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New Order homenageia Joy Division em SP [Foto: Midiorama] |
Os fãs de Joy Division e New Order podem se considerar agraciados pelo ano de 2018. No último mês o ex-baixista Peter Hook, que deixou o New Order em 2007, se apresentou em São Paulo trazendo clássicos das duas bandas, onde alguns entenderam o show como "cover", outros comentavam "mas não é o New Order". Para essas pessoas se pôde dizer que "seus problemas acabaram".
Pouco mais de 1 mês depois desse dia 10 de outubro, a banda New Order se apresentou em São Paulo, fazendo do Espaço das Américas o que quase se poderia chamar de "Aperto das Américas", já que o lugar esteve absolutamente lotado para a apresentação da banda inglesa, em plena quarta feira na cidade cinza.
O show começou com pontualidade britânica ao som de "Singularity", faixa do último álbum da banda, gravado em 2015, e que marca uma nova era, por ser o primeiro após a saída de Hook. Quem achou que o show começaria frio pelas músicas mais desconhecidas do público, estava enganado. Na sequência dois super clássicos do primeiro álbum do New Order, "Age of Consent" e "Ultraviolence". Um rápido pulo para 2015 novamente e "Academic" faz a galera se aquecer na pista.
Bernard Summer dança e canta com a mesma voz de sempre, nesse quesito o tempo parece não ter passado. Apesar do pouco papo e muita música, Summer comenta que é a sexta vez que estão em São Paulo, que curtem muito estar aqui, apesar do trânsito "sucks", com toda a razão diga-se de passagem. Segue a noite.
Depois novo retorno aos primórdios, a bela "Your Silent Face" vem mostrar que a noite seria um grande passeio pelos 38 anos de trajetória dos ingleses como New Order.
Stephen Morris começa então a linda "Decades", música do Joy Division, ao mesmo tempo em que o telão exibe imagens de Ian Curtis, e os fãs mais antigos suspiram e cantam junto. O contraste do antigo e novo continua, e mais duas do último álbum são apresentadas para aqueles fãs mais antigos que deram uma parada na linha do tempo do New Order: "Superheated" e "Tutti Frutti", essa última absolutamente disco dance. Hora de buscar umas cervejinhas e curtir a balada...
Eis que chega o momento dos clássicos e o teclado introduz à linda melodia de "Subculture" do album Low Life, e o público vai à loucura. O delicioso baladão anos 80 continua com o super clássico "Bizarre Love Triangle" de 1986. Technique finalmente é lembrado com a chegada de "Vanishing Point" seguida de "Wainting for the Sirens Call", faixa que dá título ao álbum de 2005. O Espaço das Américas virou uma enorme pista de dança.
O público era o mais eclético possível, desde o Rock'n'Roll, ao clubber, passando pelos mais velhos, jovens, rastafari. Impressionante como essa ótima mistura de som eletrônico e rock feito por esses ingleses agradam a tanta gente diferente!
Mais uma música do novo álbum, "Plastic", e na sequência mais uma explosão em forma de gritos ao som dos classicaços "The Perfect Kiss", "True Faith", "Blue Monday" e "Temptation", encerrando a primeira parte do show. Eu acho que teve abalo sísmico na Barra Funda em São Paulo...Bernard Summer interagindo e chamando as palmas, em alguns momentos chegou a dividir o teclado com a Gillian Gilbert, momento em que ela consegue esboçar um pseudo sorriso, deixando um pouco a concentração de lado.
Público em êxtase, alguns se perguntando se eles não tocariam mais "Joy Division", outros esperando por muitos outros clássicos deixados na fila de espera. O Bis traria a resposta?
Sim, Bis lindo, todo Joy Division: "Disorder", "Atmosphere" com mais imagens do falecido Ian Curtis no telão, público arrepiado, e não poderia ter mais belo encerramento do que "Love Will Tear Us Apart" enquanto o telão exibia a frase dizendo "Nós sempre seremos Joy Division".
Uma bela noite para pegar aquele trânsito "sucks" na saída, mas aproveitar o engarrafamento e relembrar tempos muito bons!!