Tributo Rockabilly ao Ratos de Porão!
⭐⭐⭐⭐⭐ 5/5
Por Ricardo Cachorrão Flávio
Apresentar João Gordo é desnecessário, apesar de não ser
integrante original, é o cara que deu uma identidade ao Ratos de Porão, que ano
passado completou 40 anos de estrada. O Asteroides Trio começou a fazer barulho
em 2006, na cidade de Arujá, bem próxima a São Paulo. Em 2013 lançaram Punkabilly
(Tributo Rockabilly ao Punk Nacional), um empolgante álbum que trouxe versões
rockabilly para clássicos do punk rock brasileiro, que vão de Inocentes e
Cólera, passando por inúmeras outras bandas, como Replicantes, Restos de Nada,
Garotos Podres e Fogo Cruzado.
Com esse lançamento na bagagem, os Asteroides começaram a ser
figurinha carimbada no circuito punk rock de São Paulo, sempre com shows
carregados de energia e muitos convidados especiais, como Ariel (Restos de Nada
/ Invasores de Cérebros) ou Barata (DZK), dentre muitos outros. Pois bem, pouco
antes do advento pandêmico que assolou o planeta, no fim de 2019, os rapazes
fizeram uma apresentação na Central Panelaço, restaurante vegano / loja de
roupas, discos e acessórios / espaço para apresentações, de propriedade do João
Gordo. E foi ali que nasceu a amizade e o interesse mútuo da rapaziada em fazer
um trabalho juntos.
Depois de alguns ensaios na casa do João, decidiram que seria bacana
registrar isso tudo e lançar, como um tributo ao aniversário de quatro décadas
da banda principal do João. E assim foi feito, no melhor estilo pandemia, cada
um fez sua gravação caseira, reuniram todos os arquivos, mixaram e álbum pronto,
lançado de forma caprichadíssima em vinil pela Neves Records e All Music Matter
– existe a promessa de lançamento futuro em CD, mas por enquanto, apenas LP e
no seu streaming preferido.
O Lado A do disco abre com “Direito de Fumar”, faixa originalmente
lançada em 1995, no disco Feijoada Acidente? (Brasil). A sequência é uma
festa só: “Crucificados Pelo Sistema”, “Beber Até Morrer”, ”Crise Geral” e “Juventude
Perdida”. Para quem não conhece as versões originais com o Ratos de Porão, pode
achar que essas músicas nasceram assim, punkabilly, tamanha a perfeição e
entrosamento do pessoal do trabalho. O primeiro lado fecha com “Difícil de
Entender”, faixa do disco Carniceria Tropical, de 1997.
“Próximo Alvo”, faixa do disco Onisciente Coletivo, de 2002,
abre o Lado B do disco, seguida de “O Dotadão Deve Morrer”, cover dos Cascavelletes,
que o Ratos de Porão gravou no disco Feijoada Acidente? (Brasil), que aparece
novamente aqui neste tributo. “Aids, Pop, Repressão”, do disco Brasil (1989),
“Expresso da Escravidão”, do Homem Inimigo do Homem, de 2006 e a clássica “Sofrer”,
do disco Anarkophobia, de 1990, que encerram as faixas da banda do João
Gordo, mas não o disco, que ainda trás duas pérolas: “Levante Little Suzie”
(1965), do cantor Demetrius e “Deixe-me Levá-la para Casa” (1965), de Jerry
Adriani, escolhidas a dedo por João Gordo, por remeter à sua infância.
Um discão, para festa nenhuma de rock and roll botar defeito. Let’s
go, baby!
Valeu cachorro! Muito bom grande comentário.
ResponderExcluirCachorrão sempre preciso. Esse tem música na veia! Claudião art rock na parada kkk Isso aí ainda é Maiden, e, assim ainda vai ser por muito tempo….
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