Por Bruno Eduardo
Muitos foram pegos de surpresa pelo “rock and blues” primitivo do quarteto californiano. Com apenas um álbum lançado – o excelente The Bomb Shelter Sessions (lançado em 2011) -, o grupo liderado pelo carismático Ty Taylor apresentou uma cartilha retrô – com uma sonoridade reminiscente ao blues+rock+soul consagrado por Chuck Berry e Rolling Stones. Logo de cara, o grupo soltou os seus dois hits: “Blues Hand Me Down” – um rock seiscentista palpável – e “Nancy Lee”.
O vocalista Ty Taylor carrega em si, uma exuberância vocal típica de gente como Otis Redding e Wilson Pickett. Vestido com um terno afiado, ele não demorou muito para quebrar a barreira entre banda e público. Incansável, ele dança, salta e distribui simpatia. "Estou realizando um sonho de tocar no Brasi!" - Derrete-se. Toda a empatia com o público é resumida numa sessão de cantoria no meio do “povão” - Taylor pula a mureta de proteção e caminha entre o público.
Antes de “Nobody told”, porém, acontece o encontro programado com a cantora Jesuton - que ganhou fama ao participar de um programa da Rede Globo, e participar da trilha sonora de uma novela. Juntos, eles executam uma versão simpática para a manjada “mas que nada” de Jorge Benjor. Surpreendentemente, a união entre a voz potente de Jesuton e o som do Vintage Trouble, rende um espontâneo número regado à black music.
Para quem nunca tinha ouvido falar do grupo, teve a sorte de testemunhar uma apresentação genuína, com rock dançante e mergulhado em boa musicalidade.
[Matéria publicada originalmente por Bruno Eduardo no Portal Rock Press]