Rock in Rio: Capital Inicial reforça coro contra extremismo em dia de manifestações

Dinho em mais um show do Capital Inicial no Rock in Rio [Foto: I Hate Flash]
Por  Marcelo Alves 

Num dia marcado por manifestações no Rock in Rio - a vereadora assassinada Marielle Franco teve a imagem exibida no telão do show de Francisco, el Hombre & Monsieur Periné e a menina Ágatha também teve a imagem exibida no início da apresentação de Emicida e Ibeyi - o Capital Inicial dava sinais de que manteria-se neutro na discussão durante o primeiro show no palco mundo. Mas bastou o vocalista Dinho Ouro Preto ecoar os primeiros versos de “Que país é esse?” à capela, já depois da apresentação da banda, para que a plateia se manifestasse contra o presidente Jair Bolsonaro.

No fim, Dinho discursou contra o extremismo e disse que o Brasil era “um país de moderados”, apesar de os extremistas fazerem mais barulho. "Por um Brasil tolerante, mais justo, livre da violência, melhor e menos na mão de extremistas, falou. Eles acreditam que representam o Brasil, quando na verdade o Brasil é um país de moderados", afirmou o cantor.

Dentro do palco, o Capital Inicial conduziu a plateia numa viagem no tempo pelos hits da banda, mas também por canções recentes do grupo. O show, inclusive começou com “Tudo vai mudar”, canção do álbum Sonora, lançado no ano passado, e com “Depois da meia-noite”, do Das Kapital (2010).

As alterações no set list trouxeram um certo frescor ao show do Capital, uma das figurinhas carimbadas no Rock in Rio, onde também esteve em 1991, 2001, 2011, 2013 e 2017. Até o tradicional cover de Legião Urbana, uma das marcas dos concertos da banda, foi diferente. Ao contrário de “Que país é esse?”, entoando apenas no improviso, o Capital optou por “Tempo perdido” num momento em que Dinho disse que a Legião era para ele a maior banda de rock da história do Brasil.

Mas é claro que a plateia queria ouvir os hits. E não faltaram canções para ela cantar junto. Especialmente “Primeiros erros”, com seu coro sobre a chuva, e “A sua maneira” foram muito cantadas pelo público, que também pode ouvir novamente “Fátima”, “Natasha”, “Independência” e “Veraneio Vascaína”.

Sempre interagindo muito com a plateia, Dinho relembrou também do show de 2001, quando também tocaram no dia do Red Hot Chili Peppers. Ele disse que não cantava desde aquele Rock in Rio “Tudo que vai” e que voltaria a cantar a música, no que foi recebido por uma plateia que sabia entoar toda a letra.

Foi mais um show do Capital Inicial cheio de energia e canções conhecidas que deixou a plateia bastante satisfeita. A missão da banda estava cumprida ao abrir o palco mundo. 

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2