Desde 2023 que o Memorial da América Latina vem reunindo anualmente, bandas de metal de tudo que é canto do mundo. Mas o que antes era Summer Breeze deu lugar ao Bangers Open Air, uma nova edição do festival, que manteve o formato artístico destinado quase que exclusivamente ao público headbanger.
Quem esteve nas edições passadas sentiu o salto de qualidade em 2025. Desde a estrutura da sala de imprensa até a mobilidade do público, passando pelos serviços de merchandising e tattoos - com uma extensa e climatizada área, como também a parte de alimentação -, o que vimos foi realmente uma produção de primeiro mundo. No que diz respeito ao line up apresentado nos quatro palcos do Bangers, podemos dizer que tivemos um pouco de tudo.
Na sexta-feira (02), o evento contou com um Warm Up, que teve seis shows de esquenta para o fim de semana: Kissin' Dynamite, Armored Saint, Dogma, Pretty Maids, Doro e Glenn Hughes. Você pode conferir a nossa cobertura de sexta-feira AQUI, trazida pela nossa repórter Karla Beltrani.
Já no fim de semana, mais de 40 bandas se dividiram em quatro palcos, e o Rock On Board deu uma conferida em algumas dessas apresentações. Confira abaixo o nosso resumo do Bangers Open Air, com textos de Tarcísio Chagas e colaborações de Carol Goldenberg e Loquillo Panamá.
SÁBADO
H.E.A.T faz show cheio de energia
Foto: Rapha Garcia / MHermes Arts
O H.E.A.T. fez um show foi espetacular. A energia da banda é impressionante, a presença de palco do Kenny é imbatível. Mesmo com o Dave (guitarrista) passando mal e ficando fora do palco em um bom pedaço do show, eles não deixaram a peteca cair. Subiram a energia no festival logo no segundo show do dia e deixaram todos com gosto de quero mais. Por Carol Goldenberg
Municipal Waste deixa ótima impressão
Foto: Welnilha / MHermes Arts
Com um minuto de atraso, o Municipal Waste entrou no palco com seu Thrash Metal retrô explodindo “pero no mucho” nos PAs. Infelizmente, o som estava vacilante e os sons de bateria e guitarra não ajudaram muito, mas o público estava ali para se divertir, aliás, diversão foi a palavra chave da apresentação dos americanos. Liderados pelo vocalista Tony Foresta e o guitarrista Ryan Waste, trouxeram durante quase uma hora, momentos divertidos no palco e fora dele não foi diferente com direito a aparecimento do Eddie (mascote do Iron Maiden) e Jesus, sim, ele estava lá no meio de uma roda de Mosh. Brincadeiras a parte, o Municipal Waste entregou o que se esperava deles. Com muita influência do Exodus e, principalmente, Anthrax, o quinteto se não é composto por exímios instrumentistas, mostrou raça e agradecimento pela ótima reação dos presentes. Faixas como “Grave Dive”, a ótima “Wave Of Death”, “Crank The Heat” e “I Want To Kill The President” que foi dedicada a um certo Donald Trump, foram otimamente bem recebidas e os sorrisos da banda ao fim da apresentação, corroboram com a ótima impressão deixada. Por Tarcísio Chagas
Dynazty faz show abarrotado
O Dynazty foi uma surpresa muito positiva. Seguindo a linha dos colegas suecos do H.E.A.T que tocaram antes deles, o show foi o suco do hard rock. Não é a toa que o Sun Stage estava abarrotado de fãs para vê-los. Por Carol Goldenberg
Válvera comprova fama de bons de palco
Recém chegados de uma tour europeia, os paulistanos do Válvera prometiam cometer um show digno da fama de banda ótima no palco. Privilegiados por estarem tocando no teatro, novamente local do Palco Waves, com uma qualidade de som excelente de palco, os caras entraram com a ótima “The Skies Are Falling” seguida de “Bringer Of Evil”, com destaque absoluto para o incrível baterista Leandro Peixoto. O último single “Reckoning Has Begun” mostrou que a banda está um passo a frente do Thrash Metal habitual praticado por eles. Com influências mais modernas, é nítida a evolução do Válvera como pode ser visto também na inédita “What I Left Behind”, e deu para sacar que estávamos diante de um grupo absurdamente técnico e com um potencial absurdo ainda por vir. Glauber Barreto (vocal/guitarra) foi reto e direto no comando do palco, e sua música mais conhecida, “Demons Of War”, deu números finais a curta, porém energética apresentação (40 minutos). Definitivamente, o Válvera é uma banda para se prestar muita atenção. Por Tarcísio Chagas
Saxon dá aula no Bangers Open Air
O Saxon foi uma aula. Um show primoroso do começo ao fim, um espetáculo de técnica, impecável. O carisma do Biff é impressionante, ele conquista qualquer um que o esteja assistindo. Foi algo de outro mundo. Por Carol Goldenberg
Powerwolf conquista com show grandioso
Para quem acha que o visual malvadão e o Power Metal não combinam, é porque nunca viram o Powerwolf ao vivo. Se por um lado eles não trazem nada de novo musicalmente ao malfadado estilo, a preocupação de fazer um show grandioso fez a diferença. Logo depois da abertura com “Bless’em With The Blade”, percebeu-se que o jogo estava ganho com o público, que imediatamente ao término da música, passou a gritar o nome da banda insistentemente. Se Attila Dorn não me convenceu muito como vocalista, como frontman ele foi impecável. E foi genuína a emoção dele e do resto da banda com toda reação dos fãs. A preocupação com a ausência do guitarrista Matthew Greywolf, temporariamente substituído por Markus Pohl, se dissipou rapidamente, vide a boa atuação do suplente em “Sinners Of The Seven Seas” (onde já ouvi uma música com esse título?) e “Amen & Attack”. O clima de missa negra do bem continuou com destaque para as ótimas “Diamonds Are A Girl’s Best Friend” e “We Drink Your Blood”, que foi a última a ser tocada. Mesmo com um amontoado de clichês presentes nas músicas, a competência e empatia do Powerwolf conquistaram até quem não é fã da banda, como é o caso deste repórter. Por Tarcísio Chagas
Sabaton faz show mais concorrido do sábado
O Sabaton era o artista mais esperado do dia, vide a quantidade de pessoas espremidas na grade. A banda fez o favor de trazer ainda mais clichês, mas mostraram porque são os queridinhos do tal Metal Melódico, que esteve em voga nos anos 90 aqui no Brasil, e que agoniza nos tempos atuais. Mas se depender dos fãs tupiniquins, pelo jeito, o estilo não vai morrer tão cedo. Explosões, fumaça, solos de guitarra cheios de melodia deram o tom na apresentação dos suecos. Logo na primeira música, “Ghost Division”, fogos e explosões fizeram a festa da plateia. O vocalista Joakim Brodén é bastante ativo no palco - o curioso é visualmente, ele soa até esquisito no palco, pois destoa bastante dos seus amigos de banda. Se o Powerwolf trouxe um amontoado de clichês musicais, o Sabaton bateu o recorde nesse quesito, inclusive com aquelas poses tradicionais do Heavy Metal. Funcionou bem em “The Last Stand”, com um belo solo dobrado de guitarras, e “Carolus Rex”, cantada no idioma natal da banda (sueco). Além, claro, de um punhado de faixas super ultra mega power genéricas. E foi desse show também o momento mais cômico do segundo dia do festival, em que Joakim toca um trecho de “Master Of Puppets" do Metallica com uma guitarra rosa da Hello Kitty. Mesmo que o Sabaton continue não convencendo os não-fãs da banda, a reação dos expectadores disse o contrário - e isso é o que importa no fim das contas, não é verdade? Por Tarcísio Chagas
DOMINGO
Beyond The Black traz carisma e empolgação
Foto: Rogerio Vonkruger / MHermes Arts
Banda alemã de metal sinfônico que muitos catalogam como som "triste-feliz" abriu os trabalhos do último dia do festival Bangers Open Air 2025. O ingrato horário das 11:50 da manhã, não afetou em nada a empolgação da banda liderada pela carismática vocalista, Jennifer Haben. Samples com teclados e gaitas de fole encorpavam o som do Beyond The Black em algumas canções do setlist. Muito emocionados por estar em São Paulo, eles deram o sangue numa apresentação contagiante. Em muitos momentos temos a sensação de estar ouvindo uma voz parecida com a de Alanis Morissette cantando Evanescence. Mas, o que pode parecer um insulto para fãs de carteirinha, na verdade, é um diferencial da banda alemã. O show deles tem carisma, empolgação, guitarras modernas e vocais fora do comum num gênero musical com excessiva competição para sair da repetição. O Beyond The Black ganha essa batalha com esforço e experiência. O setlist de dez canções incluiu 4 faixas do álbum de 2019, Songs of Love and Death, incluindo "Hallelujah", "When Angels Fall" e "In The Shadows". O último número da noite foi a excelente "Wounded Healer". Por Loquillo Panamá
Black Pantera mostra evolução em showzaço
Foto: Arthur Waismann / MHermes Arts
Os mineiros do Black Pantera entraram ao meio-dia com um sol escaldante, e com perdão do trocadilho, fizeram um show quentíssimo. A ascensão meteórica do trio de Uberaba é algo que não pode ser ignorado. Os detratores falam em palanque panfletário de esquerda, mas o que realmente temos, são três cabeças pensantes e muito dedicados a mostrar uma realidade que poucos têm coragem no rock brasileiro. "Candeia" foi um ótimo início e já deu para notar, que os que estavam acompanhando o show, eram fãs de verdade - e não eram poucos! É incrível perceber que estamos diante de artistas que tem algo a mais. E poder acompanhar essa evolução de perto, é de fato um prazer. O entrosamento de Charles, Chaene e Pancho é outra coisa a ser notada. O Black Pantera soa muito melhor ao vivo, dada a qualidade da banda nos seus instrumentos. O novo single, "Seleção Natural", é o melhor exemplo disso - ainda mais com uma letra certeira e direta. Por mais que pareça ser a música mais conhecida e mais tocada da banda, a performance de "Fogo Nos Racistas" é outra que merece citação. Principalmente pela já tradicional parte, em que a banda pede para o público ficar agachado até a explosão no memorável refrão - que emociona até quem decidiu fica por ali apenas para observar. E por falar em emocionar, "Tradução" foi dedicada às mães dos presentes, e ajudou na reflexão, já que mesmo que nunca tenhamos passado nada parecido com do que é descrito na letra, é difícil não lembrar de várias pessoas que conhecemos ao longo da vida. "Real tradução do que é amor. Minha mãe tem hora pra chegar, mas não tem hora pra sair". Ao fim do show, só dava para sentir orgulho desses caras que são a trilha sonora atual de uma geração de jovens. E não parava de pensar no que o amigo e jornalista Marcelo Vieira havia me falado minutos antes: "O Black Pantera é a melhor banda de Heavy Metal brasileira atualmente." Quem sou eu para discordar? Por Tarcísio Chagas
Lord Of The Lost cativa público no Bangers
Foto: Rapha Garcia / MHermes Arts
Pela segunda vez, no festival paulista, o Lord of The Lost apresentou seu show calçado no rock gótico e metal industrial. O público respondeu bem no sol escaldante das 13:00h. Guitarras e teclados num ritmo dançante com bastante peso, a banda alemã, em atividade desde 2007, faz um som que poderia agradar fãs do Marilyn Manson, Sister of Mercy e Rammstein. O Lord of The Lost entrou dominando o palco como banda veterana e aceitada. A plateia respondeu à altura e cantou forte canções como "Drag Me To Hell" e "Die Tomorrow". O Setlist terminou com "Blood & Glitter", sucesso finalista, do festival da canção, Eurovision em 2023. O sorriso do vocalista Chris Harms no final, mostrava a sua satisfação com a boa apresentação. Por Loquillo Panamá
Hatefulmurder despeja fúria em ótima apresentação
Foto: Thiago Garcia / MHermes Arts
Dentro do teatro do Waves Stage, aliás, ótima escolha da produção voltar a esse local do primeiro Summer Breeze, o Hatefulmurder pôde despejar sua aclamada fúria em terras paulistas. Os cariocas começaram com "Unshaken", uma traulitada de primeira qualidade e que já deu o tom da apresentação. Como o tempo era curto (40 minutos), o material só contou com as músicas da fase Angélica Burns, que logo perguntou se a plateia já estava cansada. Diante da negativa, ela pediu para o (ótimo) público fazer um Wall Of Death em "Silence Will Fall". E não é que as pessoas compraram a ideia dela? Foi um momento marcante, assim como a participação da vocalista do Torture Squad, Mayara Puertas, fazendo um dueto maravilhoso com Angélica. O guitarrista Renan Campos é o protótipo de um guitar hero. Com riffs e solos que misturavam o agressivo e o belo, Renan nasceu para isso e com uma presença de palco que justifica todos os elogios. E isso ficou provado na introdução da faixa-título do último álbum do Hatefulmurder, chamada "I Am That Power", que colocou o teatro para cantar alto o seu refrão. Quietinha, Mayara voltou aos palcos e a banda atacou de "Creature Of Sorrow", para finalizar mais uma excelente performance do Hatefulmurder. Quer uma dica? Se essa banda tocar na sua cidade, corra para assisti-los e lembrem-se sempre dessa máxima: NÃO EXISTE SHOW RUIM DO HATEFULMURDER! Por Tarcísio Chagas
Paradise Lost supera problemas no som e sai festejado
Foto: Rogerio Vonkruger / MHermes Arts
O som extremamente alto e mal equalizado não foi o suficiente para apagar o brilho da apresentação da banda inglesa, Paradise Lost. Em 12 canções, eles tentaram mostrar um pouco do seu amplo catálogo de álbuns - com direito até a inclusão de um cover de "Smalltown Boy" do Bronski Beat. Foi um show festejado pela plateia, que apareceu em peso no sol da tarde. Por Loquillo Panamá
Com destreza e energia, Vader faz show perfeito
Foto: Welpenilha / MHermes Arts
A banda polonesa estava com uma multidão de fãs na arena do outro lado dos palcos principais do Bangers Open Air. Por lá, eles mostraram o seu Death Metal clássico e brutal. Ao vivo, e com qualidade de som impecável, o som extremo toma proporções cavalares de potência e aceleração indescritíveis. Resumindo: Um show perfeito de destreza e energia.
Por Loquillo Panamá
O Blind Guardian nunca decepciona
Foto: Rapha Garcia / MHermes Arts
Quando o Blind Guardian foi anunciado como banda substituta no festival paulista Bangers Open Air, muitos fãs ficaram encantados com a grata surpresa. O vocalista da banda comentou logo ao entrar no palco: "Não sabíamos que os veríamos tão rapidamente". A referência, era por causa da turnê de Novembro de 2024, que passou por Rio, Brasília, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo. A banda possui uma legião de fãs que cantaram o set completo, até o glorioso final, com as três últimas canções do show, "Bard's Song - In The Forest", "Mirror Mirror" e Valhalla. Os fãs cantaram parabéns pra você para o guitarrista André Olbrich, ao serem incentivados pelo vocalista e mestre de cerimônia, Hansi Kursch. O mesmo repetiu várias vezes que a banda tem muitas surpresas para 2025, e que este ano será de muitas comemorações. O saldo de entrar às pressas para cobrir uma banda de outro gênero musical foi superior às expectativas, mesmo tendo tocado no Brasil em 2024, e no Festival Summer Breeze em 2023. Baseado na empolgação dos fãs durante este show, não fica nenhuma dúvida de que o Blind Guardian deveria vir anualmente ao Brasil.
Por Loquillo Panamá
Kamelot cumpre bem a missão dobrada no Bangers
Foto: Rapha Garcia / MHermes Arts
O Kamelot teve a difícil tarefa de fazer dois shows em dias seguidos no festival. A banda teve que cobrir no domingo, o cancelamento da I Prevail. Com duas mãos nas costas, a banda da Flórida, tomou a plateia como um feitiço e alegrou os numerosos fãs, desfilando suas canções de power metal sinfônico progressivo. Foi um excelente desempenho, e ainda com a participação de uma cantora extra, que faz backing vocals no Avantasia. Missão cumprida, e público em êxtase no Memorial da América Latina.
Por Loquillo Panamá
Kerry King faz Bangers pegar fogo em show furioso
Era show do Kerry King. Porém, os fãs do Slayer estavam em peso, e parecem não terem associado a diferença. O show poderia ser do projeto Metal Alegiance com o vocalista do Death Angel, Mark Osegueda. O caldeirão no Memorial da América Latina pegou fogo, e os urros e gritos foram ensurdecedores em "Deciple", "Raining Blood" e "Black Magic" do Slayer -já na segunda metade do show . O povo recebeu o que queria. Corpos passavam por cima das cabeças da plateia na pista e caiam no fosso que separava a pista premium do evento - chamada de front row. O público sedento por Slayer, fez o rugido ser sentido no palco. Onde Paul Bostaph, baterista do Slayer há décadas, fazia seu bumbo duplo trepidar. Antes disso tudo acontecer, os músicos fizeram uma bonita homenagem aos membros falecidos do Iron Maiden (Paul Dianno e Clive Burr), tocando "Killers". O Bangers Open Air aceitou com ovação e centenas de celulares registraram esse momento. Para quem não sabe, Kerry King está divulgando seu álbum solo de 2024, "From Hell I Rise" do qual apresentam 8 canções no festival paulista [leia a entrevista dele aqui no Rock On Board]. Nos intervalos da turnê, King faz algumas apresentações anuais pelo mundo com o Slayer. O vínculo empregatício pode até ofuscar um pouco o trabalho solo do guitarrista, mas em nada afeta a qualidade. No palco, o logo com as duas K, das inicias do nome do musico, avisam de quem é o show. Para fechar o setlist, Osegueda avisa que Kerry King voltará ao Brasil no futuro, e agradece pela calorosa recepção. "Sentimos vocês aqui em cima, muito obrigado!". Para encerrar a apresentação tocam o tema título do álbum, "From Hell I Rise". O show passou como um furacão em velocidade luz e com fôlego para muito mais. Por Loquillo Panamá
W.A.S.P. lava a alma dos fãs
Foto: Rogerio Vonkruger / MHermes Arts
Após pouco mais de 5 anos, Blackie Lawless e seus asseclas da vez, estão de volta ao Brasil. E dessa vez, celebrando 40 anos do álbum de estreia do WASP, lançado em 1984. Após algumas informações desencontradas, que davam conta que o primeiro disco não seria tocado na íntegra, o WASP tomou a melhor decisão para os fãs. Sendo assim, o público teve a oportunidade de ver a "história sendo feita", assim como definiu Blackie. Com o primeirão sendo tocado de cabo a rabo, a banda fez a alegria dos mais velhos presentes. Não dá para discutir a categoria de Greatest Hits, que o disco de estreia do WASP está elevado, ou um disco que começa com "I Wanna Be Somebody", passando por "L.O.V.E. Machine", "Sleeping (In The Fire), "On Your Knees" e finaliza com a polêmica "The Torture Never Stops". Se muita gente sente falta dos psicopatas iniciais, Tony Richards na bateria, Randy Piper e Chris Holmes nas guitarras, Mike Duda (baixo), Doug Blair (guitarra) e o sul-africano mais brasileiro Aquile Priester (bateria) fizeram muito bem o trabalho. Até porque, são músicos bem melhores do que que os originais. Muita gente falava que Blackie estava usando playback na voz, mas tirando os backing vocals que certamente eram pré-gravados, só tivemos a impressão que ele usou em dois momentos na parte final do show ("The Headless Children" e "Blind In Texas"), mas não dá para cravar 100% (talvez 99%, vai lá!). Mas nada que pudesse afetar a emoção de quem estava ali para testemunhar esse material incrível tocado ao vivo. Tivemos um discurso emocionado e legítimo de Aquiles falando da importância que o WASP teve na sua juventude e que muitos presentes se identificaram com suas palavras. Afinal, quem nunca tocou air drums escutando "L.O.V.E. Machine", quando seu videoclipe era passado na TV nos raros programas musicais, lá pelos idos de 1985? "Wild Child" foi o melhor momento da curta apresentação (1h15) e com a maior repercussão do público. A clássica "Blind In Texas", do segundo álbum, The Last Command (1985), encerrou o show. Inesquecível é a palavra mais correta para definir mais uma apresentação ao vivo do WASP no Brasil, que lavou a alma de todos os presentes, inclusive deste que vos escreve.
Por Tarcísio Chagas
Avantasia bate ponto e fecha festival com show digno
Foto: Diego Padilha / MHermes Arts
Pelas sétima vez no Brasil, o projeto Avantasia, capitaneado por Tobias Sammet, trouxe o que era esperado. Com o palco no melhor estilo metal melódico - com castelos medievais ao fundo-, o Avantasia mostrou sua relevância, apesar de não trazer nada de muito novo. "Creepshow", do seu mais recente álbum, Here be Dragons, de 2025, foi uma boa escolha para abrir o show - com direito a um Sascha Paeth (guitarra) super inspirado. E assim veio "Reach For The Light", com as participações nos vocais de Adrienne Cowan, e em seguida do vocalista do Kamelot, Tommy Karevik, que compareceu em “The Witch”. Mas o peso de um Eric Martin (Mr Big) foi muito mais efetivo, como pôde ser percebido em “Dying For An Angel”. Muita gente sentiu falta do velhinho Bob Catley, que canta um dos maiores clássicos do projeto “The Story Ain’t Over”. No entanto, tivemos a participação de um sobrevivente, chamado Ronnie Atkins. Com câncer estágio quatro no pulmão há alguns anos, o vocalista do Pretty Maids mostrou fisicamente que a música salva vidas. Seu desempenho em “Twisted Mind” e em “The Scarecrow” foi emocionante, e a reação do público foi generosa com quem deu muito no palco. O arroz de festa mais querido do Brasil, Jeff Scott Soto, deu o ar da graça e mandou muito bem em “Shelter From The Rain“, o que fez muita gente nem sentir falta de Jorn Lande. Com um setlist bem reduzido em relação ao que o Avantasia vem tocando, o maior hit “Lost In Space” colocou seu público fiel para cantar um dos refrões mais bonitos do metal melódico - se bem que essa canção está mais para hard rock do que outra coisa. O mesmo não pode ser dito do medley “Sign Of The Cross/The Seven Angels”, que trouxe todos os vocalistas ao palco, e assim o show chegou ao seu final. Se não empolgou tanto, também não decepcionou, mas que o velhinho Bob Catley fez falta, ah isso fez.
Por Tarcísio Chagas
O show do VALVERA foi realmente alucinante! Energia contagiante. Técnica apurada. Destaque para o guitarrista Rodrigo Torres q é top 5 do Brasil pela revista Roadie Crew. Que banda!!!
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