Bruce Dickinson mostra vida além do Iron Maiden no The Town

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Bruce Dickinson é uma lenda não só do heavy metal, ele vai muito além. O vocalista da maior banda do estilo de todos os tempos, Iron Maiden, não consegue ficar parado. Seja competindo na esgrima ou pilotando aviões, Bruce ainda teve tempo de retomar a sua inconstante carreira solo e eis que o baixinho está de volta ao nosso país.

Ao lado da The House Band Of Hell, apelido dado por Bruce e formada por Tanya O'Callaghan (baixo), Dave Moreno (bateria), Mistheria (teclados) e os guitaristas Philip Näslund e Chris Declercq, o britânico entrou com tudo na pesadíssima "Accident Of Birth". E a vitalidade do vocalista é algo digno de menção. Aos 67 anos de idade, o homem ainda impressiona com sua imponente voz, e em "Abduction" e seu peso descomunal, fica demonstrado isso.

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Com o lançamento do seu "novo" álbum More Balls To Picasso, uma versão repaginada do trabalho original de 1994, seria mais do que esperado que tocassem algo dele e "Laughing In The Hiding Bush" veio, com o destaque para (o que parece) seu novo braço direito, o guitarrista Philip Näslund. Enquanto Philip mostra versatilidade, Chris Declercq me parece um guitarrista comum demais para estar na banda do Bruce.

Após anunciar sua banda, Bruce veio com "Road To Hell", clássico do álbum Accident Of Birth, de 1997, e feito em parceria com seu companheiro de Iron Maiden, Sir Adrian Smith. Excelente escolha para um set-list reduzido, tal qual "Chemical Wedding" que veio depois junto àquele refrão inesquecível.

"Resurrection Man", uma das poucas faixas boas do fraco The Mandrake Project (2024) trouxe nosso pequeno gigante se aventurando nos bongôs e soou bem demais. Às vezes a gente se pega pensando no que Bruce Dickinson faz mal no que ele se propõe, enquanto "Rain On The Graves" só tem o riff de interessante. Infelizmente foi um balde de água fria no público que reagiu respeitosamente.

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Então veio "Tears Of The Dragon" que foi executada de forma sublime. Seu único hit no Brasil sempre levanta as multidões e pode você ser punk, metaleiro ou coisa parecido, toda vez que ela é tocada fica impossível não se emocionar com uma das baladas mais bonitas do heavy metal.

Outra música incrível do seu catálogo solo teve seu momento. "The Book Of Thel", dificílima para cantar, by the way, colocou o The Town para pular e as tradicionais rodinhas até que enfim apareceram.

A sua versão de "Flash Of The Blade", do Iron Maiden, deu o ponto final na apresentação, mas não antes de matar muitos fãs do coração. Os fãs dos britânicos nunca se cansam de qualquer coisa relacionada à banda, e imaginem como eles ficaram após Bruce declarar semana passada que o Iron Maiden voltará ao Brasil em 2026! Acho que muita gente já imagina onde eles irão tocar ou alguém pensa que Bruce no meio de um dia majoritariamente punk foi por acaso? Obrigado, Roberto Medina.

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Mais um excelente show do Bruce Dickinson, e a contagem regressiva para a volta do Iron Maiden já começou. Eu tenho uma aposta de onde será, mas por enquanto só me resta sorRIR de satisfação e aguardar.

Tarcísio Chagas

Foi iniciado na música no meio da Soul Music, Rock Br e se perdeu de vez quando comprou o disco "Animalize" do KISS em novembro de 1984. Farofeiro raiz, mas curtidor de quase todos os estilos musicais, Tio Tatá já foi há mais de 1000 shows em 40 anos de pista. Já escreveu para o Metal Na Lata, Confere Rock, Igor Miranda site, Rock Vibrations e eventualmente colabora com o canal Tomar Uma no YouTube.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA