Que me perdoem os fãs de The Strokes, mas não deu para a banda de Julian Casablancas. Com um público menor que o de Matuê, seu concorrente de horário no Palco Adidas, o Turnstile fez o melhor show de rock desse primeiro dia de Lollapalooza Brasil 2022.
Quem chegou cedo no Autódromo e colou no Palco Budweiser, conseguiu conferir uma apresentação para lá de agitada dos americanos. Numa mistura legal e amalucada de hardcore, grunge e funk rock, o grupo não demorou muito para cair no gosto da galera. A banda apresenta uma sonoridade totalmente fincada no rock noventista com guitarras cheias de peso e groove. E ao vivo, isso fica mais divertido ainda.
"Don't Play" foi responsável por abrir as primeira rodas punk do Lolla. "Drop", que veio em seguida, é um exemplo desse som alternativo, descambado num hardcore raiz e com vocais nervosos. Uma das preferidas da casa, "Blackout", canção do grupo que lembra um dos pilares do rock pesado dos anos 90 (Helmet), foi executada em versão ultrarrápida. Isso foi o suficiente para conquistar o público, que puxou um coro de "olê-olê-olê, Turnstile".
Por conta de várias influências no seu som, a banda surge na medida num festival como o Lolla, que se destaca por essa miscelânea de tribos e ritmos. Só que diferente dos outros artistas que passearam pelo Autódromo nesse primeiro dia, o Turnstile não larga o peso de lado, nem mesmo quando ensaia um momento calmo em "Alien Love Call" - detalhe para a voz de Bredan Yates nesta canção, que fez lembrar muito Sting na fase The Police.
Antes de ir para galera e encerrar a apresentação, o vocalista ordenou um pula-pula generalizado na plateia ao som da irresistível "Gravity". Para quem estava no Lolla procurando um show de rock em sua essência, deve ter saído satisfeito com essa bela e surpreendente apresentação do Turnstile.
