Rock in Rio Lisboa: Black Eyed Peas justifica posto de headliner com show avassalador

 
Pela primeira vez escalado como headliner em um Rock in Rio, o Black Eyed Peas justificou a posição com um show avassalador e cheio de energia.

Esta foi a segunda vez que o grupo americano se apresentou em Lisboa. Seus integrantes mais antigos, como Will.I.am, fizeram questão de lembrar da trajetória da banda desde a estreia em 2004, quando se apresentaram antes de Britney Spears, bem como citando a sua passagem pela edição carioca do festival em 2019. 

Foi a deixa para Will.I.am, Taboo e Apl.de.Ap espalharem todas as declarações de amor possíveis. Falaram do carinho que sentem por Britney, pela ex-companheira de grupo Fergie, e pelos portugueses que estavam no Parque de Bela Vista e acompanharam o show cantando e dançando sem parar. 


O show foi foi cercado de muita intensidade já a partir do começo com “Let’s get started” e “Boom Boom Pow”. Já na segunda música, J. Rey Soul já havia se juntado ao trio no palco mostrando toda a sua potência vocal. 


No grupo desde 2018, Soul pode não ter ainda a mesma presença de palco de Fergie, mas competência não lhe falta para ocupar o posto e segurar as partes vocais que cabiam a antiga cantora. Assim como dar o seu toque pessoal ao mesmo tempo em que o quarteto mostra um bom entrosamento entre eles e com a banda. 


Os melhores trechos do show são quando os quatro integrantes estão juntos no palco. Foi neste momento, inclusive, que o Black Eyed Peas mostrou uma canção nova, “Don’t you worry”, lançada neste ano junto com Shakira, que também recebeu declarações de amor do grupo, e David Guetta. 


A música não parece ter a mesma força de sucessos antigos da banda, mas sua recepção foi bastante positiva. Tanto que ao fim do show, o Black Eyed Peas a repetiu dessa vez mostrando o videoclipe para a plateia. 


Em contrapartida, quando o grupo se separa para os momentos solo, o show fica menos interessante. Especialmente quando Will.I.am e Taboo entram em modo freestyle. Will.I.am, aliás, passou boa parte do show transmitindo a apresentação ao vivo com o seu celular. 


Ainda que a apresentação pareça decair nestes momentos, o show nunca perde uma energia que também vem muito da sintonia entre a banda e a plateia. E claro que o nível volta a se elevar quando o quarteto se reúne para tocar sucessos como “Where’s the love?” e “I gotta feeling”. 


Ao fim, o Black Eyed Peas cumpriu a missão de entreter e espalhar a mensagem desejada de amor com o show mais marcante do segundo dia. 


Ellie Goulding se encanta com fãs

 
 
Foi inevitável notar um certo esvaziamento do público após a apresentação anterior de Ivete Sangalo. Mas quem ficou para ver a inglesa Ellie Goulding pareceu ser realmente fã da inglesa. 
Isso explica a forma como a cantora foi ovacionada pelo público, especialmente na segunda metade do show, quando cantou a maioria dos seus sucessos. 


Com quatro discos lançados, Goulding focou sua apresentação nas músicas do seu mais recente álbum, “Brightest Blue” (2020). Isso talvez explique o início um pouco frio, quando foram tocadas três músicas deste álbum: “Overture”, “Worry About Me” e “Power”. Um pouco depois, Goulding cantaria “How Deep is too deep”. Ao todo foram sete músicas de “Brightest Blue”. 


Quando Goulding, porém, começou a cantar o seu repertório mais conhecido a apresentação cresceu junto com a empolgação do público. Foi assim com o hit “Love me like you do” e “I need your love”. 


A resposta da plateia deixou Goulding encantada. Ela mandou beijos para o público e pareceu genuinamente feliz com os fãs. Goulding, por fim, se despediu sorridente do palco com “Lights” e mais um hit, “Burn”.


Ivete mata a saudade do público em Lisboa

 

 
Presente em todas as edições do Rock in Rio Lisboa, Ivete Sangalo não tinha exatamente algo de diferente a mostrar no Parque de Bela Vista que o público já não tivesse visto. Mas seu espetáculo foi carregado de um enorme sentimento de quem estava matando a saudade dos grandes shows e dos festivais e do seu público em Portugal, formado majoritariamente pela comunidade brasileira que vive no país. 


“Estava com tanta saudade de estar aqui. Vim para cá sentindo cada memória nossa desde a primeira vez que eu botei os pés aqui em 1998. Estou aqui como uma filha dessa terra também”, disse a cantora, que citou a pandemia de Covid-19 como um grande fator desta saudade, pois a deixou afastada dos palcos, mas agora era a hora de recuperar os bons momentos, pois “a gente só é feliz em grupo”. 


Comemorando 50 anos de idade e, nas palavras da cantora, “de muita gostosura”, Ivete emendou uma série de hits que fez o público dançar sem parar do primeiro ao último minuto. 


O set list não tinha grandes surpresas. Estavam lá canções de diferentes fases da sua carreira como “Tempo de alegria”, “Abalou”, “Sorte grande”, além de “Eva”, “Acelera Aê” e “Arêrê”, que fechou o show. 


David Carreira abriu o palco mundo

 

 
Primeira atração do segundo dia de Rock in Rio, o português David Carreira levou a sua mistura de músicas românticas e muita agitação para o Palco Mundo. 


Também ator e modelo, Carreira é bastante popular entre os portugueses, especialmente os que acompanharam a sua carreira em telenovelas como “Morangos com Açúcar”, espécie de “Malhação” portuguesa, e “Louco Amor”. 


Diante de uma plateia majoritariamente feminina comprovado pelo próprio cantor quando, do palco, chamou pelos gritos de homens e mulheres, Carreira trouxe um mix de estilos que acompanham a sua trajetória musical. Entre eles o pop, o dance e o R&B. Destacaram-se as músicas mais dançantes como “O problema é que ela é linda”, “Minha cama” e “Esta noite” e baladas românticas como “Cuida de você”, “Ainda comigo” e “In love”. 


Carreira ainda trouxe ao palco o irmão Mickael, com quem cantou “Señorita” e Kevin O Chris, com quem divide o novo single, “O plano”, lançado neste ano. 

Marcelo Alves

Acredita que o bom rock and roll consiste em dois elementos: algumas ideias na cabeça e guitarras no amplificador. Fã de cinema e do rock nas suas mais variadas vertentes, já cobriu três edições do Rock in Rio e uma do Monsters of Rock. Desde 2014, faz colaborações para o site "Rock on Board". Já trabalhou em veículos como os jornais "O Globo" e "O Fluminense". Twitter: @marceloalves007

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