Jimmy London segue em frente após fim do Matanza: "Nunca mais falei com eles!"

Após o fim do Matanza, Jimmy London volta aos palcos com o Rats
Por Bruno Eduardo

Não faz muito tempo que o Matanza fez sua última apresentação. Para quem não sabe, a decisão de encerrar esse ciclo não partiu do vocalista Jimmy London, que confirmou ao Rock On Board, por telefone, que foi pego de surpresa ao ser comunicado do fim da banda. Mas ao invés de ficar contemplando o passado, Jimmy decidiu seguir em frente. "O que eu fiz até hoje é o que eu fiz com o Matanza. Mas eu só poderia ficar avaliando o meu legado se eu tivesse parando. E eu não estou parando", afirmou. Não está mesmo. Tanto que nesta sexta-feira (30) ele estará com o Rats na HUB, em noite que terá ainda Pennywise e Comeback Kid.

A ideia de se unir ao Rats partiu do próprio Jimmy, que já era um fã do projeto antes mesmo de pensar em fazer parte. Para ele, o fato do grupo ter menos pressão para fazer algo novo é uma vantagem nesse período de nova fase, o que torna as coisas ainda mais fáceis. "Eu sempre tive próximo da banda desde o início. Eu admiro a banda como um todo. Então fico muito confortável em participar da banda sem muito estresse, sem precisar pensar muito. Óbvio que a gente acaba não sendo tão relaxado assim, pois temos necessidades de fazer coisas, vontades... Mas desse jeito é uma coisa mais tranquila mesmo". 

Para quem conhece o som do Rats, sabe que a proposta do grupo de fazer irish punk, é um prato cheio para o estilo de Jimmy, que não deve mudar muito suas características. A sua forma de interpretar o rock do Matanza virou uma identidade própria, onde é muito fácil reconhecer uma música em que Jimmy esteja cantando. "Já teve músicas do Rats que eu até pensei em cantar diferente, ir para um lado diferente,mas não é fácil. É bem complicado porque é um hábito, né? É uma maneira que eu me ensinei de fazer o lance. Eu estou até pesquisando uma maneira de fazer diferente. Mas é só para ter outro sabor mesmo", explicou.

Além dos palcos, Jimmy tem o projeto de um livro, que vai trazer o empreendedorismo na área de cultura como tema. Ele quer passar seu conhecimento de como fazer a carreira dar certo num todo, pois para ele, saber gerenciar seu negócio é tão importante quanto criar seu produto artístico. "É muito difícil saber ser um artista e se empresariar. Saber ser um executivo da sua própria arte. Hoje em dia não há nenhuma chance de você fazer a arte sem participar dessa parte também", e justifica: "Primeiro porque a gente não pode esperar que outra pessoa faça o que a gente quer fazer. Segundo, porque só a gente vai saber fazer o lance direito". Além do livro, ele também pensa em promover e participar de palestras sobre o tema, para ajudar ainda mais os novos artistas que surgem no mercado.

E como teria ficado a relação de Jimmy com os outros integrantes do Matanza. "Não ficou. Nunca mais falei com nenhum deles", disse de forma enfática.

Confira abaixo a entrevista na íntegra, no Alô Rock, onde Jimmy London ainda fala sobre o que ele acha do cenário atual, das plataformas digitais e cita algumas bandas novas brasileiras que ele curte.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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