Entrevista com Living Colour, que chega ao Brasil para tocar "Vivid" na íntegra

Living Colour se apresenta essa semana no Rio e em São Paulo
Por Bruno Eduardo

O Living Colour, uma das bandas mais importantes do movimento funk metal, que infestou o mundo do rock no final dos anos oitenta, volta ao Brasil para duas únicas apresentações a partir desta quinta-feira (13), quando se apresenta no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o show acontece na sexta-feira (14). Os shows fazem parte da turnê comemorativa aos 30 anos do álbum de estreia do grupo, Vivid, lançado em 1988. 

Em entrevista ao Rock On Board, o baterista Will Calhoun falou do sentimento em poder mostrar esse disco para uma nova geração e lamentou o fato das letras (que sempre buscaram defender a igualdade social) continuarem tão atuais nos dias de hoje. "É triste para mim, que nossas letras ainda sejam relevantes. No entanto, serve de lembrete para todos nós de quanto trabalho ainda temos que fazer. A mudança positiva é necessária", disse.

Uma das letras que continuam fazendo sentido mesmo após trinta anos, é a do maior sucesso do disco, "Cult Of Personality", que fala sobre o culto da população para algumas personalidades políticas. Mas além da letra, vale destacar o instrumental da canção, que conta com uma levada hard rock padrão, guiada por um dos riffs de guitarra mais conhecidos da história do rock. Seria esse o riff mais importante criado pelo guitarrista Verno Reid? "Sim!", responde Calhoun de forma enfática. E aproveita para explicar o fato de não existirem mais tantos riffs marcantes no mundo do rock,como acontecia nos anos 70 e 80. "Acredito que a tecnologia mudou muito a forma de como gravamos, compomos e tocamos música nos dias de hoje", teoriza.

Tanto é assim, que após Time's Up (1990), o Living Colour foi cada vez mais se aventurando em trabalhos enxertados de efeitos e experimentações sonoras. A maior prova disso é o álbum Collideoscope, lançado em 2004, que trazia uma banda totalmente oposta àquela que ficou conhecida como uma das pioneiras de um estilo chamado funk metal. Rótulo esse, que não incomoda Calhoun: "Nunca ligamos para esses termos. Adoramos combinar estilos, covers e conceitos musicais diferentes". Sobre as bandas que misturavam rock pesado e funk, três delas se destacaram mais: Living Colour, Faith No More e Red Hot Chili Peppers. Mas o baterista fez questão de incluir mais um nome nesse grupo. "Eu acho que o Bad Brains também pode ser considerado um dos grandes nomes do funk metal".

"Vivid": um disco com as mãos de Mick Jagger

Não tem como falar de Vivid ou da carreira do Living Colour sem incluir a importância dos Rolling Stones nessa trajetória. Will Calhoun não deixa de reconhecer a ajuda que recebeu dos Stones no início, principalmente de Jagger. "Mick Jagger veio nos assistir no CBGB. Isso o levou a produzir duas faixas em Vivid (Jagger também tocou gaita em "Broken Hearts"). Depois que o álbum foi lançado, fomos convidados a abrir para os Rolling Stones na turnê Steel Wheels. Isso colocou o Living Color na frente de muitas pessoas e criou uma enorme audiência para nós".

Uma das faixas produzidas por Mick Jagger foi "Glamour Boys", que tocou exaustivamente nas rádios brasileiras naquela época. Mas qual foi o real envolvimento de Jagger com a canção? Ele mudou alguma coisa na música? "Ele gostou dela quando nos assistiu ao vivo. Pediu para produzir. No estúdio, ele basicamente nos ajudou com os arranjos vocais e mudou um pouco a duração da música para torná-la mais impactante", explicou ao Rock On Board.

Em 2020, o ótimo Time's Up também completa 30 anos de vida. Será que os fãs podem sonhar com uma turnê comemorativa para esse álbum? O baterista não deixa dúvidas: "Absolutamente... Estamos fazendo planos especiais agora para essa turnê". Além de tocar Vivid na íntegra, o Living Colour promete mostrar todas aquelas canções necessárias da carreira nos shows do Circo Voador (13) e Tropical Butantã (14). Imperdível!


LIVING COLOUR NO RIO DE JANEIRO
Evento: https://www.facebook.com/events/375520913295894 
Data: dia 13 de junho 
Local: Circo Voador 
Endereço: rua dos Arcos, sem número – Lapa/RJ
Banda de abertura: Seu Roque
Ingresso: https://checkout.tudus.com.br/circo-voador-living-colour/selecione-seus-ingressos (online) e bilheteria do Circo Voador (físico) 
1° lote: R$120 [ESGOTADO]
2° lote: R$140 
3° lote: R$150

LIVING COLOUR EM SÃO PAULO
Data: 14 de junho
Local: Tropical Butantã
Endereço: Av. Valdemar Ferreira, 93 - Butantã, São Paulo
INGRESSOS:https://ticketbrasil.com.br/show/6934-livingcolour-saopaulo-sp/ingressos/ 
Pista VIP - Lote 3: R$440 / R$220 (Meia-entrada / Promocional)
Pista - Lote 3: R$320 / R$160 (Meia-entrada / Promocional)
Mezanino - Lote 1: R$480 / R$240 (Meia-entrada / Promocional)

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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