Iron Maiden transcende gerações em show pedagógico no Rock in Rio

Bruce Dickinson e o Eddie samurai do novo álbum, Senjutsu [Foto: Adriana Vieira]
 
Iron Maiden. Talvez apenas essas duas palavras seriam o bastante para quem não estava na Cidade do Rock entender o show que esses caras proporcionam. Um show, ou "O Show de rock" daquela que, sem dúvida, é uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos. E não é a toa...

Com um setlist que mostrou o novo trabalho da banda, Senjutsu, mesclado com clássicos de enlouquecer os fãs e uma breve passeada pelas décadas de existência da banda, o Maiden desfilou competência, além da já conhecida parte cênica dos shows, com seu Eddie cada vez mais "vivo". Destaque para a faixa título do último álbum, Senjutsu, que abriu o espetáculo, e para os dois bis, que contaram com clássicos como The Trooper, Run to The Hills e Aces High.


O show

Como de costume, o Iron Maiden inicia a sua perspectiva ao som de "Doctor, Doctor" da banda UFO, e entra em palco abrindo com a música tema do novo álbum,  contagiando o público em seu cenário oriental. Sem demorar muito, o novo hit "The Writing On The Wall", que já contou com a entrada do Eddie Samurai. 

Após uma breve parada mudança de cenário, retorna com clássica "Revelations" com Bruce animando a plateia da mesma maneira que fez em sua turnê original em 1985, trazendo caráter nostálgico aos fãs mais antigos. Na sequencia, uma das queridas do ótimo Brave New World ("Blood Brothers") e uma da fase Blaze Bayley ("Sign Of The Croos"), onde Bruce Dickinson faz a introdução vestido de preto em estilo de oração dando mais significado a interpretação da canção. 
 
Bruce Dickinson mostra boa forma mesmo com o passar dos anos [Foto: Adriana Vieira]
 
Em "Flight Of Icarus", Bruce entra com seu lança chamas, em homenagem a capa tema do single, onde Eddie derruba Ícaro com o lança chamas na arte. Ao som do coro popular já conhecido (Ohhh-ohh-ohhh) se inicia o maior hit do grupo no Brasil em muitos anos, "Fear Of The Dark", com mais um temático Bruce Dickinson, que dessa vez aparece vestido de médico da idade média com a clássica máscara Bico de Pássaro. Vale destacar a performance de um incansável Janick Gers, dando mais energia a música. 

Próximo da metade do show, Dave Murray inicia a clássica introdução de "Halloweed Be Thy Name", e lá vem Bruce Dickinson teatralizando atrás de uma jaula cantando e fazendo a sua interpretação dar mais ênfase a música. É nesse momento também, que Dave, Adrian, Steve e Janick se juntam em pose clássica, tocando lado a lado. 

Após um pequeno silêncio, o clássico "The Nunber Of The Beast", com os solos consagrados de Dave Murray e Adrian Smith. Logo em seguida sem esperar muito é tocada a música "Iron Maiden", que como todos sabem, é sempre o encerramento da primeira parte do show e que conta com mais um gigante Eddie atrás do cenário.

Adrian Smith comandou o show de guitarras na apresentação do Maiden [Foto: Adriana Vieira]
 
Ao retorno do bis, o hino "The Trooper", com o soldado da cavalaria inglesa, Bruce Dickinson dando o tom visual da performance e trocando a bandeira britânica pela bandeira do Brasil. A banda dá uma sútil acalmada no repertório com "The Clansman", onde o destaque fica para introdução de Steve Harris com seu baixo acústico. Vale ressaltar que essa música ganha muito mais melodia com as 3 guitarras em comparação ao registro original. Nessa hora do show, fica evidente a incrível energia dos caras ainda em alta, ainda mais levando em consideração a idade dos integrantes.

A sequencia final da apresentação vem ao som de "Run to The Hills", mais grande clássico e com "Aces High", onde Bruce Dickinson aparece vestido de piloto de avião da Segunda Grande Guerra Mundial e o avião Spitfire surge atrás do palco. Destaque para a condição vocal de Bruce Dickinson, que se esforça ao máximo para cantar essa difícil música sem abaixar o tom - lembrando que é uma gravação de 1985, o que de fato é louvável.

Certamente o Iron Maiden impressiona a cada show, os caras possuem uma disposição de entregar um trabalho sempre de excelência, fazendo valer cada centavo de seu ingresso. Esses caras estão transcendendo toda história do rock e mesmo assim continuam com força total, sim com seus limites compreensíveis e de que certamente ainda dá um verdadeiro show de talento, qualidade musical e palco. E é por isso que muitos torcem para esses caras tomarem o elixir da vida para serem imortais.

Gustavo Fox

Produtor e guitarrista (criador do Projeto Fox Music), designer na Rock On Board. Apreciador da moda Poser e Hair Metal. Não menos importante é amante de cappuccinos, animais como caninos e felinos.

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