Blind Guardian viaja no tempo em noite de fantásticas aventuras no Rio

Foto: Amanda Respício

Por Bruno Eduardo

Nesta sexta-feira, o Blind Guardian proporcionou no Rio de Janeiro uma noite de fantásticas aventuras. Não apenas pelo conceito, cheio de tiranos e deuses do Santo Graal, mas pela viagem ao longo de seus trinta anos de carreira, representados por um repertório impecável - dos melhores que os fãs já puderam assistir um dia. Antes de se tornar um dos maiores grupos do metal mundial, o Guardian (como é chamado pelos fãs) rodava os becos alemães com o nome de Lucifer's Heritage. Porém, o speed metal não colou por muito tempo e o metal sinfônico ganhou mão - principalmente com o lançamento do álbum Tales From The Twilight World. Hoje, eles são referência de um gênero que continua conquistando adeptos no mundo inteiro, e que de tempos em tempos faz surgir uma gama de bandas cada vez mais bem sucedidas. Porém, poucas conseguem traduzir sua proposta com a mesma coesão. Não há muitas bandas que tratem o tema com a mesma desenvoltura ou que consigam a mesma abrangência etária quando o assunto é metal + aventura + lirismo. O Blind Guardian é uma das poucas deste segmento a ter grande audiência entre jovens e fãs de meia-idade.

A turnê brasileira veio apoiada no lançamento de seu mais novo disco, Beyond The Red Mirror - o primeiro em cinco anos. Antes do Rio, quatro cidades já haviam sido visitadas pelo grupo alemão, e todas com casas cheias e recepção calorosa. Aqui não foi diferente. O Vivo Rio recebeu um público apaixonado, que apoiou a banda por mais de duas horas, e que teve em troca uma das melhores apresentações do grupo no Brasil. A quase progressiva "The Ninth Wave" foi a escolhida para dar início ao show da noite, que teve ótimas surpresas no setlist, como "A Past And Future Secret" e a sensacional "Lost in The Twilight Hall". Outros pontos altos foram: a cantoria quase à capella na versão estendida de "The Last Candle" e a recepção dos fãs em "Bright Lights" - que cantaram a música inteira com punhos erguidos. A locomotiva de riffs "Banish From Sanctuary" foi a que melhor representou a fase speed metal do grupo, e proporcionou várias rodinhas de pogo entre os fãs. Muito comunicativo, Hansi Kürsch continua com a voz potente - alternando timbres e mantendo a firmeza característica. Outro que se destaca é o guitarrista André Olbrich, que entope o cardápio com solos estonteantes e virtuosismo de dar inveja. Em contra-partida, o som do teclado estava quase inaudível, o que deixou as guitarras ainda mais em evidência. 

Na volta para o primeiro bis da noite, o grupo apostou em duas canções de sua fase mais recente ("Sacred Worlds" e "Twilight Of The Gods"), e no hino "Valhalla" - que provocou reações eufóricas no público. O "quase tema" Senhor dos Anéis veio na parte final com "Majesty", que embala a eterna batalha da Sociedade do Anel na sua jornada a Mordor.

Assim como vem sendo feito em outras apresentações da turnê, Hansi anunciou que o show estava sendo gravado para um futuro DVD - que deve ser lançado em breve para comemorar as três décadas de estrada. Mesmo assim, o que valeu mesmo foram as atuações da banda e - principalmente - do público, que conseguiram juntos, formar uma noite a ser lembrada por muito mais do que trinta anos. Histórico!

Foto: Amanda Respício

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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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