Rock in Rio 2015: Metallica supera problemas técnicos e fecha noite com show ensurdecedor

Foto: Adriana Vieira
James faz cara de mal após sofrer com problemas no som

Por Bruno Eduardo

A terceira participação consecutiva do Metallica no Rock in Rio já estava fadada ao previsível - já que a banda não lança nenhum disco novo desde 2008 e nem confirmou algo conceitual para o festival, como fizeram Iron Maiden e Bruce Springsteen em 2013, e Korn este ano. No entanto, alguns problemas técnicos logo no início da apresentação foram suficientes para injetar boas doses de suspense e tensão ao show. Para a sorte dos fãs, tudo acabou sendo resolvido e a banda pôde dar seqüência ao número sem maiores problemas. 

Mesmo com poucas novidades em termos de repertório, o Metallica comprovou mais uma vez o seu incontestável - e matador - “mais do mesmo” em cima dos palcos. O show do grupo no Rock in Rio é protocolar, mas continua sendo de uma força sonora impressionante. 

Com um atraso de trinta minutos, eles iniciaram a apresentação de forma voraz com "Fuel", "For Whom The Bell Tolls" e "Battery". Logo em seguida ("Ride the Lightning") o grupo sofreu com alguns apagões no som - causando assim, tensão entre os fãs, já que nem mesmo a banda sabia o que estava acontecendo. Por utilizarem pontos de ouvido e retornos de palco, o grupo continuava tocando no "mudo", enquanto o silêncio tomava conta da Cidade do Rock. Após notarem que estavam sem som, o grupo abandonou o palco por alguns minutos para que os problemas fossem resolvidos. De acordo com a produção do Rock in Rio, houve uma desconexão entre a linha de saída da mesa de som da banda com a mesa do festival. Poucos minutos depois, o Metallica voltou ao palco com "The Unforgiven", que pode ser vista como uma novidade, já que não foi tocada nas outras participações do grupo no festival. Mesmo assim, a música ainda foi recebida de forma tensa por alguns fãs, ainda traumatizados pelos bugs técnicos. Mas tudo não passou realmente de um acidente, e o show transcorreu normal. 

Foto: Adriana Vieira
Trujillo e Hetfield: dupla afiada e cheia de peso
Passado o susto, o grupo levou os fãs a um passeio de duas horas e meia – datado principalmente pelos hits de seu disco lançado em 1991 ("Sad But True", "Nothing Else Matters", e a já citada "The Unforgiven"), e pela velocidade dos álbuns primórdios. O alto volume dos PA's também marcou a apresentação da banda. Os riffs de faixas como "Wherever I May Roam", e "Cyanide" - do ótimo Death Magnetic, faziam tremer as estruturas da Cidade do Rock, nesse que foi o show mais alto do festival até agora. Talvez a grande novidade do set tenha sido a inclusão da faixa "King Nothing", do contestado Load (lançado em 1995). Outras boas sacadas foram as execuções de "Turn The Page" de Bob Seger, e a versão famosa de "Whiskey In The Jar", cujo vídeo clipe se tornou xodó dos fãs no mundo inteiro. Do épico And Justice For All, o bombardeio de sempre em "One" - que dispensa comentários, e "The Frayed Ends Of Sanity", que pode ser considerada outra surpresa no repertório desta noite.

Em termos de cenografia, a novidade foi uma arquibancada montada no palco, que abrigou cerca de 100 fãs. Esses puderam assistir ao show de perto, a exemplo do que havia ocorrido na apresentação da banda no Rock in Rio Las Vegas, em maio. O grupo foi selecionado em um sorteio feito pelo fã-clube oficial The Metallica Club. 

No bis, o grupo atacou com uma dobradinha Black Album, e finalizou a apresentação ensurdecedora com o hit levanta-defunto "Enter Sandman". Antes de deixar o palco, o baterista Lars Ulrich prometeu voltar "em breve" ao Rio de Janeiro.

O fato é que mesmo batendo ponto no Rock in Rio, o Metallica continua satisfazendo seus fãs com show de alto nível técnico e repertório que condiz com sua história. Com isso, a banda não se torna fadada a se tornar uma espécie de Guns N'Roses, por exemplo. Porque ao contrário desses, a qualidade é sempre garantida - mesmo quando há percalços técnicos

Foto: Adriana Vieira
Imagem emblemática e que resume o show do Metallica no Rock in Rio
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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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