The Town: Yeah Yeah Yeahs faz show apoteótico para plateia morna

Karen O. deu show em performance no The Town [Foto: Adriana Vieira]
 
O trio Yeah Yeah Yeahs entrou no último momento para o line up do The Town para substituir o nada mais Queens of The Stone Age, que por recomendações médicas cancelou sua apresentação. E sim, os estilos são totalmente diferentes e a “tarefa” seria, no mínimo, difícil. Muita gente ficou na dúvida se iria funcionar, talvez? Funcionou? Sim, mesmo com uma plateia morna.

Em uma apresentação com várias atmosferas, barulhentas em sua maioria, a banda fez o seu melhor. A frente está a performática toda de uma presença de palco ímpar Karen O com sua roupa colorida que ajuda em todos os seus movimentos de dança e pulos no palco. Ao, logo dos pouco mais de anos de carreira as suas performances são emblemáticas para quem conhece, e em um festival como o The Town fica ainda além do que se espera, até porque s sua última vinda ao Brasil foi a dez anos atrás. Seus parceiros Nick Zinner na guitarra e Brian Chase na bateria fazem a base rock alternativa perfeita que também conta com o apoio de David Pajo nas turnês que reveza no teclado, violão, baixo, guitarra e synths.

Abrindo o show com a não tão forte, mas não imponente, "Spitting of the edge of the World" do último albúm de 2022 mas aos poucos a vibe vai alterando quando logo surgem a animada “Cheated  Hearts” e logo o jogo vira para a indie porrada e rápida “Pin”, e daí em diante seria só barulho no melhor estilo alternativo. “Burning” com o palco tomado de fogo nos telões e iluminação vermelha deu o tom certo para a canção que foi acompanhada por boa parte da plateia que também aproveitou para dançar em “Zero” com muitas bolas que foram jogadas na plateia pela produção “Como eu disse somos o Yeah Yeah Yeahs e fazem dez anos que não tocamos aqui! ” diz ela antes de tocar a música, e a plateia entendeu toda a empolgação que era nítida de toda a banda.
 
Yeah Yeah Yeahs com muita presença no The Town [Foto: Adriana Vieira]
 
“Temos amor nesta noite?” Pergunta antes de tocar a lenta “Loverbomb” e em todo momento Karen tenta proximidade com o público onde uma parte tenta entender o que está acontecendo no palco, e na outra parte se entrega e curte todos os momentos ali dispensados em forma sonora. No final da música ela conversa com uma pessoa que está presa na tirolesa “Você está tirando a minha atenção. Este tudo bem com você? Alguém pode ajudar ela? ” E rapidamente o bombeiro a retira em segurança e o show segue.

O final nostálgico e arrebatador ficou com “Gold Lion” com vocais e guitarra muito mais alta e barulhenta que o original (lindo de ver!) a inesquecível “Maps” que cativa qualquer pessoa com sua atmosfera única – ainda mais ao vivo como foi essa execução – “Head Will Roll” que colocou boa parte para relembrar os tempos de baladas e dançar um pouco assim como “Y Control”.

Foram inúmeros agradecimentos para o FF, Garbage e Queens of The Stone Age durante o show, merecidos alias, e para se despedir a banda faz sua versão belíssima com muita identidade da introdução de “ Song for the Dead” que serve de colchão para rápida indie punk “Date with the night" que encerra com muito barulho e microfonias.

Ficou aqui uma apresentação apoteótica para poucos entendedores na noite pois não houve uma catarse de todo o público. Bom para quem conseguiu entrar na vibração e energia barulhenta da banda e ruim para quem não deu se rendeu a oportunidade de estar em um show desse.

Rom Jom

Fotógrafo, jornalista, mochileiro, baixista, punk rocker e decano de roda de pogo. Pela Rock On Board cobriu vários festivais como Maximus e RIR além de entrevistas com Rival Sons, Linkin Park, Cypress Hill, Comeback Kid, Red Fang e muitas outras.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2