Foo Fighters no Maracanã tem enxurrada de hits, AC/DC e Queen: "É o Rock in Rio!", diz Grohl

Dave Grohl em ação no show do FF no Maraca [Foto: Marcos Hermes]
Por Bruno Eduardo

Não foi por acaso que o Foo Fighters tornou-se um dos maiores nomes do rock nos últimos quinze anos. Após lançar 'There is Nothing Left To Lose', em 1999, o grupo acabou virando referência para um mainstream carente de modelos pré-estabelecidos - o que desagrada até hoje a galera que acende vela para Kurt Cobain. Tudo bem, os fãs devem admitir: musicalmente, o Foo Fighters não é uma banda revolucionária - como o Nirvana, por exemplo. Porém, há algo que não se pode negar: em cima do palco eles não decepcionam e justificam a pompa investida ao que se refere um grande show de rock nos tempos atuais.  

O grupo possui aquela postura peculiar das bandas consagradas, em que todas as ações parecem devidamente planejadas. A prova disso é que repertório não possui grandes surpresas - incluindo as mesmas paradinhas, improvisos e discursos de auditório de Dave Grohl. Os caras não escondem o jogo: eles jogam para galera mesmo e todo mundo sabe. Mas quem se importa? Um show do Foo Fighters é sempre jogo ganho. 

A banda entrou ao som de "Run" - vencedora do Grammy como melhor música rock do ano passado - e engatou uma trinca de sucessos incontestáveis: "All My Life", "Learn To Fly" e "The Pretender". "Isso aqui é um show de rock, ok? Vocês gostam de rock, né?", disparou Dave Grohl. Em seguida, o grupo voltou ao novo disco, 'Concrete And Gold', com a excelente "The Sky Is A Neighborhood", faixa que traz frescor ao repertório de hits hard rock e que contou esta noite com um coral feminino e uma ótima inclusão do tecladista Rami Jaffee, que embora acompanhe a banda desde 2005, foi incorporado como membro oficial no ano passado. 
Taylor Hawkins foi uma atração a parte na apresentação [Foto: Marcos Hermes]
A força do repertório é comprovada pela quantidade incrível de hits radiofônicos, elevando a cantoria durante toda a apresentação e exigindo cada vez mais do titio Grohl, que tenta quebrar propositalmente o ritmo do show em vários momentos para dar aquela esfriada básica - algo que vem tornando-se comum desde que o mesmo começou a ter problemas com as cordas vocais em 2011. Mesmo assim, ele foi ajudado por um coro de 30 mil vozes, e não teve dificuldade para conduzir duas horas e meia de apresentação ininterrupta, que se fez entre hits óbvios e várias referências aos clássicos do rock, como por exemplo, "Under My Wheels" do Alice Cooper (cantada pelo guitarrista Chris Shiflett), "Blitzkrieg Bop" dos Ramones e "Another One Bites The Dust" do Queen. "Isso aqui é o Rock in Rio", disse Grohl, que abriu espaço para o baterista Taylor Hawkins encarnar Freddie Mercury numa ode a versão eternizada de "Love Of My Life", com Maracanã inteiro cantando à capela.

Por ser um show basicamente "greatest hits", a única canção que pareceu meio deslocada foi "Make it Right", terceira (e boa) música do novo disco, mas que não ganhou o coro da galera. Tanto que o contraste veio em seguida com "Monkey Wrench", do petardo 'The Colour And The Shape', agradando em cheio os fãs que adoram bater cabeça, e depois na dobradinha de hinos rock: "Times Like These" e "Best Of You" (com direito ao coro de arquibancada, "ô ô ô ô").
Fã clube da banda marcou presença na grade [Foto: Marcos Hermes]
No bis, "This is A Call", primeira música do primeiro disco (lançado há mais de vinte anos) e que ainda soa forte ao vivo, além de um cover para AC/DC ("Let There Be Rock") e o final de sempre com "Everlong". Não há grandes surpresas, teorias ou previsões quando o assunto é uma grande banda e um grande show de rock - ainda mais quando o dono da banda é um cara que sabe tudo disso. E nesse jogo de megashows de rock em grandes estádios o Foo Fighters confirma um roteiro infalível que consagra megabandas durante décadas de rock and roll: os caras jogam para a galera e vencem de goleada.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

1 Comentários

  1. FOORUBA!!!!! Boa resenha Bruno! Foo Fighters é realmente jogo ganho! Que show!

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