Titãs encerram segunda noite do Lollapalooza com último show da turnê

Paulo Miklos e Tony Bellotto no show dos Titãs no Lolla [Foto: Rock On Board]
 
Os Titãs se apresentaram neste sábado (23) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Fechando o segundo dia de festival, eles subiram ao palco Samsung Galaxy às 22h35 com a formação original, que é composta por Nando Reis, Paulo Miklos, Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Bellotto.

No ano passado, o grupo se reuniu em comemoração aos seus 40 anos de história. Nomeada "Titãs Encontro - Pra Dizer Adeus", a turnê contou com 47 apresentações, em 16 estados e 24 cidades do país. A banda aproveitou a ocasião do festival para encerrar o ciclo de apresentações. Esta turnê foi marcada pela reunião da formação original, que há 30 anos não se encontrava nos palcos. 

Na plateia, o encontro de gerações era notável, com pais acompanhados de seus filhos; fãs antigos da banda e fãs jovens que aprenderam a apreciar a banda, provavelmente com seus pais.

O show foi aberto com “Diversão”, que não pareceu empolgar muito a plateia. Talvez o público ainda estivesse “esquentando as turbinas”. Em seguida, a irreverente “Lugar Nenhum” já extraiu um pouco mais de animação do público, com um Arnaldo Antunes dançante ao assumir o vocal. “Homem primata” veio logo depois, se iniciando com uma contribuição à capela do público. 

Branco Mello não deixou a dificuldade causada pelo tratamento do câncer de laringe em 2018 impedir sua participação na celebração dos 40 anos da banda: ele deu início à sua participação cantando “Tô cansado” e sendo acompanhado pelo público.
 
Arnaldo Antunes e Branco Mello no Lollapallooza [Foto: Rock On Board]
 
No revezamento de vocais, Nando Reis assumiu o microfone na agitada “Igreja”, indo em contraponto às suas atuais canções mais baladas. Já “O pulso”, na voz de Arnaldo Antunes, sempre nos faz questionar como sobrevivemos com tantas doenças no mundo. “Comida”, “Eu não sei fazer música” e “Cabeça dinossauro” encerraram o “primeiro ato” do show.

Para introduzir a segunda parte, que traria canções em versão acústica, trechos de vídeos gravados ao longo da carreira da banda antecederam a apresentação de “Epitáfio”, levando a uma reflexão sobre as realizações do grupo, assim como a música propõe que façamos sobre nossas vidas. Sérgio Britto convidou o público a acender as lanternas dos seus celulares para curtir aquela que ouso julgar como uma das músicas mais conhecidas e amadas do grupo. A plateia participou, cantando junto com a banda e batendo palmas. “Os Cegos do Castelo”, interpretada em seguida por Nando Reis, também ganhou um coro da plateia.
“Pra dizer adeus” traz reconhecimento imediato até para quem tem menos intimidade com o repertório dos Titãs, o que refletiu na empolgação do público, que, em alguns pontos, pulava e cantava a plenos pulmões com Paulo Miklos.

Alice Fromer, filha de Marcelo Fromer (guitarrista da banda, falecido em 2001), entrou em seguida no palco e fez uma participação especial cantando “Toda cor” como forma de homenagear a memória do pai. A canção encerrou a etapa acústica do show.
 
Nando Reis, com Branco Mello no fundo [Foto: Rock On Board]
 
“Família” trouxe as versões plugadas de volta, mas talvez a regulagem dos equipamentos tenha deixado a desejar, pois o eco no microfone de Nando Reis dificultou o entendimento do que era cantado. Após uma pequena pausa estratégica, “Go back” pareceu trazer uma melhor regulagem do microfone e um Sérgio Britto tentando, mais uma vez, agitar um pouco mais o público.

Paulo Miklos relembrou, a seguir, que estavam “com o emocional lá em cima” por se tratar da última apresentação da turnê e de todos juntos. Recebendo interjeições de protesto da plateia sobre o fim da turnê, ele pediu a participação de todos para a homenagem a Erasmo Carlos ao iniciar “É preciso saber viver”. O público pareceu sentir a importância do momento e se dedicou em acompanhar a cantoria, não se deixando abalar nem pela chuva insistente que começou a se intensificar.

Em seguida, outro imprevisto: o microfone de Branco não funcionava. Foi preciso arrumar a falha técnica e recomeçar “Flores”. O público pareceu sentir a quebra no ritmo, mas os integrantes da banda fizeram o possível para manter a animação e não deixar a “peteca cair”.

“Televisão”, “Porrada”, “Polícia” e “Bichos Escrotos” compuseram uma sequência de “pedradas” para buscar mais animação e vibração rock’n’roll do público. E depois de tanta energia, “Marvin” foi uma quebra na onda, apesar de bem executada e com aparente boa recepção da plateia.

Sergio Britto cantando "Homem Primata" no Lollapalooza [Foto: Rock On Board]
 
“Sonífera ilha” encerrou a apresentação e a segunda noite de Lollapalooza, conseguindo manter a empolgação de parte do público. A sensação que ficou foi de que alguns presentes curtiram muito o show, já outra parte parecia um tanto quanto deslocada. Talvez seja uma realidade comum aos festivais, contudo esperava que, para a última apresentação da turnê da banda, houvesse uma plateia mais passional e envolvida, apesar do horário e da chuva.

Assista abaixo a nossa cobertura em vídeo do Lolla 2024

Danyelle Woyames

Jornalista e escritora, atualmente atuando como Assessora de Imprensa. Louca por música, literatura, cinema e aprendiz do universo nerd. Fã de Foo Fighters, Pearl Jam e ainda apaixonada pelo rock dos anos 2000.

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