Garbage revive rock alternativo noventista no The Town

Shirley Manson liderou o Garbage no The Town [Foto: Adriana Vieira]

Quem viveu os anos noventa sabe o quanto o Garbage foi importante para toda a cena do rock alternativo da época, e hoje no The Town isso foi evidenciado mesmo com um setlist curto e com músicas do seu mais recente último álbum No God no Masters (2021).

Falar da competência da banda ao vivo quanto a qualidade do som das músicas (que possuem as mesmas bases eletrônicas dos álbuns prontas para deixar ainda mais fiel) é algo difícil até porque a banda é formada por ícones da música mundial, o baterista Butch Vig – um dos principais produtores da safra rock 90’s como Nirvana e L7 - e os guitarristas Duke Erikson e Steve Marker e a vocalista mais do que icônica Shirley Manson, que quanto mais o tempo passa mais sua voz fica suave e potente.

“Essa é de 98... da época que a MTV exibia clipes de músicas”, diz Shirley Manson, relembrando dos tempos áureos da antiga emissora que marcou uma geração, antes de tocar “I Think I’m Paranoid”. E todo esse clima nostálgico foi cada vez mais forte e marcante em músicas como “Supervixem”, que abriu o show, “Run Baby Run” com uma voz ainda mais branda de Shirley, “Stupid Girl” com guitarras marcadas como na versão gravada, e “#1 Crush” - essa iniciada seca no baixo do Eric Avery (que foi um dos fundadores do Jane’s Addiction), adicionando um ótimo clima logo no inicio da apresentação. 

Garbage trouxe o rock 90 para o festival [Foto: Adriana Vieira]

O grande sucesso “Only Happens When It Rains” pegou muitos de surpresa com um inicio bem diferente - um teclado em andamento mais lento dando uma nova roupagem a uma canção que marcou uma geração. E essa foi a hora dos celulares em massa serem levantados. E neste final contou ainda com a guitarra alta na belíssima “Vow” e “Push It” para finalizar.

Do novo álbum tivemos as faixas “No God No Masters”, que merece uma atenção pela sua potencia de som, a excelente “The man who rule the world” que tem todas as identidades da banda como sons e bases coesas e fabricadas, “Godhead” e “Wolves”.

Muita música ficou fora do repertório? A resposta é sim, mas o show foi de uma qualidade ímpar. Para quem duvida, ou não entendeu, escute mais da banda para compreender o que aconteceu nesta noite de um verdadeiro rock alternativo noventista. Garanto que você se tornará ainda mais fã.

Rom Jom

Fotógrafo, jornalista, mochileiro, baixista, punk rocker e decano de roda de pogo. Pela Rock On Board cobriu vários festivais como Maximus e RIR além de entrevistas com Rival Sons, Linkin Park, Cypress Hill, Comeback Kid, Red Fang e muitas outras.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2