Radiohead abraça esquisitice em 'The King Of Limbs, um álbum para poucos

Radiohead

The King Of Limbs
⭐⭐⭐✩✩3/5
Por  Bruno Eduardo 

Eu sei, é o Radiohead. Banda do doidão exótico Thom Yorke. Os caras já nos deram álbuns fantásticos e inspiradores como The Bands, Ok Human e Pablo Honey. Mas afinal, onde estamos hoje nesse lugar de entender qual é do grupo? Ninguém ousa responder. O que fica explícito, é que a banda conseguiu convencer (ou enganar) muitos fãs no anterior e excelente trabalho, In Rainbows. Toda aquela textualização melódica, as guitarras cerebrais e o retorno “sóbrio” de sua musicalidade, fizeram o disco entrar na maioria das listinhas da década passada. E o grupo foi além da música. Decidiram vender as faixas na internet por um preço de balcão, no modelo pague o quanto quiser! 

O problema é que o novíssimo disco do grupo deixa a dúvida se In Raibows não seria apenas um espasmo. Afinal, se o álbum anterior trazia coisas mais acessíveis e estava numa espécie de self service musical, dessa vez não podemos dizer o mesmo. The King Of Limbs é realmente um disco para poucos. 

De uma forma totalmente estranha, as guitarras foram praticamente abandonadas neste trabalho. A sensação em muitas das faixas, é que estamos ouvindo algum disco solo de Thom Yorke. The King Of Limbs é uma junção total de todas as suas viagens eletrônicas, seus gemidos incompreendidos e suas batidas em reverse. Aliás, esse é um álbum baseado nessas batidas em delay e baixo bem presente. No entanto, é sem dúvidas uma tarefa muito difícil explicar o porquê disso tudo. 

Quem assistiu o vídeo clipe de "Lotus Flower", sabe que nem sempre o Radiohead vai te fazer entender. A intenção desses caras, ou desse cara que move a parada toda (o tal do Thom Yorke, sabe?), é fazer a sua introspecção florar, dar frutos diversos e que seu lado artista esteja totalmente exposto. Afinal, ele leva a sério mesmo essa coisa de arte. Afinal, dizem que a arte está aí para todo mundo ver, que arte não precisa ser paga... e etc. Ainda bem, né? Imagina se esse disco também fosse vendido nos mesmos moldes do anterior? 

Então a pergunta que fica é: “Quanto você pagaria para ouvir estas músicas?”. Vai ter uma fila de fãs dizendo que é grande arte. Da mesma forma, vai ter uma outra fila enorme de gente que não vai querer nem de graça.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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