Slayer se despede de São Paulo com casa cheia em noite de adoração ao puro peso

Tom Araya grita pela última vez em São Paulo [Foto: Stephan Solon / Move Concerts]
Por  Ricardo Alfredo Flávio 

Eis que a anunciada derradeira turnê mundial do Slayer chega ao Brasil e, antes de brindar o Rock in Rio na já famosa ‘noite do metal’, a talvez mais violenta representante do thrash metal mundial, e uma das mais bem sucedidas, aporta no Espaço das Américas para repetir o espetáculo que já cobriu boa parte do mundo e tem previsão de encerramento no mês de novembro – a Final World Tour.

Com bilheteria ‘sold out’, os 8.200 fãs que se juntaram na casa, receberam muito bem o Claustrofobia, banda paulista que goza de muito prestígio no exterior, e com várias tribos, como o pessoal do punk e hardcore, além do povo do metal, é claro, que foram encarregados de abrir o show. Set curto e certeiro, a banda empolgou o público em sua meia hora de palco, o suficiente para oito petardos, como “Bastardos do Brasil”, “Metal Maloka” ou “Peste”, que encerrou a apresentação.

Após breve intervalo, as luzes se apagam, começa a introdução instrumental de "Delusions of Saviour" e Tom Araya, Kerry King, Gary Holt e Paul Bostaph aparecem no palco com a faixa título do último álbum da banda, o furioso “Repentless”, de 2015. Daí em diante, não fica pedra sobre pedra no Espaço das Américas.

A apresentação não teve surpresas e, para quem acompanha a banda, sabe que seguiu o script do que vem acontecendo pelo mundo todo, uma verdadeira celebração de 38 anos de uma carreira brilhante dentro do thrash metal mundial.

Durante pouco mais de uma hora e meia, sem perder muito tempo para interagir com a galera, salvo duas intervenções de Tom Araya, a banda desfilou verdadeiros clássicos de seu som brutal, como “World Painted Blood”, “Postmorten”, “War Ensemble”, “Disciple”, “Chemical Warfare” e tantas outras, entoadas como hinos pelo público devotado e emocionado com essa despedida do Slayer da cidade de São Paulo.

A cada intervalo entre as músicas, espaço para respirar fundo e voltar ao agito logo nas primeiras notas da pancada seguinte. Detalhe que, apesar dos avisos dos produtores de que não seria permitido o mosh durante o show, o agito ocorreu normalmente, do início ao fim.

Com uma sequência com “Seasons in the Abyss”, “Hell Awaits”, “South of Heaven”, “Raining Blood”, “Black Magic”, “Dead Skin Mask” e o encerramento triunfal com “Angel of Death”, é absolutamente  impossível estar ali de frente para a banda e não se entregar ao headbanging, pogo e afins. E assim se encerrou a trajetória da banda em São Paulo, de maneira avassaladora, em grande forma, o que fez todo o público pensar que ‘se tanta banda anuncia o fim e depois volta atrás na decisão, o Slayer pode ser mais uma dessas, fôlego eles tem de sobra’.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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