sinalizadores, que parecem fazer parte de todos os shows recentes aqui no Brasil, deram as caras (e mais tarde pudemos conferir a periculosidade de artefatos como esses em eventos desse porte). Sim, é perigoso, e resta saber como esses sinalizadores entraram no festival, e nessa quantidade (veja itens proibidos aqui)
"Castlevania" e "Máquina Do Tempo" nitidamente influenciadas pela banda O Rappa, continuaram com o clima roqueiro predominando, com fãs aceitando e curtindo tanto quanto os momentos mais hip hop e trap do artista. A plateia continuou a curtir o show como nos anos 90, cantando e pulando ao invés de somente usar os seus celulares para filmar. Mais um ponto para eles.
"É Sal" e "Anos Luz" seguiram no show, mostrando que Matuê é realmente um artista multifacetado, além de mostrar que é um bom cantor, usando o autotune apenas como um recurso de efeito na voz, ao invés de dublar como muitos artistas contemporâneos.
"Isso É Sério" com o Brandão em um dueto com Matuê, foi outro grande momento, com uma alma pop radiofônica que surpreendeu, assim como a balada autobiográfica "Morte Do Autotune", que mostrou que até os trappers tem uma música lenta para chamar de sua.
"Crack Com Mussilon" é um título de música um tanto quanto estranho, mas foi mais uma baladinha tocada, enquanto a faixa-título do seu álbum lançado ano passado fechou o curto, mas muito bom show do cearense, de apenas cinquenta e cinco minutos.
Matuê fez um show eletrizante, o mais cheio até agora no palco The One, provando para todos que os trappers são os verdadeiros rockstars atuais. Doa a quem doer, essa é a mais pura verdade.
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