Megadeth justifica legado com show recheado de clássicos no Brasil

Foto: Carol Goldenberg
Após 7 anos de espera e duas visitas canceladas devido a problemas de saúde de Dave Mustaine, Megadeth retorna ao Brasil, com show único em São Paulo, no Espaço Unimed, na noite de quinta-feira, 18 de abril. Com a casa cheia e setlist recheado de clássicos, a banda de thrash metal de Los Angeles fez um espetáculo magnífico, digno de uma Big Four. 

Apesar das mudanças no setlist ao longo dos shows realizados na América Latina, a banda manteve a abertura do show com a já esperada “The Sick, the Dying… and the Dead!”, faixa título do seu 16º e último álbum, lançado em 2022, que levou os inúmeros fãs - que há anos aguardavam o retorno da banda às terras tupiniquins - à loucura. Apesar do mais recente álbum ter sido a origem da atual Crush the World Tour, apenas a faixa título entrou para o setlist, embora “We’ll Be Back” também possua um grande potencial para funcionar muito bem ao vivo, e poderia ter sido incluído no setlist. 

A apresentação seguiu com um passeio pela extensa carreira de quatro décadas do grupo, contando com um total de 16 canções e transitando, em sua maioria, pelos álbuns Rust in Peace (1990) e Countdown to Extinction (1992). A exaltação do público já pôde ser notada logo na segunda música, “Skin o’ My Teeth”, onde moshs começaram a ser abertos e o público cantava a plenos pulmões. E a emoção dos fãs seguiu nas seguintes canções. Passando por “Dystopia”, Hangar 18”, “Tornado of Souls”, “A Tout le Monde” e “Symphony of Destruction”, a cada clássico apresentado, a animação do público crescia. Por diversas vezes Mustaine afastou-se dos microfones e, sorrindo, apenas escutou a multidão cantando suas canções.
Foto: Carol Goldenberg
Apesar da pouca interação com o público, que do início ao fim do espetáculo entoava em alto som hinos com o nome da banda e de seus integrantes, a apresentação de quase 1h30 foi executada com perfeição. Dave Mustaine, no auge de seus 64 anos, demonstrou vigor e todo o poder de sua voz. Outra excelente surpresa foi o jovem Teemu Mäntysaari que, como prometido, apresentou uma performance excepcional na guitarra, preenchendo o espaço de forma tão brilhante que a ausência do brasileiro Kiko Loureiro não foi sentida. Vic Rattlehead, mascote da banda, também marcou presença, embora breve, com uma rápida aparição em “Peace Sells”, última música executada antes do bis.

O show foi encerrado com “Holy Wars... The Punishment Due”, única canção apresentada no bis. A animação e paixão dos fãs brasileiros levou Mustaine a finalizar a apresentação agradecendo o público, arriscando um “obrigado” em português, uma das poucas interações que teve com os fãs. 

Em resumo, Megadeth demonstrou um show de profissionalismo no que tange ao espetáculo, mantendo-se fiel ao seu legado e cativando o público com os grandes sucessos de sua carreira. Apesar da data única realizada no Brasil, em comparação a outros locais nos quais se apresentaram - como na Argentina, em que realizaram três shows, dois deles com ingressos esgotados - a banda entregou o show esperado pelos fãs e, apesar da pouca interação, o público brasileiro mostrou do que é capaz e que está pronto para recebê-los novamente muito em breve.

Carol Goldenberg

Advogada de formação, amante incondicional da música desde terna idade. Frequentadora assídua de shows e festivais, sempre presente nas plateias dos mais variados gêneros. Guitarrista, roadie e guitar tech. Recentemente, decidiu seguir seu coração, ingressando no mundo da produção de eventos.

1 Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2