O festival Best of Blues and Rock chega na sua 12ª edição com grandes nomes da música nacional e internacional. Serão dois finais de semana dedicados ao melhor do Blues e do Rock, nos dias 07/06 e 08/06, 14/06 e 15/06.
O Auditório do Ibirapuera recebeu nesse sábado 07/05 Dave Matthews Band, Richard Ashcroft (ex vocalista da banda The Verve), Vitor Kley e a banda Cachorro Grande.
Cachorro Grande faz show animado para público enxuto, mas fiel no Best of Blues and Rock
O sol ainda brilhava forte quando os caras da banda Cachorro Grande subiram ao palco do Best of Blues and Rock, pontualmente às 14h30, o show pode até não ter trazido surpresas no setlist, mas entregou exatamente o que os fãs esperavam: uma sequência de hits que marcaram a trajetória da banda. Mesmo com o público enxuto, era fácil notar a devoção dos admiradores presentes, que cantaram do início ao fim, mostrando que a conexão entre banda e plateia continua firme e forte.
Celebrando 25 anos de estrada, a banda trouxe à capital paulista o mesmo repertório executado no emblemático show da turnê de aniversário, realizado no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre — cidade onde tudo começou. Foi uma apresentação daquelas que reforçam por que a Cachorro Grande tem lugar cativo no coração de quem vive e respira rock nacional.
Vitor Kley conquista com carisma e simpatia
Mesmo em meio à programação mais voltada ao blues e ao rock, Vitor Kley conquistou seu espaço com um carisma que transborda o palco. Aos 30 anos, o cantor trouxe uma apresentação com hits como “O Sol”, que fez o público cantar junto, além de outros sucessos que mantiveram o astral lá no alto. Diante de uma plateia mais familiar, o cantor também apresentou duas faixas inéditas, “De Novo” e “Arco-Íris”, ambas carregadas de mensagens positivas, marca registrada de Vitor Kley.
Em um momento especial, o cantor mostrou que, apesar de sua pegada mais pop, o amor pela música é universal: homenageando ninguém menos que a banda Oasis, interpretando com emoção os clássicos “Don’t Look Back in Anger” e “Wonderwall”. A plateia respondeu à altura, cantando junto e reforçando que, independente da vertente, quando a vibe é boa, todo mundo embarca. Vitor Kley provou que sua energia e autenticidade falam mais alto — e encontram eco até mesmo nos palcos mais roqueiros.
Richard Ashcroft uma viagem nostálgica
Com pontualidade britânica — e até alguns minutos de antecedência, Richard Ashcroft subiu ao palco entregando logo de cara uma tríade de respeito da época de The Verve: “Sonnet”, “Space and Time” e “Weeping Willow”, todas do clássico álbum Urban Hymns, de 1997. A atmosfera era de pura nostalgia, como se o tempo tivesse desacelerado.
Ashcroft, com sua presença serena e voz intacta, transformou o auditório em uma cápsula do tempo sonora, onde cada acorde parecia ecoar memórias há muito tempo guardadas.
Um dos momentos mais emocionantes da apresentação foi a homenagem ao piloto Ayrton Senna — Richard dedicou a bela “Break The Night with Colour” ao ídolo brasileiro, enquanto usava uma camiseta com o rosto do tricampeão. A comoção seguiu com os hits “The Drugs Don’t Work” e “Lucky Man”, cantados em coro pela plateia que lotava o Auditório Ibirapuera. Mas foi com a emblemática “Bittersweet Symphony” que veio o auge: executada no tom original, a música levou o público a uma catarse coletiva, cantando a plenos pulmões e preparando o clima ideal para o show mais aguardado da noite.
Dave Matthews Band faz show mágico no Best of Blues and Rock
Fechando a noite com chave de ouro, a Dave Matthews Band subiu ao palco com um atraso de cerca de 13 minutos, mas logo de cara fez qualquer expectativa virar pura empolgação. Inclusive, vale lembrar que essa já é a sétima passagem da banda por aqui, que tem uma verdadeira admiração pelo Brasil.
Entre dancinhas, caras e bocas e muitos improvisos no violão, Dave conquistou o público logo nos primeiros acordes de “Don’t Drink The Water”. Agradecido pela recepção calorosa, soltou um simpático “obrigado” em português que arrancou sorrisos e aplausos de uma plateia totalmente entregue.
Ao longo de mais de duas horas de apresentação, a banda desfilou uma seleção generosa de sucessos que atravessam sua carreira — com destaque para as vibrantes “Too Much” e “Satellite”, que transformaram o auditório em um mar de fãs. A intensidade deu lugar à emoção com “Crash Into Me”, momento mágico do show que arrancou suspiros e lágrimas, claro, sem deixar de lado os casais apaixonados.
Com arranjos impecáveis, letras bem construídas e uma química invejável entre os oito músicos no palco, a Dave Matthews Band entregou um dos espetáculos mais bonitos que eu já vi passar por aqui. Para encerrar com o coração quentinho, Dave chamou ao palco o gaitista brasileiro Gabriel Grossi para dividir “What Would You Say”, que caprichou no solo e no bis, antes da versão acústica de “Peace on Earth”, deixou sua mensagem: “Eu desejo a vocês amor, paz e felicidade”.
O show terminou com a deliciosa "Ants Marching" e seguindo o que Dave desejou, foi exatamente isso que o público levou pra casa, alma leve, peito cheio de amor, paz, felicidade e ouso dizer sem pestanejar, BOA MÚSICA.