Weezer
O Weezer não vai mais lançar discos revolucionários. Ingênuo é o fã que ainda esteja esperando algo como o disco de estreia (Blue Album) ou o cultuado Pinkerton. Ingênuo e um tanto quanto masoquista. Bom, eu prefiro não colecionar frustrações.
Após dois discos bem irregulares, o Weezer até que me surpreendeu em Hurley – oitavo trabalho de estúdio da banda. A proposta de Rivers Cuomo e sua galera não é mais baseada em uma filosofia Cult. Agora eles querem ser uma banda “cool”. Querem fazer canções alegres, para uma turma mais “descolada”. E se é esse mesmo o objetivo, ponto para a banda. Pelo menos em Hurley, eles conseguem acertar em cheio a sua nova filosofia musical.
Menos destrinchado que os trabalhos anteriores, e com mais ênfase às melodias vocais, o grupo solta boas canções como “My sex” e “Rulling Me”. O primeiro single do disco, “Memories”, é também uma das melhores canções (se não a melhor) do grupo nos últimos tempos. “Hang On” lembra The Killers fase Day & Age e embora a intenção tenha sido boa, a inclusão de “Viva La Vida” do Coldplay, soa pra lá de dispensável.
No mais, esse novo disco do Weezer tem mais prazo de validade do que os anteriores. Se ele não vai fazer tanto sucesso, ou marcar a vida de muita gente, pelo menos ele vai conseguir animar o dia de qualquer fã mal humorado. Faça o teste.
Texto publicado na Rock Press em 9 de setembro de 2010