No Rock in Rio, Maneskin mostra ser muito mais que uma banda de "Tik Tok"

Maneskin: Victoria De Angelis e Thomas Raggi [Foto: Adriana Vieira]

O Maneskin foi um contraponto ao line up "rock" do Rock in Rio. Principalmente nesse dia, onde no Palco Mundo, três veteranos voltariam a bater ponto da programação (CPM 22, Offspring e Guns N'Roses). A banda italiana ficou famosa ao chegar no topo das paradas no Spotify por conta de uma música viralizar no Tik Tok. Além disso, eles venceram o Eurovision, o que deu ainda mais amplitude ao alcance do grupo. A versão de "Beggin", originalmente composta nos anos 60 pelo grupo Four Seasons, incluída logo no meio da apresentação, foi certamente a que causou mais comoção.

Mas no show do Rock in Rio, a banda mostrou potencial para ser mais que um simples hit viral nas redes sociais. Em pouco mais de uma hora, eles mostraram postura, pose, energia e muita sagacidade para os grandes palcos. A agitação da baixista Victoria De Angelis e o carisma do frontman do grupo, Damiano David, atraíam os olhares e a atenção de quem passeava pela Cidade do Rock e não sabia o que estava acontecendo.
 
Carismático: vocalista do Maneskin, Damiano David [Foto: Adriana Vieira]
 
A abertura do show contou com uma das mais fortes da banda, "Zitti e Buoni", que é baseada numa levada de baixo marcante e uma guitarra sujona. "Vamos, caralho!", gritava Damiano em bom português. A sequência com o riff levanta-defunto de "In Nome Del Padre", mostrou bem a proposta do Maneskin em fazer um rock setentista, com letras em italiano - algo que deve mudar ao tempo que a banda vai ganhando uma proporção global. Tanto que daí pra frente, uma sequência de canções cantadas em inglês, contando os dois últimos singles: "MAMMAMIA" e "Supermodel".

Em "Close To The Model", um dos momentos que mais definem o espírito "sex, drugs and rock and roll" no palcos do Rock in Rio, com guitarras fortes e uma performance incendiária do grupo com direito a uma cena para lá de sensual da baixista Victoria e do guitarrista Thomas Raggi, que terminaram a canção praticamente "trepados" no palco. "For Your Love" foi outra que botou o público para dançar com as guitarras "quentes" de Raggi, que solou a esmo por mais de três minutos. 
 
Vic De Angelis chamou a atenção pela performance de palco [Foto: Adriana Vieira]
 
A banda também tentou jogar para galera numa versão de "Love Of My Life", do Queen, canção que ficou marcada por sua representatividade na primeira edição do festival, em 1985. No repertório, ainda tivemos citações à Britney Spears, numa versão interessante de "Womanizer", e Stooges. Mas não precisava. A boa presença de palco já tinha justificado a presença do grupo no festival, que precisa continuar apostando em nomes fora do catálogo conservador e protocolar.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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