Debaixo de chuva, Depeche Mode paga dívida de 24 anos com show impecável

Dave Gahan compensou a ansiedade dos fãs brasileiros [Foto: Marcelo Rossi]

Por Silvia Briani

Após 24 anos esperando o retorno da banda por terras tupiniquins, o Depeche Mode volta em grandíssimo estilo, com a única apresentação por aqui da Global Spirit Tour, que promove Spirit, o mais recente álbum da banda, lançado em 2017.

Debaixo de chuva castigante, uma multidão de capas plásticas dançavam e se aqueciam para a estrela da noite ao som eletrônico do DJ Gui Boratto, convidado especial da banda para a abertura do show no Brasil.

Depois do intervalo, o público foi se ambientando ao som de “Revolution” dos Beatles, que já é a introdução ao show, e então as sombras dos integrantes aparecem sob o fundo de uma imagem super colorida no palco, e emenda com "Going Backwars", música do novo álbum. Na sequência o público explode ao som da velha conhecida “It´s no good”, com Dave Gahan animando com seu vozeirão e sua dança. A multidão de capas plásticas segue curtindo músicas mais amenas, o telão central do palco exibe imagens e vídeos que complementam e ilustram o que a banda toca no palco.

Galera vibra e dança novamente ao som de “Word in My Eyes”, e em seguida a nova “Cover Me”. Dave Gahan faz uma pausa, a chuva também, e quem assume os vocais das próximas músicas é Martin L. Gore (guitarrista, tecladista e dono de uma belíssima voz), cantando duas canções do álbum “ultra”, em versão acústica “Insight” e em seguida “Home”, uma das minhas preferidas do ultra, essa última em que o público surpreendeu a banda fazendo um coro no final da música, coro ainda esticado por Dave Gahan na sua volta ao palco para cantar “In Your Room” e o hit mais conhecido do último álbum “Where´s The Revolution”.

O tempo de apreciar e saborear com tranquilidade a boa técnica, talento e apresentação dos músicos acaba quando começa “Everything Counts”, uma das mais conhecidas da banda de todos os tempos, um dos primeiros hits, e o Allianz Parque dança em massa. E o show pega fogo mesmo a partir daí, com hit após hit. A primeira parte do show se encerra com “Never Let me Down Again” e o bis começa com “Strangelove”, lindamente em versão piano e voz por Martin L. Gore, seguida de “Walking in My Shoes”.

A banda agita e o público responde em “A Question of Time” e logo a guitarra inconfundível traz “Personal Jesus”, que encerra o show com um gostinho de quero mais, aliás, quero muito mais.

Show impecável, lindo, músicos talentosíssimos, talvez um pouco pacato pra um público que lotou o Allianz Parque ávido por cantar, dançar e se emocionar após esses 24 anos, mas que não tira a grandiosidade do espetáculo, mesmo debaixo das águas de março que fecham o verão.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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