Saiba como foi o primeiro dia do Best of Blues and Rock 2023

Primeira noite de festival tem grandes encontros no palco [Foto: André Velozo]
 
O Best of Blues and Rock chega na sua décima edição. Sexta, 02/06, o Auditório do Ibirapuera recebeu um público diverso e bem tímido por volta das 15:00, horário de abertura dos portões. O evento que vai até domingo 04/06, conta com a presença de nomes importantes da cena do Blues e do Rock nacional e internacional.

Nanda Moura agrada público com vozeirão e blues pesado
 
Nanda Moura e sua Cigar Box [Foto: André Velozo]
 
Por volta das 15:40 a talentosíssima guitarrista Nanda Moura encanta o público presente com uma energia maravilhosa e uma banda impecável e que já tem história. O motivo? Os músicos César Lago (baixista), Gil Eduardo (baterista) e Otávio Rocha (guitarrista) que acompanharam Nanda, já passaram pela banda Blues Etílicos, referência quando o assunto é Blues. Dona de uma voz potente, arrisco que uma contralto, Nanda não se intimidou nem com o sol e nem com o público que não demorou para soltar a voz e interagir com a guitarrista. A apresentação com uma Cigar Box de três cordas (instrumento que ficou popular nos anos 30) chamou a atenção.

A responsabilidade de se apresentar no mesmo dia que Extreme e Tom Morello não deve ser fácil, mas Nanda Moura trouxe o melhor do Blues tradicional dos anos 20 e 40, puxando uma sonoridade com mais peso e distorção, de deixar qualquer fã babando.

Malvada conta com boa receptividade do público
 
Malvada dando seu recado no Best Of Blues And Rock [Foto: André Velozo]
 
Atitude, drives, solos e homenagens marcaram o show da banda Malvada, comandada apenas por mulheres, incendiando o final de tarde no Auditório Externo do Parque Ibirapuera.

A banda que iniciou carreira em 2020, conta com Angel Sberse (vocalista), Bruna Tsuruda (guitarrista), Marina Langer (baixista) e Juliana Salgado (baterista), e preciso reforçar o quanto sinto orgulho de falar sobre rock e ter mulheres incríveis envolvidas nisso e sendo reconhecidas pelo excelente trabalho que fazem. Com fãs bem receptivos a banda Malvada tocou "A noite vai ferver", "Mais um gole" e "Perfeito imperfeito".

O show seguiu e ganhou ainda mais simpatizantes quando a banda fez uma homenagem a cantora Rita Lee tocando "Esse tal de Roque Enrow". Com uma voz carregada de drives, a vocalista Ana Sberse fez muito marmanjo gritar, ao som do clássico "Summertime" de Janis Joplin, que ganhou uma roupagem especial na versão da Malvada e até Jimi Hendrix entrou para o setlist das garotas.

Extreme faz show impecável na primeira noite
 
Extreme homenageando o ótimo 'Pornograffitti' [Foto: André Velozo]
 
Às 18:40 a expectativa para ver o Extreme era grande. A banda atrasou 15 minutos, o que deixou os fãs ainda mais ansiosos. Após 8 anos desde a última passagem pelo Brasil em 2015, o Extreme retorna com Gary Cherone (vocalista), Nuno Bettencourt (guitarrista), Pat Badger (baixista) os três mantém a formação praticamente original e agora contam com Kevin Figueiredo (baterista) que entrou para banda em 2007.

Com um público bem empolgado, o Extreme inicia o show com Decadence Dance, faixa do álbum Pornograffitti, o vocalista Cherone chega com um figurino brilhante e lenços esvoaçantes, fazendo jus ao Extreme dos anos 90.
Nuno por várias vezes foi ovacionado durante o show e vale ressaltar que a banda ainda soa como nos discos e isso é um feito para pouquíssimas bandas, principalmente quando falamos de rock.

A sinergia que todos os integrantes tem no palco é incrível, eles entregam TUDO ao vivo, um show para ninguém colocar defeito.

A recente "Rise" do albúm Six teve espaço no setlist da banda, mas não foi recebida com tanta empolgação. O show seguiu com a clássica "Reast in Peace" do albúm III Sides to Every Story, a faixa "Banshee" também do albúm Six, tem muito do Extreme do começo e já prepara os fãs para o que vem em seguida, a intro de "We Will Rock You" do Queen dá espaço para "Play With Me" e Nuno Bettencourt com seus solos virtuosos, era difícil tirar os olhos do guitarrista, tamanha agilidade e perfeição em que os solos eram executados.

"More Than Words", hit clássico que levou o Extreme ao topo das paradas não poderia ficar de fora e deixou os fãs em êxtase, com olhares atentos, luzes espalhadas, teve quem filmou, quem chorou, quem fechou os olhos e quem se abraçou, o momento era do Gary e do Nuno, sem dúvidas, e o vocalista não negou, quando disse: "essa música se tornou um dueto entre Nuno, eu e vocês".
O show seguiu com "Hole Hearted" que deu espaço para os fãs se recomporem depois da bela e romântica "More Than Words", não bastando, o guitarrista Nuno Bettencourt diz que os maiores fãs do planeta são os do Brasil e mesmo sendo o guitarrista favorito de muitos, inclusive meu, eu não poderia deixar de falar do vocalista Gary Cherone, que tem uma energia invejável. Ele pula, corre, gira e dança o tempo inteiro, estamos falando de cantor de 61 anos em plena forma física e vocal, com uma entrega impecável e sem sombra de dúvidas Cherone é um dos melhores frontmans do Hard Rock e da sua geração.

O guitarrista brasileiro Mateus Asato é convidado para tocar "Get the Funk Out" e cá pra nós, essa música é outro show a parte, a apresentação termina deixando os fãs com gosto de quero mais.

Como o Extreme fez para melhorar ao longo desses mais de 30 anos de banda, eu não sei, só sei que quero outro show muito em breve, será?

Com convidados ilustres no palco, Tom Morello relembra todas as fases da carreira
 
Tom Morello homenageou Chris Cornell no Best Of Blues And Rock [Foto: André Velozo]
 
Com um repertório enxuto, mas de quase 1 hora e meia, Tom Morello conseguiu satisfazer o público em peso no Best of Blues and Rock, o guitarrista que veio acompanhado da Freedom Fighter Orchestra, trio que se apresenta nas turnês junto de Morello, o guitarrista multifacetado é um faz tudo: ele canta, toca e toca MUITO. 
O nome por trás das bandas Rage Against the Machine, Audioslave e Prophets of Rage passeou por todas as suas fases.

O show começou com "One Man Revolution", mas a sequência que levou boa parte do público ao delírio foi o compilado das músicas "Bombtrack," "Know Your Enemy", "Bulls on Parade", "Guerrila Radio", "Sleep Now in the Fire" do Rage Against The Machine.

A fase do Audioslave não poderia ficar de fora. "Cochise" teve a participação especial de Gary Cherone e Nuno Bettencourt do Extreme, que agitaram o público.

"Like a Stone" foi cantada por Carl Restivo (guitarrista) em homenagem mais que merecida ao vocalista Chris Cornell, momentos antes de iniciar, Morello disse: "se você sabe a letra, cante, se não sabe, faça uma oração" e a emoção era nítida ali.

Entre uma música e outra, os fãs não pouparam rodas na multidão para extravasar as energias, afinal esse show era para não ficar parado.
A clássica "Killing In The Name" leva os fãs de todas as gerações a loucura, entoando o refrão com toda força, o guitarrista Steve Vai apareceu para tocar "People to the Power", canção considerada um hino político e escrita por John Lenon, encerrando assim a primeira noite da décima edição do Best of Blues and Rock.

Karla Beltrani

É colaboradora do site Rock On Board e apaixonada por música e Rock N´ Roll desde que se entende por gente e não vive sem uma boa trilha sonora! Adotou o Hard Rock como sua vertente preferida nesse enorme universo chamado Rock! Já foi vocalista de um Whitesnake Tributo, suas três bandas de cabeceira são: Aerosmith, Kiss e Whitesnake, além de ser fã assumida da banda KISS! Tendo a façanha de entrevistar personalidades do Rock como: David Gilmour (Pink Floyd) e Ozzy Osbourne (Black Sabbath)

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