Por Amanda Respício
E chegamos ao terceiro dia, o "Dia do Rock", o mais esperado para os roqueiros dessa edição. E sim, vamos DIRETO para o Palco Sunset, um dos principais palcos do festival, pra dar a largada com uma banda pioneira no Rock in Rio, que estava lá quando tudo começou, em 1985. Nada mais justo que os caras estejam aqui pra comemorar esses 40 anos de história do maior festival de música e entretenimento do país.
Barão Vermelho vai contar a sua história com a participação do percussionista Japa System, que já participou de alguns trabalhos no Baiana System, um instrumento que estava fora do rider da banda desde a partida do Peninha em 2016.
Subindo ao palco, já começam com uma clássica que, até quem não escuta, conhece, e “Maior Abandonado” se espalha e provavelmente faz dançar até quem está no Palco Mundo à espera de Os Paralamas do Sucesso. Despertando a nostalgia do rock brasileiro para essa edição logo de cara, já emenda em “Por Que Que a Gente É Assim” e sua característica pegada blueseira e a dançante “Bete Balanço” e fazer bailar a plateia, em uma reverência à memória que foi viver isso na época do grande Cazuza. Sem mais delongas, a banda já puxa “Pense e Dance”, canção de Frejat e Guto Goffi, engatando em outro grande sucesso, pois “O Tempo Não Para”, mais uma canção de Cazuza, bem recheada de backing vocais bem estruturados, criando um arranjos bem preenchidos e fortes.
Logo, a deixa é de Guto Goffi mostrar suas habilidades na bateria, de mãos dadas com “Meus Bons Amigos”, que animou bastante o público quando foram reconhecendo a canção, com a homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Outro destaque da apresentação foi a canção, "Do Tamanho da Vida", executada pela primeira vez ao vivo. Essa composição tem letra assinada por Cazuza. A poesia estava guardada há décadas e foi cedida por sua mãe, Lucinha Araújo. A faixa, inclusive, está disponível em todas as plataformas de streaming.
A banda também trouxe uma canção inédita, escrita por Cazuza “Do Tamanho da Vida”, mostrando o porquê ele era o maior letrista de todos os tempos, mas foi em “Todo Amor Que Houver Nessa Vida” em que Rodrigo Suricato brilhou, em voz e riffs de guitarra executadas com elegância e sem desafinação.
Seguindo a apresentação, “Por Você” é a deixa para o público ter voz e ecoar no Rock in Rio a canção para todos os lados do festival, mas não foi a única, pois logo em seguida, o Barão traz “Exagerado” para o show, com resposta bem positiva do público, mesmo com o deslize inicial no teclado de Maurício Barros, no qual o público não percebeu - quem sabe seja nervoso - , para logo em seguida chamar para o coro “Amor Para Recomeçar” que o próprio deixa os teclados de lado para assumir os vocais. Mesmo rouco e sem fôlego, ele consegue puxar o público pra cantar junto com ele, mostrando que idade é apenas um número. Barão Vermelho contou com a grande maioria de seus hits de sucesso em sua apresentação como "Puro Êxtase", "Malandragem Dá Um Tempo" e finalizam com a melhor e emblemática canção, “Pro Dia Nascer Feliz”.
O Barão Vermelho mostrou porque mereceu, 40 anos depois, estar de volta ao Rock in Rio.