Eu sei, é o Radiohead. Banda do doidão exótico Thom Yorke. Os caras já nos deram álbuns fantásticos e inspiradores como The Bands, Ok Human e Pablo Honey. Mas afinal, onde estamos hoje nesse lugar de entender qual é do grupo? Ninguém ousa responder. O que fica explícito, é que a banda conseguiu convencer (ou enganar) muitos fãs no anterior e excelente trabalho, In Rainbows. Toda aquela textualização melódica, as guitarras cerebrais e o retorno “sóbrio” de sua musicalidade, fizeram o disco entrar na maioria das listinhas da década passada. E o grupo foi além da música. Decidiram vender as faixas na internet por um preço de balcão, no modelo pague o quanto quiser!
O problema é que o novíssimo disco do grupo deixa a dúvida se In Raibows não seria apenas um espasmo. Afinal, se o álbum anterior trazia coisas mais acessíveis e estava numa espécie de self service musical, dessa vez não podemos dizer o mesmo. The King Of Limbs é realmente um disco para poucos.
De uma forma totalmente estranha, as guitarras foram praticamente abandonadas neste trabalho. A sensação em muitas das faixas, é que estamos ouvindo algum disco solo de Thom Yorke. The King Of Limbs é uma junção total de todas as suas viagens eletrônicas, seus gemidos incompreendidos e suas batidas em reverse. Aliás, esse é um álbum baseado nessas batidas em delay e baixo bem presente. No entanto, é sem dúvidas uma tarefa muito difícil explicar o porquê disso tudo.
Quem assistiu o vídeo clipe de "Lotus Flower", sabe que nem sempre o Radiohead vai te fazer entender. A intenção desses caras, ou desse cara que move a parada toda (o tal do Thom Yorke, sabe?), é fazer a sua introspecção florar, dar frutos diversos e que seu lado artista esteja totalmente exposto. Afinal, ele leva a sério mesmo essa coisa de arte. Afinal, dizem que a arte está aí para todo mundo ver, que arte não precisa ser paga... e etc. Ainda bem, né? Imagina se esse disco também fosse vendido nos mesmos moldes do anterior?
Então a pergunta que fica é: “Quanto você pagaria para ouvir estas músicas?”. Vai ter uma fila de fãs dizendo que é grande arte. Da mesma forma, vai ter uma outra fila enorme de gente que não vai querer nem de graça.