Saiba como foi o RockFest com Scorpions, Whitesnake, Europe, Helloween e Armored Dawn

Allianz Parque recebeu mais uma edição do RockFest (Foto: Ricardo Matsukawa)
Por  Karla Beltrani 

O Festival Rockfest que aconteceu em São Paulo neste sábado (21), no Allianz Parque contou com diversas bandas que vão tocar no Rock In Rio. Na verdade, com exceção do Europe, todas as demais atrações do evento estarão no festival que acontece na Cidade do Rock nessas próximas duas semanas. Recebendo um ótimo público, o estádio Allianz Parque teve sua maratona dedicada principalmente aos veteranos do hard rock mundial. Essa foi a segunda edição do festival, que parece se consolidar na agenda como uma ótima alternativa a quem não pretende ir ao Rock in Rio. 

Armored Dawn esquentou o público no RockFest
A banda brasileira Amored Dawn abrindo o RockFest (Foto: Ricardo Matsukawa)
A banda brasileira Armored Dawn ficou com a missão de fazer a abertura do Rockfest. O show que começou pontualmente às 16:15 e com o estádio parcialmente cheio, teve uma boa recepção do público. Com um instrumental impecável, um vocalista muito carismático, um tecladista multi-instrumenstista e músicos extremamente competentes, o Armored Dawn soube animar e levantar o público, que em sua maioria estavam vestidos com a camiseta da banda e os olhos pintados de preto, como os integrantes da banda costumam usar. O repertório contou com músicas do álbum Barbarians in Black e inéditas. Na música “Sail Away” o vocalista Eduardo Parras faz uma justa homenagem ao vocalista André Matos, que faleceu em junho deste ano, enquanto uma foto do vocalista era projetada no telão, os fãs cantaram o refrão junto e ficaram nitidamente emocionados. Vale lembrar que a banda Armored Dawnjá tocou em diversas capitais do Brasil como banda de abertura para Megatedh, Symphony X, Rhapsody, Tarja, Marillion, Offspring e Sabaton, além de uma tour na Europa em Janeiro de 2017 ao lado do Fates Warning, passando por cidades da Alemanha, Holanda, República Tcheca, Hungria e Eslováquia. E foi a única banda brasileira a tocar no Motörhead's Motorboat (Cruzeiro do Motörhead) em Setembro de 2015 em Miami. E para o Armored Dawn missão dada é missão cumprida!

Europe faz show curto mas repleto de sucessos
Joey Tempest mostrou boa forma no show do Europe (Foto: Ricardo Matsukawa)
Já o primeiro show internacional do Rockfest foi com a banda de Hard Rock Europe, que fez um show curto, mas animado e repleto de clássicos da banda. O show começou com “Walk the Earth” do álbum que leva o mesmo nome e seguiu com “The Siege”, o clássico “Rock the Night” agitou o público, o vocalista Joey Tempest arriscou várias palavras em português e alguns palavrões também, brincando bastante com os fãs, arriscou diversas acrobacias com o pedestal e mostrou estar em dia com a performance de um bom frontman. O hino “Carrie” ao vivo foi emocionante, inclusive que momento no Rockfest não foi emocionante? Entre a músicas “Superstitiouse “Cherokee” o vocalista Joey Tempest teve uma atitude inesperada, desceu do palco e começou a caminhar entre os fãs, cumprimentar, tirar fotos e se deixar ser abraçado pelos fãs que estavam na grade, a animação e energia do vocalista fizeram totalmente a diferença e ouso dizer que de todos os vocalistas de Hard Rock da mesma geração do Europe, Joey é um dos poucos que dentro de um contexto, se formos comparar a outros vocalistas, mesmo sem atingir as notas mais agudas como antigamente, ainda mantem uma voz mais preservada. (Esse assunto é sempre polêmico, poderia citar muitos outros vocalistas, mas isso fica para uma próxima) O Hino “The Final Countdown” não poderia ficar de fora e encerra o show em um clima nostálgico!

Helloween satisfaz seus fãs com dueto vocal
Helloween satisfazendo fãs com show nostálgico (Foto: Ricardo Matsukawa)
“O bom filho à casa torna” essa frase define bem um retorno mais do que esperado pelos fãs, do vocalista Michael Kiske para o Helloween. Ver Andi Deris e Michael Kiske dividindo o palco e o microfone foi memorável, pude presenciar um show com uma das maiores bandas de Power Metal em clima de festa, mesmo sendo mais curto e com um repertório enxuto. Lembrando que a banda entrou na programação do festival para substituir a banda Megadeth, que precisou cancelar sua participação por conta de um problema de saúde do vocalista Dave MustaineNesse show as músicas do álbum Keeperstiveram mais espaço e os hinos da banda contemplaram a volta de Kiske para banda, "I Want Out" e o clássico "Eagle Fly Free"levou os fãs mais antigos da banda a loucura, que cantaram a música do começo ao fim. As músicas “Perfect Gentleman” e “Power” contemplam a fase de Andi Deris na banda, lembrando que a maioria dos vocais foram divididos entre Derise Kiske, o que abrilhantou muito mais o show e empolgou todos os fãs da banda! Celebrando a volta do guitarrista e primeiro vocalista da banda Kai Hansen, que canta “Ride the Sky” e "How Many Tears" mostram que o Helloweennão está de brincadeira e que os caras estão mais na ativa do que nunca. O show teve bexigas voando pela pista premium e no final uma chuva de papeis da cor laranja, com direito a luzes iluminando todo o estádio em um dos duetos de Deris e Kiske.

Com show empolgante, Whitesnake faz Allianz cantar alto
David Coverdale e Whitesnake no RockFest (Foto: Ricardo Matsukawa)
Bom, que David Coverdale vocalmente falando já não é mais o mesmo, nós já sabemos, mas foi um show empolgante, repleto de hinos do Rock que com certeza foram trilha sonora de muita gente ali presente. O show começou com sequência infalível de clássicos: “Bad Boys” que já agitou os fãs logo de início, “Slide It In” e “Love Ain't No Stranger”. Entre um hino e outro, o solo dos guitarristas Red Beach e Joel Hoekstra ficou longe de ser o ápice do show. Já o baterista Tommy Aldridgeconseguiu deixar os fãs com o queixo caído com o seu famoso solo de bateria, mas não era apenas um solo qualquer, era O SOLO, entre gritos e palmas que não paravam, Aldridge no auge dos seus 70 anos, larga as baquetas e começa a tocar bateria com as mãos, cotovelos, punhos fechados e cabeça, dando um show à parte. Na balada romântica “Is this Love” o Allianz Parque se ilumina e os fãs entram no clima do vocalista David Coverdale. “Still of The Night” agita o público e mostra um Coverdale despreocupado nos vocais e que mesmo abaixo do tom não mediu esforços nos agudos. O vocalista poupou um pouco mais nas interações com o público, mas não poupou a voz em nenhum momento, deixando claro porque ele é considerado um dos maiores vocalistas de Rock. Já o hino “Burn” do Deep Purpleencerra o show da banda, deixando os fãs da velha guarda empolgados e fazendo os fãs mais novos delirar. Assim que o Whitesnake encerrou o show, no intervalo os telões anunciaram um dos shows mais esperados, KISS com a End of the Road World Tour, em maio de 2020.

Com repertório digno, Scorpions fecha noite em grande estilo
Força das guitarras do Scorpions continua em alta (Foto: Ricardo Matsukawa)
Com um repertório de clássicos, 21:55 as cortinas se abaixam e a banda Scorpions começa o show com muitos jogos de luzes e projeções no telão.
Preciso dizer que fui positivamente surpreendida quando vi Mikkey Dee (baterista do Motörhead) tocando no Scorpions, até então eu não fazia ideia que ele tinha tomado o posto na banda. E preciso dizer que o estilo de tocar, a personalidade o peso da bateria de Mikkey fez toda a diferença!
O vocalista Klaus Meine cumprimenta o público e também arrisca algumas palavras em português. Deixo como destaque a música “Coast to Coast”, foi incrível ouvir essa música ao vivo! “Send Me an Angel” na versão acústica deixa o estádio todo iluminado por celulares, mas estava longe de ser o melhor ou mais emocionante do show, mas confesso que foi de arrepiar.
Mas o melhor estava por vir, em “Wind of Change” mais uma vez o Allianz Parque se ilumina, alguns fãs choram, outros se abraçam e a música é cantada em coro até o fim, e eu ainda ouvi de um casal que estava do meu lado a seguinte frase: “eu vivi para ver isso ao vivo” e por Scorpionsnão ser uma das minhas bandas preferidas, posso dizer sinceramente que foi uma das coisas mais lindas que eu já vi! O show contou com as clássicas e animadas “Big City Nights”, “Blackout”, “The Zoo”, “
Going Out With a Bang” e “We Built This House” e claro o solo de bateria do Mikkey Dee que teve a bateria suspensa por quatro correntes, enquanto apareciam todos os álbuns da banda no telão, relembrando mais de duas décadas de banda.
O show segue com a romântica “Still Loving You” e termina com “Rock You Like a Hurricane”.

O Rockfest nos prova que o bom e velho Rock não morre nunca e ainda tem muita palha para queimar, então... Deixem as pedras rolar, porque isso é só o começo!

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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