Ao mesmo tempo em que
a mensagem do Foo Fighters sobre a tão aguardada retomada aos palcos tornou-se
um alento para os fãs, provocou também um questionamento que chega a ser filosófico
e, ao mesmo tempo, operacional. Publicada no perfil oficial da banda nas redes
sociais ao apagar das luzes de 2022, as palavras divulgadas dão conta do momento
trágico que acometeu o grupo com a morte prematura do baterista Taylor Hawkins em
março do ano passado e falam sobre o que está por vir.
“Sem Taylor, nunca conseguiríamos nos tornar a banda que fomos. Sem ele, seremos uma banda diferente daqui para frente.”, diz a nota.
Obviamente, a composição não será a mesma. Fato. Nada será como antes
sem o exímio instrumentista que arrebatava a multidão nos shows em inúmeros
momentos icônicos como o recorrente "Under Pressure", cover do Queen em que ele
invertia as funções com Grohl sobre o palco. Porém, o que de diferente os Foos poderiam
trazer?
Aos admiradores mais “roots”, talvez fosse melhor ficar do jeito como
sempre esteve. Rock and Roll raiz com um novo batera. Talvez Shane Hawkins, 16
anos, filho de Taylor, que já atestou que é mesmo 'filho de peixe' tocando com
excelência o mesmo instrumento que o pai.
Aliás, numa espécie de
premonição, o próprio Taylor, em 2014, numa entrevista ao Entertainment Tonight
Canada, profetizou, batendo na trave na questão do tempo: “Meu filho acha que
está se preparando para assumir meu trabalho em cerca de 10 a 15 anos, o que é
bom”. Mas Shane ainda é um adolescente. Será que rolaria?
Ou então, Rufus Taylor, filho de outro magnânimo baterista, Roger Taylor,
do Queen? Afinal de contas, ele já andou substituindo Hawkins nos tributos.
Outro nome cogitado por grande parte dos fãs no fórum virtual Reddit é o de Josh Freese, que toca no Devo
and The Vandals. Especulações e ideias temos aos montes.
Mas tecnicamente falando, Dave Grohl, é uma lição de força no sentido
mais amplo da palavra. E os fãs sabem disso. Em 1994, ele experimentou o luto profissional pela primeira vez com a
partida precoce de Kurt Cobain. Ele, então baterista, inovou e, no ano
seguinte, lançou um álbum e assumiu a
frente de sua própria banda a quem denominou Foo Fighters e imprimiu seu
próprio jeito, bem diferente do aclamado Grunge. Décadas depois, por ironia do
destino, o mesmo raio caiu sobre o mesmo local no território de Grohl.
O que
esperar agora?
Os fãs de plantão bem lembram que o último álbum dos Foos já enveredava
por caminhos alternativos e incitava até indagações sobre a essência musical do
grupo, Em Medicine at Midnight, a banda contratou o produtor de ninguém menos
que Adele e Kelly Clarkson, Greg Kurstin. O resultado é que o trabalho ganhou uma faceta pop e contou com loops de disco
music e até balada tranquilinha como "Chasing Birds", o que mostra que sair da zona de conforto já é
natural para os Foos.
Será que vamos assistir a outro momento histórico-musical com uma nova
roupagem da banda? Veremos.
O que importa é que o grupo, um dos únicos representantes do rock´n roll da geração de quem vos escreve, persistirá. E, como na canção "Best of You", Dave lembra: “I swear I´ll never give in/ I refuse” (Eu prometo que não vou desistir/Me recuso”).
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Foo Fighters
Considero uma é uma escolha muito delicada e que não pode ser feita às pressas.
ResponderExcluirCreio que seja muito cedo para um garoto de 16 anos, assumir as baquetas da banda do tamanho do Foo Fighters e fazer excursões de meses ao redor do mundo.
Apesar de todo esse cenário desfavorável, acredito numa volta por cima do Foo Fighters, álbuns com a qualidade que já conhecemos e vários shows memoráveis com a nova formação.