Graveyard retorna mais calmo e sombrio em '6', seu novo álbum

Graveyard

6
⭐⭐⭐✰ 4/5
Por  Bruno Eduardo 

Com mais de uma década de atividades, e formada na cidade de Gotemburgo, a banda sueca Graveyard já é referência em qualquer parte do planeta quando o assunto é stoner rock / rock psicodélico / blues rock. A sonoridade do quarteto é uma viagem pelo tempo, com influência de gêneros dos anos 70 aos mais contemporâneos. E o novo álbum da banda só serve para comprovar essa eficiente cartilha

Seguindo o padrão já conhecido e repetido por centenas de bandas na história, o grupo resolveu batizar o seu sexto disco com o singelo título de '6', que chega após um longo tempo sem lançar nada. Inclusive, esse é o maior período de espaço entre um álbum e outro da carreira deles (mais de cinco anos) e teve a pandemia como uma justificativa plausível.

Com nove faixas inéditas, o novo álbum do Graveyard representa a marca registrada da banda, mas é um pouco mais calmo e sombrio que o álbum anterior, 'Peace'. É evidente que a pandemia teve um impacto na expressão destas canções, mas há também elementos de esperança, incorporados principalmente pelo rock quente de músicas como o primeiro single do disco, "Twice" - que não representa o que é o álbum em sua totalidade mas serve para apresentar o rock poderoso que o Graveyard é capaz de fazer.
 
 
No entanto, são nos momentos sombrios e parcialmente psicodélicos que os suecos brilham neste novo álbum. Músicas certeiras como "I Follow You", e sua levada cadenciada, cheia de leads de guitarras sensacionais é que dão "a cara" deste '6'. Outra que vai nessa pegada de rock desértico, com direito a backing vocals femininos que fazem a faixa crescer é "Breath in Breath Out", que surge rastejante como uma cobra criada nas rochas que compõem as estradas texanas.

Há também espaço para o blues comer solto em "Sad Song", aumentando o nível emotivo do álbum, nesta que pode ser considerada a canção mais comovente deste novo trabalho. "Just a Drop", que vem em seguida, não chega a ter a mesma força de "Twice", por exemplo", mas é responsável por trazer o rock de guitarras de volta ao disco, com versos fortes e riffs queimando a torto e a direito.  

A trinca final com "Bright Lights", "No Way Out" e "Rampant Fields" representam de forma fidedigna a proposta deste '6', que é trazer um rock mais cadenciado, permeado por melodias melancólicas e guitarras cheias de feeling.

Mesmo sem o peso das guitarras, '6' é um ótimo álbum de rock e pode ser considerado um marco na discografia do Graveyard. O disco reflete as marcas registradas da banda e ao mesmo tempo mostra um clima totalmente diferente dos anteriores. Aqui, o grupo se concentra nos tons suaves e busca uma jornada de emoções, onde o foco está numa atmosfera mais sombria. De todo modo, podemos afirmar sem sombra de dúvidas, que '6' é indispensável em todos os sentidos para os amantes do rock and roll.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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