Depois de lançar o ótimo Medicine at Midnight em 2021 e
ter de lidar com a trágica perda do baterista Taylor Hawkins, morto na Colômbia
durante a turnê, o FOO FIGHTERS juntou seus cacos e joga no mercado But Here
We Are, novo disco de inéditas da banda, que desde abril foi anunciado e
começou a ser divulgado.
O álbum abre com a boa "Rescued", primeiro single
liberado e que já não é novidade para ninguém, som vigoroso, alternando climas
entre rápido e pesado e ritmo mais cadenciado. É a típica música do Foo
Fighters que fará o público vibrar nos shows. Não tardará a ser hit. Na
sequência, "Under You", mantém o padrão, numa faixa que fala de perdas. Como já
havia sido anunciado pela banda, o álbum é uma resposta a tudo o que eles
passaram no último ano. Além da perda de Taylor Hawkins, Dave Grohl também teve
de lidar com a perda de sua mãe neste período.
"Hearing Voices" é a terceira faixa do disco, bonita
música que termina com um belo e delicado teclado sob a voz de Grohl, seguida
da faixa título "But Here We Are", e até aqui, temos um disco, que podemos
chamar de “mais do mesmo”, o que não chega a ser um problema, se AC/DC,
Motörhead ou Ramones puderam gravar discos iguais por toda a vida, por que o
Foo Fighters não? Tenho certeza de que os fãs gostarão do trabalho.
Agora, para quem não gosta da Foo Fighters, não será agora que
mudará de ideia. "The Glass" é uma balada e seguida por "Nothing At All" que
apesar de apresentar um ritmo crescente, mantém o disco mais calmo e
introspectivo do que dava a impressão nas duas primeiras faixas, mais enérgicas.
Interessante lembrar que o novo baterista da banda, Josh
Freeze, que chega com a complicadíssima tarefa de substituir um ídolo, como era
Taylor Hawkins, não toca neste disco, todas as baterias foram gravadas por Dave
Grohl, que um dia foi o ótimo baterista do Nirvana, se é que alguém não lembra.
"Show Me How" é a próxima canção e foi o terceiro single
liberado pela banda, trazendo aqui um dueto vocal entre Dave Grohl e sua filha
Violet, de apenas 17 anos, numa canção suave e que mantém o discurso de perdas
apresentado por todo o álbum.
O disco continua com "Beyond Me", uma faixa mais rock,
porém, mantendo o clima soturno e é seguida por "The Teacher", que é o que pode
ser considerado diferente do que costuma fazer o Foo Fighters, uma faixa que
ultrapassa os dez minutos de duração, cheia de climas alternados e, como tudo o
que ouvimos até agora, é bela e triste.
E o disco acaba com "Rest", uma emocionante canção com a
voz rasgada de Dave Grohl e um violão, no melhor estilho folk rock, que da
metade pra frente ganha contornos de Neil Young, com guitarra suja e a voz
arrastada. Um jeito de fazer o fã terminar a audição chorando, depois de tanta
tristeza e lamentação. Um disco bonito, um disco do Foo Fighters, com tudo o
que isso significa.