James La Brie e John Petrucci em ação no Rock in Rio [Foto: Adriana Vieira]
O Dream Theater teve uma tarefa árdua nessa sua estreia no Rock in Rio. A banda precisou superar a debandada de boa parte do público, que foi embora logo após a apresentação do Iron Maiden. Além disso, teria que dobrar o esforço para compensar os fãs que resistiram, já que não é fácil para nenhuma banda de rock no mundo, subir no palco após a apoteose que é um show do Iron Maiden.
Não era surpresa para ninguém que a grande maioria do público presente no primeiro dia de Rock in Rio estivesse lá para ver a banda de Bruce Dickinson e cia, e que a decisão de não querer fechar a noite - fizeram a mesma coisa em 2019 - acarretaria num esvaziamento considerável após a apresentação.
Outro problema que ajudou a esfriar ainda mais o clima foi a demora na troca dos palcos. O Maiden demorou mais de meia hora para desmontar seu palco para que o Dream Theater pudese enfim, iniciar seu show.
No entanto, a banda americana cumpriu bem o seu papel e fez um show na medida para os fãs mais dedicados. O grupo abriu com "The Alien", faixa presente no novo disco, e vencedora do Grammy. Já de cara, uma música de 10 minutos, algo característico na proposta do Dream Theater, que é desenvolver as canções de maneira mais expansiva e técnica possível. Emendada nela, a bateria marcante de "6:00", uma das mais perfeitas sínteses do progressivo que eles já entregaram.
Em mais uma que ultrapassa os 10 minutos de duração, "Bridges In The Sky" remete ao processo de reestruturação sonora do grupo, e que também marca a estreia do baterista Mike Mangini. Nessa, o destaque fica para o tecladista Jordan Rudess, que brilha nos solos e nos sons orquestrais.
A banda mostrou mais uma do novo álbum, "Invisible Monster", comprovando que continua tendo lenha para queimar quando o assunto é criar epopeias instrumentais. E para a surpresa de alguns, "Pull Me Under", grande sucesso da banda é toque de encerramento de uma apresentação impecável.
