Novo álbum do Foo Fighters é mais do mesmo, bonito e emotivo

Foo Fighters

But Here We Are
⭐⭐5/5
Por  Ricardo Cachorrão 

Depois de lançar o ótimo Medicine at Midnight em 2021 e ter de lidar com a trágica perda do baterista Taylor Hawkins, morto na Colômbia durante a turnê, o FOO FIGHTERS juntou seus cacos e joga no mercado But Here We Are, novo disco de inéditas da banda, que desde abril foi anunciado e começou a ser divulgado.

O álbum abre com a boa "Rescued", primeiro single liberado e que já não é novidade para ninguém, som vigoroso, alternando climas entre rápido e pesado e ritmo mais cadenciado. É a típica música do Foo Fighters que fará o público vibrar nos shows. Não tardará a ser hit. Na sequência, "Under You", mantém o padrão, numa faixa que fala de perdas. Como já havia sido anunciado pela banda, o álbum é uma resposta a tudo o que eles passaram no último ano. Além da perda de Taylor Hawkins, Dave Grohl também teve de lidar com a perda de sua mãe neste período.

"Hearing Voices" é a terceira faixa do disco, bonita música que termina com um belo e delicado teclado sob a voz de Grohl, seguida da faixa título "But Here We Are", e até aqui, temos um disco, que podemos chamar de “mais do mesmo”, o que não chega a ser um problema, se AC/DC, Motörhead ou Ramones puderam gravar discos iguais por toda a vida, por que o Foo Fighters não? Tenho certeza de que os fãs gostarão do trabalho.
 
 
Agora, para quem não gosta da Foo Fighters, não será agora que mudará de ideia. "The Glass" é uma balada e seguida por "Nothing At All" que apesar de apresentar um ritmo crescente, mantém o disco mais calmo e introspectivo do que dava a impressão nas duas primeiras faixas, mais enérgicas.

Interessante lembrar que o novo baterista da banda, Josh Freeze, que chega com a complicadíssima tarefa de substituir um ídolo, como era Taylor Hawkins, não toca neste disco, todas as baterias foram gravadas por Dave Grohl, que um dia foi o ótimo baterista do Nirvana, se é que alguém não lembra.

"Show Me How" é a próxima canção e foi o terceiro single liberado pela banda, trazendo aqui um dueto vocal entre Dave Grohl e sua filha Violet, de apenas 17 anos, numa canção suave e que mantém o discurso de perdas apresentado por todo o álbum.
 
 
O disco continua com "Beyond Me", uma faixa mais rock, porém, mantendo o clima soturno e é seguida por "The Teacher", que é o que pode ser considerado diferente do que costuma fazer o Foo Fighters, uma faixa que ultrapassa os dez minutos de duração, cheia de climas alternados e, como tudo o que ouvimos até agora, é bela e triste.

E o disco acaba com "Rest", uma emocionante canção com a voz rasgada de Dave Grohl e um violão, no melhor estilho folk rock, que da metade pra frente ganha contornos de Neil Young, com guitarra suja e a voz arrastada. Um jeito de fazer o fã terminar a audição chorando, depois de tanta tristeza e lamentação. Um disco bonito, um disco do Foo Fighters, com tudo o que isso significa.

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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