Monsters of Rock: Kiss faz show insuperável em dia de celebração ao rock

Fotos: Ricardo Matsukawa

Depois de 8 anos de espera, um dos maiores festivais de rock finalmente chega em São Paulo.

Sábado, dia 22/04 os monstros do rock desembarcaram no Allianz Parque para uma maratona de shows que recebeu grandes nomes da cena do hard rock e heavy metal, como a cantora alemã Doro Pesch, que é mundialmente conhecida como rainha do heavy metal e por liderar a banda Warlock nos anos 80, dona da voz por trás do clássico "All We Are" e foi a primeira atração do festival, que começou logo cedo, tocando às 11:30.


A banda de metal progressivo Symphony X comandada pelo vocalista Russell Allen foi a segunda atração tocando ao 12:30.

 

Já a banda pioneira no estilo Doom Metal, o Candlemass se apresentou 13:30, a banda de origem sueca foi escolhida com a missão de substituir a banda Saxon, que precisou cancelar a sua participação no lineup do festival, por conta do afastamento do guitarrista Paul Quinn.

Apesar das críticas recebidas, os suecos não deixaram por menos e fizeram uma apresentação digna de um público muito maior, mas isso não tirou o brilho do show e a banda soube contornar muito bem, só o horário não ajudou muito.


Para os amantes do legítimo power metal, mal deu tempo de sentir saudades, 6 meses depois da sua última apresentação em São Paulo, o Helloween já estava no palco do Monsters of Rock, com a receita infalível de como aquecer e ter o público nas mãos, o ingrediente principal? Andi Derris, Kai Hansen e Michael Kiske.

Com um público fiel, muitos maquiados de abóbora aguardando ansiosamente o show que começou às 15:00 com a introdução de "Halloween", apesar do setlist apresentado em outubro do ano passado, ver o Helloween ao vivo é sempre empolgante, por mais que seja um show que os fãs já conhecem.

Deris e Kiske funcionam muito bem no palco, o dueto em "Forever and One" faz o público cantar junto e Kai Hansen tocando o clássico "Heavy Metal (Is the Law)" agita os fãs ali presentes e é impossível não reparar no vigor e energia da banda como um todo e talvez esse seja o principal ingrediente que faz da banda Helloween um sucesso por onde passa à quase 40 anos.


Com o estádio cheio, os estreantes do festival Monsters Of Rock, estão na ativa desde 1968 e me pareceu impossível conter a emoção de ver o Deep Purple no palco, talvez pela aparente fragilidade do vocalista Ian Gillan no auge de seus 77 anos, foi difícil acreditar que eu estava assistindo a lenda Purple ao vivo, com três integrantes da formação original naquele palco. A banda foi recebida com um público bem mais empolgado e muito mais receptivo, o setlist contemplou clássicos e um pouco do lado b da banda, agradando a maior parte dos fãs presentes.

O baixista Roger Glover e o baterista Ian Paice pareciam se divertir ao tocar, enquanto o tecladista Don Airey que está na banda desde 2002 mostrou todo o seu talento e carisma durante a apresentação, o criador da introdução de "Mr. Crowley" brindou o público com uma taça de vinho enquanto fazia o solo de teclado e presenteou os fãs com todo seu talento, tocando um medley de músicas brasileiras, entre elas: "Sampa", "Brasileirinho", "Tico Tico no Fubá", "Meu Brasil Brasileiro", anunciando o clássico "Perfect Strangers" que fez os fãs cantarem junto, dando sequência do que viria pela frente.

Já o não tão conhecido guitarrista Simon McBride que assumiu o posto do guitarrista Steve Morse em maio do ano passado, mostrou toda sua habilidade e técnica no palco com solos perfeitos e muito bem executados. Os clássicos do rock "Smoke on the water" e "Hush" agitam o público e a empolgante "Black Night" encerra a apresentação da banda.


Não menos aguardado e importante na programação do Monsters of Rock, a banda alemã Scorpions subiu no palco às 18:45 com o estádio já na sua capacidade máxima, o vocalista Klaus Meine cumprimenta os fãs e diz que é bom estar de volta, com um repertório de clássicos e algumas músicas novas, o show começa com "Gas In the Tank", "Make it real" e a empolgante "The Zoo", duas músicas do albúm Animal Magnestism dão o tom, preparando os fãs com o que vem pela frente.

Acredito que jovialidade seja uma palavra que faz parte dos membros do Scorpions, a banda está sempre em perfeita harmonia no palco, os integrantes não medem esforços para entregar um show repleto de vitalidade, apesar do "mais do mesmo" que acompanha muitas bandas quando se fala em repertório. O hit romântico "Send me a angel" deixa o público em êxtase e é cantada em coro pelos fãs, assim como "Wind of change" que não fica para trás e é cantada por todos, o coro chega a ser emocionante, enquanto o estádio é iluminado por celulares.

"Tease Me Please Me" abre espaço para o solo de bateria de Mikkey Dee, ex baterista do Motörhead, que faz um solo nada mais, nada menos que destruidor, enquanto projeçõs apareciam nos telões. Os hits "Blackout", "Big City Nights", mostram que a banda ainda tem muita lenha para queimar, o ápice do show vem com "Still Loving You", a clássica balada não poderia ficar de fora, enquanto o estádio é novamente iluminado por celulares, marcando o final da apresentação "Rock Like a Hurricane" encerra em grande estilo a participação da banda no festival Monsters of Rock.

 
Desde o ínicio da carreira do Kiss e em todas as apresentações, sempre se ouviu a frase: "You wanted the best, you got the best, the hottest band in the world..." e o final vocês já sabem. Um ano depois do show da turnê de despedida, a banda está de volta agraciando os fãs com mais uma apresentação, dessa vez mostrando o verdadeiro significado do que é ser um Monstro do Rock.

Às 21:00 a banda é anunciada, a cortina é puxada e os integrantes do Kiss começam o espetáculo, o Allianz Parque está tomado por 60 mil pessoas, entre elas, pais, filhos, avôs, amigos e muitos rostos pintados, as maquiagens mais vistas no rosto dos fãs eram do Star Child, que pertence ao vocalista e guitarrista Paul Stanley e The Demon, do baixista Gene Simmons.

Hino do disco Destroyer, "Detroit Rock City" leva os fãs ao delírio, muitos que já aguardavam a banda desde manhã, na grade do palco, a coreografada "Shout it Loud" empolga o público, impressionado com a lotação do estádio, o vocalista Paul Stanley conversa com o público e fala sobre as 60 mil pessoas presentes no show, Paul não perde a oportunidade de fazer a famosa brincadeira entre qual parte do público grita mais.

Insuperáveis depois de 50 anos de banda, o Kiss continua entregando grandes performances, luzes, fogos, bonecos gigantes, telões, figurino, não existe nada que tire o brilho dessa banda icônica, nem mesmo a idade e a voz do vocalista e guitarrista Paul Stanley, que ostenta boa forma aos 71 anos.


A noite de clássicos garante aos fãs de todas as idades a oportunidade de vivenciar uma experiência única que só o Kiss pode proporcionar.

"War Machine", "Heaven's On Fire" e "I Love It Loud" engrossam o coro dos fãs, enquanto o baixista Gene Simmons cospe fogo. "Say Yeah" do albúm Sonic Boom distrai o público, mas não empolga tanto, fã que é fã quer clássicos,  então o show segue com "Cold Gin", o guitarrista Tommy Thayer faz o famoso solo de guitarra, mas o público se empolga mesmo com "Lick It Up", nessa hora a maquiagem do baixista Gene Simmons já estava derretendo, mas a festa só estava começando.

O simpático baterista Eric Singer faz caras e bocas durante o solo de bateria, enquanto é ovacionado pelo público, um show de luzes, gelo seco e trovões anunciam "God Of Thunder" e faz os fãs menores ficarem impressionados com o baixista cuspindo sangue e sendo suspenso, mas o auge do show fica por conta do vocalista Paul Stanley em "Love Gun" e "I Was Made for Lovin' You", que atravessa no meio do público em uma tirolesa, entre o palco principal e um palco menor próximo a mesa de som.

"Black Diamond" é cantada pelo baterista Eric Singer, que tem a bateria suspensa nesse momento, preparando os fãs para a clássica "Beth", que faz com que os fãs iluminem o Allianz com 60 mil celulares, Paul Stanley aproveita para dizer que ama o Brasil e já prepara os fãs para "Do You Love Me?" balões brancos gigantes vão sobrevoando o público em clima de festa.

Uma chuva de papéis picados em branco e vermelho, rostos pintados, muita serpentina rosa, choro, gritos, abraços, sorrisos soltos e todos os efeitos que os fãs tem direito, "Rock n' Roll All Night" encerra a noite, depois de quase duas horas de show e um setlist repleto de clássicos da banda mais quente do mundo, o Kiss fecha a sétima edição do Monsters of Rock e carrega a façanha de cinco décadas depois ainda arrastar uma legião de fãs apaixonados por onde passam.

Karla Beltrani

É colaboradora do site Rock On Board e apaixonada por música e Rock N´ Roll desde que se entende por gente e não vive sem uma boa trilha sonora! Adotou o Hard Rock como sua vertente preferida nesse enorme universo chamado Rock! Já foi vocalista de um Whitesnake Tributo, suas três bandas de cabeceira são: Aerosmith, Kiss e Whitesnake, além de ser fã assumida da banda KISS! Tendo a façanha de entrevistar personalidades do Rock como: David Gilmour (Pink Floyd) e Ozzy Osbourne (Black Sabbath)

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