Quem cresceu e viveu os anos 90, com certeza lembra de um filme que passava na sessão da tarde chamado “Mudança de Hábito”. A continuação desse filme, o “Mudança de Hábito 2”, onde Delores Van Cartier (Whoopi Goldberg) volta ao convento como professora, descobre como lidar com alunos com talentos incríveis. Entre esses alunos, tinha uma com uma voz poderosa, de timbres vibrantes e com excelência vocal. É ali q conhecemos Lauryn Hill. Lauryn Hill em 1999, ficou eternizada na história da música ao ser a primeira artista de hip hop a ganhar álbum do ano no Grammy com The Miseducation of Lauryn Hill. Na indústria musical começou com o grupo Fuggee, ao lado de Pas Michel e Wyclef Jean – quando conheceram o sucesso na década de 1990. Ganharam diversos prêmios e atingiram o topo da Billboard 2000. Apresentações feitas a quem não conhece Ms. Hill. Vamos ao show.
Um pouco atrasada, Lauryn entra no palco do The Town com muito impacto no clássico com um coral de mulheres vocalmente poderosas, com toda pegada das cantoras gospels americanas. Deu ponta-pé com “Everything Is Everything”, para abrir o último show da noite no Palco The One. O começo do show foi bem focado no lado hip hop de sua carreira, ao lado de seu filho YG e Zion Marley, também netos do grande Bob Marley, que na quinta música foi homenageado com a canção “To Zion”, contando com a participação do próprio, numa homenagem com a icônica “Everything’s Gonna Be Alright”. A partir disso, foi a vez de dar palco para seus filhos brilharem como cantores da noite, sendo praticamente metade do repertório totalmente entregue para seus rebentos.
Apesar do público estar curtindo a apresentação, acredito que esteja sendo um pouco frustrante o fato de irem para ver um artista em um show completo, com os maiores hits da estrela, e não ser bem isso que foi mostrado. A participação de Zion Marley foi uma verdadeira imersão na história de Bob Marley, entregando todo o reggae que corre no sangue familiar. YG entrou como principal voz na canção “Marching to Freedom”, carregado com autotune, mais usado com cantores de trap. YG trouxe para o show de sua mãe seu sucesso “Praise Jah in the Moonlight”, música em que mãe e filho usaram um sample da música “Crisis”, de Bob Marley, no qual o público já não perdeu tempo para filmar e registrar a canção.
Lauryn finalmente assume os mics principais com a canção cover “Killing Me Softly With His Song”, já quase no final do show. Visivelmente sem fôlego, ela se esforça pra entregar sua melhor performance, e o público canta junto, animados com a familiaridade da canção. A artista integrou também o ritmo brasileiro em seus arranjos como uma homenagem ao Brasil, com o ritmo de samba levemente inserido na percussão.
E o show chega ao fim com uma canção do seu antigo grupo, Fugees, com a canção “Fu-Gee-La”, agradecendo todo o público do The Town e do Brasil pela participação. O show foi animado, porém morno para os padrões brasileiros, mas sabemos que entregaram o seu melhor.
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