Oligarquia
A OLIGARQUIA é uma banda paulistana do mais puro Death Metal que trilha pelos tortuosos caminhos do underground brasileiro desde 1992. Monopoly of Violence é o quarto disco da rapaziada, que foi gravado em 2017, mas, por essas mazelas do mundo do rock difíceis de entender, ficou guardado e foi lançado apenas em novembro de 2020 nas plataformas digitais, e tem apenas agora, no início de 2021, a sua esperada edição física, lançamento da Heavy Metal Rock, gravadora dedicada ao som extremo, de Americana, interior de São Paulo.
São 11 petardos carregados de ódio contra injustiças e a atual situação política, com uma assumida postura antifascista, sempre bem vinda, enfiados goela abaixo do ouvinte por Guilherme Sorbello, guitarra e vocal, Victor Pancho Munhoz, guitarra, Artour Queiroz, baixo e Panda Reis, bateria.
Desde a abertura do álbum, com “Cocaine”, a banda mostra amadurecimento e um trabalho com qualidade superior ao anterior, “Distilling Hatred”, de 2011. As faixas são curtas e diretas, sem tempo para perfumaria, é tudo muito urgente, guitarras pesadíssimas e cortantes ao mesmo tempo, misturadas com uma cozinha certeira e estonteante, com o baixo avassalador de Artour e os pedais duplos de Panda, que não dando tempo de respirar.
“Holders of Lies” e ”Fascist Heart (Fascist Empire)”, são alucinantes, rapidíssimas e pesadas. Quando começa “Summer Rain”, a impressão é que a banda irá dar uma amaciada, mas logo se dissipa e os vocais guturais apoiados pela avalanche sonora que se segue não deixam pedra sobre pedra. “Imminent Revolution” é a próxima e a música serve como primeiro clipe deste álbum, outra porrada e tanto.
As faixas que se sucedem mantém o nível do álbum: “Left Behind”,”Ideological Jail”, ”Look to Me”, ”Holy War”, ”We Must Die”, são pau puro para banger nenhum botar defeito. Para encerrar, um cover de respeito ”Nada é Como Parece”, da icônica banda de hardcore / metalpunk LOBOTOMIA, com participação especial do Edu Vudu, vocalista da última formação do Lobotomia, que, infelizmente, encerrou suas atividades.
Disco lançado e o aguardo para que a situação sanitária se normalize um dia e voltemos a ter shows para bangear até onde o pescoço aguentar. Material vasto para isso não falta, e a Oligarquia é prova viva.