Toto faz showzaço em São Paulo e mostra que continua atemporal

Foto: Carol Goldenberg
 
Após 17 anos de espera, os fãs da banda Toto puderam finalmente rever os norte-americanos em uma apresentação inesquecível realizada neste domingo, 24 de novembro, no Espaço Unimed, em São Paulo. Esta foi a primeira de duas apresentações que o grupo realizará no país. O próximo show será realizado nesta terça-feira, 26 de novembro, na Arena Jockey do Rio de Janeiro.

Formada em 1976, em Los Angeles, Estados Unidos, Toto é um verdadeiro símbolo de longevidade no cenário musical. Para se ter uma noção, seus membros, tanto individualmente quanto como grupo, marcaram presença em cerca de 5.000 álbuns e continuam a acumular impressionantes 500 milhões de discos vendidos.

Desta vez, Steve Lukather (guitarra e vocais) e Joseph Williams (vocais) - membros originais da banda - vieram ao Brasil acompanhados por Greg Phillinganes (teclado e vocais), Shannon Forrest (bateria), John Pierce (baixo), Warren Ham (trompas, percussão e vocais) e Dennis Atlas (teclado e vocais), e trouxeram a turnê Dogz of Oz World Tour!

Próximo às 21h, a banda subiu ao palco para uma casa lotada, com ingressos esgotados. Era notável a animação do público, que contava com as mais diferentes gerações. Pessoas das mais diversas idades cantavam as músicas de forma eufórica, provando mais uma vez a atemporalidade de Toto.
 
Foto: Carol Goldenberg
 
O grupo apresentou um setlist primoroso, de 2 horas, distribuindo seus maiores hits de forma espaçada e inteligente. O carisma e simpatia dos membros da banda não passaram desapercebidos. Constantemente interagindo com o público e contando suas histórias, Lukather Williams criaram uma verdadeira conexão com todos ali presentes. E não apenas isso. Era notável a sintonia entre os membros da banda. Entre risadas e brincadeiras, elogiavam uns aos outros, criando um clima leve e divertido durante toda a apresentação.

O show começou com "Girl Goodbye" e logo explodiu com um dos maiores sucessos da banda: "Hold the Line". Foi uma maneira bastante sagaz de levantar o clima do espetáculo logo nos primeiros minutos. Com a energia à mil, o show seguiu com canções como "99", "Pamela", "Jake to the Bone", "Burn", "Stop Loving You", "Georgy Porgy" e até "A Thousand Years", canção de 1988 que nunca havia sido tocada ao vivo até esta turnê. Mas a grande emoção veio com "I'll Be Over You", que arrancou arrepios e lágrimas até dos mais fortes ali presentes.
Houve também dois momentos de tributos. No primeiro deles, Steve apresentou um cover de "Little Wing", de Jimi Hendrix, contado que essa era uma das músicas que a banda, em seus primórdios, gostava de tocar nos ônibus durante as turnês. O segundo, foi um cover de "With a Little Help From My Friends", na versão de Joe Cocker.

Os músicos de apoio também tiveram seu momento de destaque e puderam demonstrar toda a sua destreza e potência. Shannon Forrest teve direito a um magnífico solo de bateria e Greg Phillinganes, que já tocou com grandes nomes como Stevie Wonder e Michael Jackson, demonstrou toda a sua habilidade com um inesquecível solo de teclado, que contou com "I Won't Hold You Back", entoada pelo público. Warren Ham saiu da percussão e sopro para os vocais em "Home of the Brave". Até o novato Dennis Atlas, que entrou no time com o barco andando, no meio da turnê, para substituir Steve Maggiora, ganhou os holofotes nos vocais de "I'll Supply the Love", sendo bastante elogiado por Lukather.
 
Foto: Carol Goldenberg
 
A apresentação da banda foi realizada após tocarem "Dying on My Feet". Ficou então ainda mais claro que o relacionamento entre os integrantes da banda (originários ou não) transcende o profissional e vem de gerações. Lukather contou que conheceu Phillinganes na infância, tendo gravado inúmeras músicas com ele, destacando a atuação de ambos em gravações de Michael Jackson (com direito à uma palinha de "Beat It"). Outros amigos de infância incluíram Joe, com quem fundou a banda, e John Pierce. Sobre John, contou que se conhecem desde que nasceram. Suas mães estiveram grávidas juntas e deram à luz no mesmo local, com poucos meses de diferença. A grande curiosidade apresentada sobre Williams, por sua vez, foi de que ele trabalhou como dublador em filmes, com um dos seus trabalhos mais icônicos na voz originária de Timão, do Rei Leão (momento em que ele cantou um pequeno pedaço de "Hakuna Matata").

O espetáculo foi finalizado de forma emblemática com dois de seus maiores hits em versões estendidas: “Rosanna” e “Africa”. Este foi claramente o ponto alto do show, fechando-o com chave de ouro. A banda se despediu do palco com grande histeria do público e sendo ovacionada por eles. A reação mostra o desejo e a esperança de todos ali presentes de que a banda não demore mais tanto tempo para voltar.

Carol Goldenberg

Advogada de formação, amante incondicional da música desde terna idade. Frequentadora assídua de shows e festivais, sempre presente nas plateias dos mais variados gêneros. Guitarrista, roadie e guitar tech. Recentemente, decidiu seguir seu coração, ingressando no mundo da produção de eventos.

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